As cartas e pacotes estavam retidos a quase uma década
Autoridades israelenses entregaram as encomendas, nesta semana, na cidade palestina de Jericó, cerca de dez toneladas de cartas, pacotes e compras pela internet que já deveriam ter sidas enviadas à Palestina, mas estavam retidas, em alguns casos, há oito anos.
Os funcionários do serviço postal de Jericó passaram os últimos dias entre montanhosas pilhas de correspondências, classificando por cidades as inúmeras cartas e pacotes de todos os tamanhos que pertencem a palestinos, apesar de nunca terem chegado aos palestinos.
Os invólucros empregados, sujos, uma cadeira de rodas enviada em 2015 e coletânea de livros lacrados, que saíram da Jordânia para universidades na Faixa de Gaza e Jerusalém, são só uma parte dos milhares de encomendas que serão enviados aos serviços postais locais em Gaza e Cisjordânia, então sim, serem distribuídas.
“Não sabemos se há postagens para a Jerusalém Oriental, pois ainda não revisamos tudo, mas se encontrarmos o entregaremos às autoridades israelenses para que enviem a seus remetentes”, disse o diretor do serviço postal palestino, Hussein Sawafta.
O problema está sendo solucionado por uma decisão da Coordenação de Atividades Territorial do Governo, (Cogat, sigla em inglês), órgão militar israelense encarregado de tramitar a ocupação, que com apoio do Ministério de Comunicações e da Autoridade de Alfândegas, “permitiu a transferência de uma só vez de aproximadamente dez toneladas e meia de correspondências que tinham sido retidas na Jordânia”, completou Sawafta.
A medida foi tomada em razão de um acordo assinado em 2016 entre o órgão e a Autoridade Nacional Palestina para que esta pudesse receber os postais de maneira direta, sem passar por Israel como ocorria até então, já que o país controla as fronteiras dos territórios palestinos, que ocupa desde 1967.
O memorando regularia progressivamente o translado direto de correspondência de todo o mundo para a Autoridade Palestina através da Jordânia, pela ponte Allenby, algo que hoje, ainda não acontece.
Agora resta a árdua tarefa de distribuir anos de correspondências que incluem também, por erro, pacotes enviados a outros países árabes.
*Com informações da agência EFE
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