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sexta-feira, 19 abril 2024

Igreja e a justiça social: “Porque tive fome, e não me destes de comer”

fome
Foto: reprodução/ freepik

Com agravamento da insegurança alimentar, como a igreja deve atuar para alcançar os vulneráveis?

Por Marlon Max

“Tive fome, e não me destes de comer”, diz Jesus em Mateus 25:42. Essa não é a única vez que Cristo trata da questão da fome e injustiças nas passagens Bíblicas. O tema dos menos favorecidos são recorrentes nos diálogos e ensinamentos de Jesus. Logo, a fome não é um problema novo e exclusivo de um país ou época da história, pelo contrário, a desigualdade social, acumulação de renda e a inação de governos agravam esse fenômeno há anos. Diante disso, qual é o papel e missão da igreja?

No Brasil, atualmente milhões de pessoas não têm o que comer. Com a pandemia, a situação de insegurança alimentar se agravou. É o que aponta uma pesquisa realizada por um grupo de pesquisadores da Universidade Livre de Berlim, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade de Brasília (UnB), com financiamento do governo alemão, e divulgada em abril de 2021.

Segundo a pesquisa, 59,4% da população enfrentava no final do ano passado algum grau de insegurança alimentar, o equivalente a um total de 125 milhões de pessoas. O resultado mostra a aceleração do aumento da fome no Brasil, que tinha voltado a crescer mesmo antes da pandemia em um contexto de crise econômica e desmobilização de políticas públicas de segurança alimentar

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Para o economista Leandro Monteiro e fundador do Movimento ETUS – que busca promover a renovação política, engajamento cívico e educação no meio evangélico brasileiro — parte da solução para o agravamento da fome no Brasil depende da ação da igreja e do entendimento da sua missão.

MONTEIRO
Leandro Monteiro é cristão-evangélico, de formação Batista. Estudou economia na UFG, Liderança e Gestão Pública no CLP e Harvard Kennedy School e cursa a etapa final do mestrado em cidades da London School of Economics. Em 2017, fundou o Movimento ETUS para promover a renovação política, engajamento cívico e educação no meio evangélico brasileiro. Foto: reprodução/ arquivo pessoal

“A igreja tem dois papéis. O primeiro é, parafraseando o Pastor Batista Martin Luther King, ser a consciência do Estado. O segundo é ser um instrumento logístico para o reparo social. Os milhões de evangélicos, em milhares de igrejas, alcançam cada cidade desse país. Arrisco a dizer que não há um 2 km² urbano sem uma igreja. Cada igreja tem o dever de ajudar quem passa fome. Mesmo as igrejas mais humildes devem dividir o pouco que tem”, esclarece Monteiro.

O engajamento de igrejas, como o fundador do Movimento Etus parafraseou MLK, é criar a possibilidade de ser a consciência do Estado. É o que se discute hoje sobre justiça social e o papel do cristão. Leandro Monteiro, que além de economista tem formação em Liderança e Gestão Pública no CLP e Harvard Kennedy School, esclarece o significado de justiça social.

“Justiça social é, antes de tudo, um mandamento cristão. Jesus explicita o que está no primeiro mandamento, haja vista que não há como amar a Deus sem buscar incondicionalmente a justiça. De forma pedagógica e reincidente, o que é raro de ver nas Escrituras, Jesus é categórico em nos convocar ao amor social”, explica.

O Movimento ETUS é uma organização cívico-cristã, fundamentada nos ensinamentos de Jesus, que utiliza a história do pastor batista americano Martin Luther King como recurso pedagógico, explica Leandro Monteiro. “A palavra ETUS é o acrônimo da célebre frase de ‘Eu Tenho Um Sonho’. Assim, nosso sonho é que os evangélicos brasileiros contribuam em nível local e nacional para uma sociedade mais justa e fraterna. Estamos em busca de líderes capazes de atuar como: educador político, político, agente cívico e líder político”, frisa Monteiro.

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