Reeleito para seu terceiro mandato como deputado federal, Jean Wyllys (Psol/RJ) desiste da vida pública: “Esse ambiente não é seguro para mim”, declarou.
De férias no exterior, anunciou nesta quinta-feira (24) que não retornará ao Brasil, nem mesmo para a cerimônia de posse no próximo dia 1º de fevereiro.
O parlamentar declarou à Folha de São Paulo que vem recebendo ameaças desde o assassinato de Marielle Franco (PSOL). A vereadora do Rio de Janeiro foi morta em março de 2018 e o crime continua impune.
Segundo ele, familiares de um ex-PM suspeito de chefiar a milícia investigada pela morte de Marielle trabalhou para o senador eleito Flávio Bolsonaro.
“Me apavora saber que o filho do presidente contratou no seu gabinete a esposa e a mãe do sicário. O presidente que sempre me difamou, me insultou de maneira aberta e utilizou homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim”, acrescentou.
Wyllys argumentou não haver possibilidade de viver dessa forma. “Como é que vou viver quatro anos da minha vida dentro de um carro blindado, sob escolta, não podendo frequentar os lugares que eu frequento?”.
O deputado contou que um alerta de Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, quando soube que ele estava ameaçado de morte, chamou a atenção. “Rapaz, se cuide, os mártires não são heróis’. E é isso, eu não quero me sacrificar”, declarou Wyllys.
Por fim, Jean Wyllys disse que irá se dedicar à vida acadêmica. Se o anuncio de hoje for confirmado, assumirá o cargo de deputado federal o suplente David Miranda (PSOL-RJ).
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