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quinta-feira, 28 março 2024

Igreja do Japão retrata o cristianismo

Foto: Reprodução

Templo, que é considerado um dos mais antigos do país, se tornou Patrimônio da Humanidade.

Nagasaki (Japão) – A Igreja Oura, em Nagasaki, se tornou Patrimônio da Humanidade em 2018 e é o símbolo do renascimento do cristianismo no Japão. O local é parada obrigatória para quem quer conhecer a história dos “cristãos ocultos”.

Considerada uma das mais antigas do Japão, a Oura faz parte dos 12 locais dos cristãos escondidos reconhecidos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em Nagasaki e na região de Amakusa.

A igreja foi construída em 1864 pelo missionário francês Bernard-Thadée Petitjean, pouco depois de o porto de Nagasaki ser reaberto junto com as fronteiras do Japão mais de dois séculos de isolamento depois.

Com o veto que tinha sido imposto ao cristianismo no país em 1614 e a presunção de que a comunidade cristã japonesa tinha desaparecido após a brutal perseguição sofrida no século 17, o templo se voltou aos fiéis estrangeiros que moravam na cidade.

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Menos de um mês depois da inauguração, algo surpreendente aconteceu. Em 17 de março de 1865, um grupo de camponeses de Urakami foi à igreja e disse que sempre fingiu professar a fé local. Esse acontecimento, batizado de “A descoberta dos cristãos escondidos”, foi imortalizada em um mural que hoje decora o jardim da igreja.

A revelação, liderada por Isabelina Yuri Sugimoto, fez com que as autoridades japonesas retomassem a repressão contra os cristãos até que críticas internacionais conseguiram a suspensão da proibição em 1873.

Com a reintrodução do cristianismo no Japão, alguns Kakure Kirishitan – descendentes dos católicos que se esconderam durante a Rebelião de Shimabara, em 1637 e 1638 – voltaram a se reunir na igreja, apesar de ainda hoje os cristãos serem menos de 1% da população.

Séculos de ocultação e isolamento, no entanto, transformaram a religião em um culto totalmente diferente. Prova disso são algumas das relíquias expostas no Museu e Monumento dos Vinte e Seis Mártires, que fica ao lado da igreja.

“As pessoas que mantiveram a fé comemoraram quando a proibição ao cristianismo foi retirada e agora estão novamente felizes com a designação desses espaços como patrimônio. Isso significa dar valor ao que elas guardaram”, disse Minako Uchijima, pesquisadora do museu à Agência EFE.

*Com informações da Agência EFE

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