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quarta-feira, 9 DE outubro DE 2024

Joe Biden: Um novo tempo?

Biden

O que podemos fazer pela América do Norte? Podemos orar pelo país e continuar a proclamar em alta voz que “bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor”

Por Carlos Ludwig 

Finalmente depois de semanas complicadas na América, entre as eleições presidenciais e o dia da inauguração, o 46º presidente dos Estados Unidos da América, país observado por muitos como termômetro da democracia mundial, tomou posse.

Joseph Robinette Biden Jr, conhecido politicamente como Joe Biden assumiu um dos cargos mais importantes deste planeta em meio ao caos de um país que parece estar cada dia mais polarizado e dividido, sofrendo principalmente por causa dos efeitos devastadores do coronavírus não só pelo número de mortes e infectados, mas também pelos efeitos devastadores causados a economia.

Dias antes da cerimônia de posse, motivados por essa grande confusão e pelos discursos inflamados proferidos por alguns líderes do partido republicano e pelo próprio ex-presidente, uma multidão bradando em alta voz que a eleição havia sido roubada, e sem qualquer prova contundente de tais fatos, invadiram o Congresso Americano, o resultado final foi um triste capítulo para a história da democracia americana com um saldo de cinco mortos, muitos feridos e várias pessoas indiciadas por crime. Essa mancha na história do país, levou as autoridades a tomarem medidas extremas quanto a segurança para o dia da posse e segundo dados do próprio governo mais de vinte e cinco mil homens das forças armadas participaram da operação que aconteceu dia 20 de janeiro.

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A cerimônia foi chamada por alguns órgãos de imprensa como a primeira cerimônia “VIP” de posse onde somente convidados especiais participaram e não se viam pessoas na praça do congresso, mas centenas de bandeiras americanas e claro uma multidão de soldados.

E o dia da inauguração do novo presidente finalmente chegou e muitas pessoas esperavam com expectativa colocar Donald Trump no espelho retrovisor, demonizando a pessoa do ex-presidente.  Ao deixar a Casa Branca o ex-presidente que pela segunda vez enfrenta um processo de “impeachment” disse até logo e não participou da cerimônia do novo presidente eleito.

Infelizmente Donald Trump por causa de sua retórica muitas vezes polêmicas e divisórias conseguiu polarizar o país trazendo uma maneira diferente de fazer política, criando até uma nova sigla para esse movimento denominado “trumpismo” movimento esse que vemos rapidamente se espalhar pelo mundo.

Nos meus trinta e cinco anos morando nos EUA nunca havia visto este país tão separado por idéias e ideais, creio, entretanto, que não se pode simplesmente colocar toda a gestão Trump em um só pacote. Entendo que precisamos analisar não apenas o discurso mas o que realmente foi feito nesses quatro anos e que foram consideradas por muitos como boas mudanças de seu governo.

Como exemplo a própria economia mesmo em meio a pandemia não ficou desestabilizada, seu governo defendeu firmemente a vida dos bebês em gestação, sendo contra o aborto, apoiou Israel e mudou a embaixada americana para Jerusalém e assim tentou negociar uma oportunidade de paz no Oriente Médio. Os Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Marrocos e Sudão reconheceram o direito de Israel de existir e abriram relações diplomáticas com o Estado judeu, algo que vários governos anteriores tentaram e não conseguiram fazer.

Trump rejeitou as práticas comerciais abusivas do partido comunista chinês, o roubo de propriedade intelectual e os abusos dos direitos humanos. Ele também trabalhou para levar liberdade religiosa a todos os países e proteger essa liberdade em nosso próprio país e para mim como cristão essa foi uma das principais ações que ele fez. Ele tentou levar de volta principalmente para a Casa Branca e ao Congresso o entendimento que a base desse país é Cristã.

Eu e minha esposa, juntamente com mais 40 pastores latinos fomos convidados pela Casa Branca para ir para Washington DC no mês de aniversário dos ataques terroristas no ano de 2019 para orar pelo país e seus governantes. No dia 10 de Setembro fizemos um “tour” pelo Capitólio e fomos recepcionados dentro do Congresso pelo Senador da Florida; Rick Scott, fomos conclamados a orar ali mesmo e em seguida participamos de uma reunião na Casa Branca onde também pudemos orar e clamar pela nação e pelas famílias afetadas pelos atentados terroristas de 11 de Setembro. Ouvimos que esta abertura para oração não acontecia há anos neste nível e esfera governamental. Mesmo difícil de ver e questionado por muitos os valores de Donald Trump eram sim mais voltados para a família e para princípios cristãos.

Como expresso antes, o dia 20 de Janeiro de 2021 chegou e continuamos vivendo no emaranhado que a pandemia tem causado ao mundo e agora com um novo presidente olhamos com expectativa o que nos aguarda. O discurso do presidente Joe Biden como o de seus antecessores foi sobre unidade e igualdade de governabilidade para todos mas somente o tempo poderá mostrar se o país conseguirá chegar em um consenso.

Após sua posse, o presidente Joe Biden assinou 17 ordens executivas, memorandos e proclamações. Atos esses para o combate a pandemia, como tornar obrigatório o uso de máscara em prédios e estabelecimentos federais e que nos 100 primeiros dias 100 milhões das vacinas sejam administradas ou seja 50,000 de americanos imunizados contra o Coronavirus. Quanto a imigração seu plano é que aqueles que entraram nos EUA quando criança chamados “Sonhadores” (Dreamers) tenham um caminho a trilhar para conseguir a cidadania americana. Quer também que o congresso ache uma forma de legalizar os 11 milhões de indocumentados no país.

Você pode estar se perguntando por que são necessárias essas ordens executivas e emendas?  A resposta é porque normalmente os cem primeiros dias de governo determinam o curso que o país vai seguir, ou seja, ele está tomando medidas para levar o país na direção que ele acha que deve ir, o que como pastor vejo é que a legalização de indocumentados será uma das sensatas decisões a serem seguidas mas sei que infelizmente no processo alguns direitos que para nós como cristãos são inegociáveis provavelmente não serão respeitados.

O que podemos fazer pela América do Norte?  Podemos orar pelo país e continuar a proclamar em alta voz que “bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor” para que essa nação que tanto faz e fez pela evangelização do mundo volte a crer no Deus verdadeiro e que é soberano.

Carlos Ludwig é pastor senior da IBPAZ Tampa na Florida, EUA; Presidente da Ordem dos Pastores Batistas Brasileiros na América e da Associação das Igrejas Batistas Brasileiras na America. 

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