Pedido de desculpas público de adolescente gera protesto online contra a postura de pastor e sua atitude
Por Patrícia Esteves
Um recente episódio em uma igreja na Virgínia, nos Estados Unidos, provocou uma onda de reações nas redes sociais. Uma adolescente cristã, após engravidar fora do casamento, foi instruída a se desculpar publicamente diante da congregação. O ato, gravado e compartilhado online, rapidamente gerou críticas, especialmente devido à proibição do tradicional chá de bebê como forma de punição à jovem mãe.
No vídeo, a jovem é orientada sobre onde ficar e o que fazer e, visivelmente emocionada, se desculpa. “Quero me desculpar com todos aqui porque estou grávida. Sinto muito, pessoal. Só espero que vocês me perdoem”, diz comovida. Após sua fala, o bispo Terry W. Jackson, pastor da Igreja Apostólica de Cristo True Vine, elogiou a atitude de arrependimento precoce da jovem, mas destacou que haveria consequências.
“Se você pecar, não espere até que o bebê venha para se arrepender. Arrependa-se agora”, declarou, enfatizando que não haveria chá de bebê como consequência do pecado. “Você simplesmente não faz isso de novo (…) A igreja está orando por você. Não vamos tolerar seu pecado agora. Não vamos fazer isso. Não há chás de bebê acontecendo. É isso que você perde”, ele disse, afirmando que essa é a consequência de ter um bebê fora do casamento.

A atitude da igreja tem sido amplamente criticada e tomou essa proporção após a denúncia da comentarista esportiva Jemele Hill, que a julgou injusta e publicou a crítica, destacando a falta de responsabilidade atribuída ao pai da criança. Outros líderes e cristãos também citaram passagens bíblicas para contestar a punição pública. Ralph Godbee Jr., ex-chefe de polícia de Detroit, apontou que Jesus não toleraria tal exposição pública, lembrando a história da mulher adúltera no Evangelho de João.
O protesto ganhou força quando um homem confrontou o pastor durante um culto, denunciando a humilhação pública imposta à jovem. “Vocês estão sendo envergonhados em todo o país”, disse ele, protestando contra a desproporcionalidade da punição.
Em resposta, Dee Myles, mãe da adolescente, pediu respeito às suas crenças e ao pastor, afirmando que a decisão de se desculpar foi voluntária. “Minha filha se aproximou voluntariamente da congregação e foi bem-vinda e abraçada de braços abertos”, escreveu Myles, que deixou claro seu apoio à atitude do pastor.
O caso revela uma tensão entre a necessidade de disciplina e o chamado à compaixão, deixando a questão: como as igrejas devem lidar com tais situações de maneira mais justa? Com informações de Christian Post