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quinta-feira, 28 março 2024

IBGE divulga nova técnica de ponderação a Pnad Contínua

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Em abril de 2021, o Brasil passava pelo pior momento da pandemia da covid-19, com os óbitos chegando a passar de 3 mil por dia. Foto: IBGE

Em nota técnica distribuída à imprensa nesta quarta-feira, 28, o IBGE informou que está conduzindo estudos para “tentar investigar a presença de viés associado a um método de coleta distinto do habitual”

(AE) O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que está fazendo alterações no cálculo e na divulgação dos dados sobre o mercado de trabalho no País para amenizar a influência da redução na taxa de resposta sobre os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Em nota técnica distribuída à imprensa nesta quarta-feira, 28, o IBGE informou que está conduzindo estudos para “tentar investigar a presença de viés associado a um método de coleta distinto do habitual”. Desde o agravamento da pandemia de covid-19 no País, o órgão suspendeu a coleta presencial de informações, passando a fazer as entrevistas da pesquisa remotamente.

Conforme noticiado pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) em reportagem publicada no último dia 6 de abril, economistas apontavam que as informações obtidas via telefone pela Pnad Contínua podiam estar subestimando o alcance do emprego formal, além de mostrar uma expansão extraordinária na população em idade ativa.

A coleta de dados da pesquisa tem sido feita exclusivamente por telefone desde o segundo trimestre de 2020, o que provocou uma redução na taxa de resposta total da pesquisa, especialmente a referente aos domicílios entrevistados pela primeira vez. O IBGE explica que, em geral, não possui o número de telefone desses entrevistados selecionados, porque esses domicílios ainda foram visitados pelos entrevistadores.

“Devido à rotação da amostra, os domicílios de primeira entrevista carregaram o baixo aproveitamento para as demais entrevistas, resultando em quedas significativas na taxa total de resposta da pesquisa”, diz o IBGE na nota técnica.

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O órgão lembra que realiza estudos de confiabilidade nos resultados da Pnad Contínua desde que houve a mudança na forma de coleta, como simulações com as taxas de resposta obtidas em 2020 para os trimestres correspondentes de 2019, “a fim de observar como se comportariam os principais indicadores da pesquisa”.

“Os resultados ficaram dentro do intervalo de confiança esperado para a maioria dos domínios de estimação”, garantiu o IBGE.

Outro teste ainda em andamento busca avaliar um modelo logístico como ferramenta para identificar se algumas características influenciam mais na propensão de resposta do que outras.

“A partir dos resultados prévios do estudo, decidiu-se por restringir temporariamente alguns níveis de desagregações de indicadores para amenizar os efeitos da influência dessas características nos resultados”, explicou o IBGE.

O órgão esclarece ainda que, na ausência de resposta de domicílios, o processo de tratamento dos resultados obtidos pela pesquisa considera a perda como aleatória e uniforme dentro das Unidades Primárias de Amostragem (UPA) da pesquisa.

“É um método considerado robusto, pois espera-se que domicílios pertencentes às mesmas UPAs sejam bastante semelhantes entre si. O estudo realizado considerou um modelo de propensão de resposta, diferenciado pelo tipo de entrevista. Para os domicílios que estavam na 2ª entrevista em diante, o modelo considerou uma série de variáveis relativas às entrevistas anteriores, tais como: sexo e idade dos moradores, condição de atividade, rendimento, entre outras. Para os domicílios de 1ª entrevista, uma vez que não havia informações prévias dos moradores, somente puderam ser utilizadas variáveis estruturais, como: situação do domicílio, tipo de área e rendimento da UPA”, relatou o órgão na nota técnica.

O IBGE ressalta que os problemas enfrentados pela equipe responsável pelo tratamento dos dados da Pnad Contínua concentram-se, principalmente, nas primeiras entrevistas, o que levou os pesquisadores à conclusão de que o modelo de ajuste atual ainda seria adequado.

“Por fim, em relação ao aprimoramento do processo de expansão da PNAD Contínua, o IBGE vem elaborando outros estudos considerando a questão da cobertura de acesso ao telefone e questões relacionadas ao viés de disponibilidade, ou seja, maior concentração entre os respondentes da pesquisa de pessoas com determinado perfil de sexo e idade. Cabe mencionar que, além do ajuste de não resposta, os fatores de expansão passam por um processo de calibração para compatibilizar com os totais das estimativas populacionais para domínios geográficos”, acrescentou a nota.

O IBGE informou ainda que já estudava incorporar as estimativas por sexo e idade no processo de calibração dos entrevistados, “de forma a recompor a estrutura demográfica dentro das pesquisas”. “Mediante as incertezas trazidas pela pandemia, quanto ao retorno da coleta de dados presencial da PNAD Contínua, decidiu-se antecipar o processo de calibração das estimativas por sexo e idade, minimizando os efeitos dessas características nos resultados, ajustando os pesos amostrais. Tão logo esse processo esteja concluído, o IBGE dará conhecimento à sociedade, apresentando a série reponderada”, concluiu.

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