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quinta-feira, 18 abril 2024

Crise: as igrejas de Flordelis que já fecharam as portas

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o nome de Flordelis foi gradualmente retirado do nome da igreja, que passou a se chamar Comunidade Evangélica Cidade do Fogo. Foto: Reprodução

Cinco das sete igrejas fundadas por Flordelis já fecharam as portas. Uma delas, que já teve até 5 mil membros, hoje conta com apenas 200 membros

Cinco das sete igrejas do Ministério Flordelis, comunidade evangélica que leva o nome da deputada federal denunciada por planejar o assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, fecharam as portas após o crime. A igreja, que já teve até 5 mil membros, hoje conta com apenas 200 membros.

Apenas dois templos seguem em atividade: um culto ministrado na última quinta-feira (3) na sede, no bairro do Mutondo, em São Gonçalo (RJ), contou com a participação de apenas 30 pessoas, segundo reportagem do jornal “Extra”. O local chegou a receber mais de mil pessoas.

A única filial da igreja fica localizada no bairro Piratininga, em Niterói (RJ). No meio religioso, há comentários de que a debandada acentuada de fiéis faz com que o fim da instituição seja “questão de tempo”.

“O comportamento da Flordelis após a morte do pastor Anderson fez com que ela perdesse a credibilidade. Então, as pessoas começaram a se desligar. Os fiéis deixaram de acreditar nela. Na mesma semana do crime, cerca de 400 fiéis se desligaram”, disse um ex-membro da igreja, que não se identificou por temer represálias.

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Junto com o marido, Flordelis dos Santos (PSD-RJ) administrava uma rede de igrejas que vinha crescendo nos últimos anos. Havia ainda a construção de uma nova matriz, projeto que era acompanhado de perto por Anderson antes de sua morte, em junho de 2019.

Crise financeira

Um dos filhos afetivos de Flordelis, o pastor Carlos Ubiraci, que assumiu a presidência do Ministério Flordelis após o assassinato, foi preso no dia 24 de agosto, acusado de envolvimento no crime. Ele era responsável por comandar a filial de Piratininga, única ainda em funcionamento.

Mas mesmo antes da morte de Anderson, a igreja enfrentava crise financeira. Em um de seus depoimentos à polícia, Flordelis revelou que a igreja movimentou mais de R$ 5 milhões entre 2017 e 2019.

Se a entrada de dinheiro era alta, a saída também era expressiva. Os sete imóveis nos quais as igrejas funcionavam eram alugados. As despesas com as obras da nova sede no Laranjal, em São Gonçalo, também eram elevadas.

Processos judiciais

Tramitam no Tribunal de Justiça do Rio, dois processos contra a igreja. Em um deles, de 2018, a igreja é acusada de ter uma dívida que quase R$ 40 mil em compras de itens como cabos, roldanas e disjuntores de uma empresa. Pela falta de pagamento, a Justiça penhorou 700 cadeiras do templo religioso, mas a igreja ainda está recorrendo e os objetos não foram vendidos.

Em outro, de junho de 2019, os proprietários do imóvel do Laranjal cobram R$ 36,4 mil em alugueis atrasados. O valor acabou sendo penhorado de uma das contas da igreja. As obras do Laranjal vinham consumindo grandes quantias, o que por vezes era motivo de discordância entre Anderson e Flordelis.

A primeira estrutura construída no galpão a um custo de quase R$ 500 mil desabou e teve que ser refeita. Com a morte do pastor, as obras acabaram sendo interrompidas.

Em conversas em mensagens no celular com os filhos, reveladas ao longo das investigações da morte do pastor Anderson, Flordelis expunha a falta de dinheiro da família.

Uma das filhas, Marzy, chega a avisar a mãe sobre a falta de pagamento de um aluguel, mas ela explicita a qual imóvel se refere. Nas conversas do pastor Anderson com um de seus assessores, a crise financeira também fica evidente. Em um dos diálogos, o assessor se queixa de falta de verba para consertar um carro usado por ele.

Pastora promete voltar

O Ministério Flordelis era responsável pelo principal congresso do meio evangélico no Rio, o Congresso Internacional de Missões (CIM), que começou a ser realizado em 2006.

As pretensões de expansão do evento por Anderson do Carmo coincidiam com os planos de aumentar a sede da igreja. O galpão construído no Laranjal era projetado para abrigar 5 mil pessoas e o objetivo do pastor era inaugurá-lo no CIM de 2019.

*Com informações de Uol e Jornal EXTRA

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