Em exclusiva para a Comunhão, o pastor Dinho Souza, que ganhou repercussão nacional ao rifar uma “Calibre 12”, é notificado pelo exército, e ‘esclarece alguns fatos’
Diversos portais de notícia tem repercutido o “inusitado sorteio” de uma espingarda calibre 12, feito pela Igreja Povo da Cruz, uma igreja evangélica da Serra, Espírito Santo, e está dando o que falar.
O valor de cada bilhete é R$ 100,00, e será destinada para a construção do ministério infantil da igreja, que está se mudando para um novo local.
A Comunhão entrevistou em exclusiva o pastor Dinho Souza, da Igreja Povo da Cruz, e buscou compreender o ponto de vista da igreja. Segundo ele a espingarda foi doada por um amigo colecionador.
“Essa arma ela não existe fisicamente, não é uma arma que o cara tem guardada na casa dele, que estamos ‘rifando’ por que isso é proibido por lei. O ganhador tem direito a uma espingarda calibre 12, porque esse doador já comprou na loja e não retirou. Ele quer nos ajudar, mas a pessoa que ganhar só pode retirar na loja se tiver o aval do exército ou da Polícia Federal”, conta o pastor.
“Antes de tudo, caso o ganhador não tenha a liberação legal de ter direito a arma, ou ele vai precisar fazer o processo que o dá legalidade diante da lei, ou caso não possa realizar o processo, ele vai retirar um valor em dinheiro que será determinado pelos organizadores da rifa”, completa.
Além da espingarda, um registro CAC (Colecionador, Atirador e Caçador) também está sendo sorteado. A rifa diz que é preciso cumprir as normas pré-estabelecidas pelo exército para conseguir a carteira de registro.
Repercussão polêmica
Além disso, em um vídeo divulgado no Instagram da igreja (@opovodacruz) nessa quinta-feira (26) o pastor defendeu que todo cidadão de bem precisa ter uma arma, seja ele ímpio ou cristão, e fez questão de destacar que a arma será para um cidadão de bem.
“Nós incentivamos a todo homem de bem que tenha uma arma na sua casa para defesa de sua família. Aquele que nega, que negligencia a defesa da sua família, não pode ser chamado de homem”, disse Dinho Souza.
Da mesma forma polêmica, o pastor Dinho é o responsável estadual pelo projeto “Nossas Histórias Curam”, sediado em Brasília, o projeto que acolhe vítimas de abuso sexual no ambiente religioso.
Exército notifica igreja
Segundo fontes no Exército, na última sexta-feira (27), uma notificação oficial foi elaborada para a igreja. Diante da repercussão do sorteio da arma, divulgado pela igreja, o Comando do 38º Batalhão de Infantaria do Exército Brasileiro apura o caso.
A instituição terá que explicar a origem da arma, se ela tem documentação e registro feito no Comando do Exército ou na Polícia Federal. Comprovada qualquer irregularidade incorrerá responsabilização legal. A igreja já foi notificada para que preste esclarecimentos.