O diálogo e a paciência são essenciais, para que os pais ajudem os filhos na compreensão de emoções e sentimentos
Por Patricia Scott
Pesquisa desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em meio à pandemia da Covid-19, aponta que 48,7% dos adolescentes de 12 a 17 anos têm experimentado mudanças de humor, preocupação ou nervosismo, e aproximadamente 24% começaram a ter problemas no sono. Dentro dessa realidade, desenvolver a inteligência emocional ainda na infância tem se mostrado bastante necessário e importante.
A infância é uma fase da vida, que ocorre muitas mudanças. O que é desenvolvido nesse período, os pequeninos levam para toda a vida, refletindo em quem eles serão quando adultos. Por isso, de acordo com especialistas, é importante que a garotada seja estimulada a cultivar habilidades presentes em adultos emocionalmente saudáveis.
“Uma criança emocionalmente inteligente demonstra empatia e sabe lidar melhor com as mudanças, problemas e frustrações do dia a dia, porque identifica as próprias emoções e sabe expressá-las”, frisa a psicóloga Michele Morais, que explica: “Essa é uma habilidade que pode ser desenvolvida e estimulada”.
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Manter a paciência e o diálogo é essencial para que os pais possam ajudar os filhos a desenvolver a compreensão de seus sentimentos e de suas emoções. Algumas dicas, segundo a psicóloga, são buscar conhecer o que a criança gosta ou não, o que a deixa feliz ou triste; elogiá-la quando ela lida bem com uma situação, além de conversar com ela sobre as suas próprias falhas, medos e dificuldades, de forma que o adulto se torne um referencial atingível.
A psicóloga Michele Lourenço orienta ainda apresentar aos pequenos conteúdos que sejam educativos nesse sentido. Dessa forma, eles construirão a própria seleção de situações, vivências e aprenderão a conviver com elas. “O cinema, por exemplo, tem poder de colocar as pessoas em contato com as suas emoções. Vendo filmes choramos, rimos e ficamos empatizados com o que os personagens sentem e vivem”, exemplifica a psicóloga, que completa: “É uma oportunidade de analisar como outras pessoas expressam os seus sentimentos e refletir sobre situações como a morte de alguém querido ou doenças”.