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quinta-feira, 28 março 2024

Haverá dia seguinte!

“O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30.5)

Desde dezembro de 2019, quando a doença foi identificada pela primeira vez em Wuhan, na China, fomos surpreendidos por uma interminável noite cujas sombras vêm ameaçando nações inteiras: a Covid-19.

Até o dia 29 de abril, somente no Brasil foram confirmados 73.235 casos e 5.083 mortes. No mundo somam-se 3,11 milhões de casos e 217 mil  mortos. Os números assustam.

Mais preocupados ficamos quando o necessário confinamento social revelou outras faces sombrias dessa noite como, por exemplo, o crescimento da violência doméstica nos países da América Latina, incluindo, o Brasil.

O confinamento para conter a pandemia disparou os pedidos de ajuda de vítimas. As solicitações por telefone aumentaram 39% desde o início da quarentena.

Alerta ainda para o aumento no número de abuso de crianças. Em artigo publicado no O Globo, pediatra que atende menores vítimas de abusos afirma que a pandemia de Covid-19 criou condições favoráveis à ampliação da violência infantil e que os casos não serão checados por profissionais especializados.

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Enquanto isso, disparou o consumo da tecnologia para fins sexuais. O isolamento tem impulsionado a aquisição de brinquedinhos sexuais, levando lojas nos EUA a um incremento de 30% no volume de vendas, segundo Isto é Dinheiro. Tem-se um flagrante aumento na adesão da pornografia, uso de chats ou conversas virtuais de cunho sexual, sem falar da troca de nudes.

Interminável para alguns, as faces sombrias desta noite não foram geradas pela Covid-19; tão simplesmente foram expostas ou facilitadas agora.

Vale lembrar que esta não é a primeira tragédia que assola o planeta. Muitas outras aconteceram. A Covid não é fato isolado, único ou exclusivo. Eclesiastes lembra que não há nada de novo debaixo do sol. O mundo já foi alcançado por outros tipos de noites.

Igualmente não será a primeira vez que seres humanos se aproveitarão do caos para provocar mais destruição alheia ou a própria e, infelizmente, aumentar o terror.

À época do tsunami, em 2003, que devastou a Indonésia e Sri Lanka, deixando 150 mil mortos na Ásia, muitos exploraram a possibilidade de sequestro de crianças órfãs. Enfim, em tempos de tragédias o mal se realça.

Vale a gente se perguntar que tipo de legado deixaremos para as gerações seguintes, abrangendo, as nossas famílias. Violências, maus-tratos, relacionamentos abusivos, promiscuidade ou ausência de limites? Ou tudo isso junto?

Como prosseguirão as vítimas da opressão: sem consolo? Sem justiça? Sem afago? Sem proteção?

Ainda em Eclesiastes há uma constatação: “Vi ainda todas as opressões que se fazem debaixo do sol: vi as lágrimas dos que foram oprimidos, sem que ninguém os consolasse; vi a violência na mão dos opressores, sem que ninguém consolasse os oprimidos.”

A noite, para muitos, parece se encerrar aqui: “sem que ninguém…”

Mas em Jesus temos O dia seguinte assegurado. Em Jesus, o choro da noite se encerra e a alegria virá pela manhã. Em Jesus, há promessa e há realidade: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para por em liberdade os oprimidos e apregoar o ano aceitável do Senhor”. (Lc 4.18)

Jesus veio para libertar os oprimidos da noite escura que assola suas almas. E Ele continuará fazendo isso por meio de pessoas que acreditam e encarnam essa missão.

Portanto, seja você um libertador. Seja você a voz que denuncia mas também que consola e, por meio de ações criativas e corajosas, promove esperança.

Em tempos de tragédia o mal até pode realçar, mas a Graça certamente brilhará mais forte na medida em que nós, como igreja, nos engajarmos na missão deixada pelo Cristo. Deus te abençoe!


Débora Fonseca e Cunha coordena a Missão Luz na Noite. Formada em Psicologia e Direito, tem mais de 20 anos de experiência em aconselhamento cristão na área de sexualidade humana, é autora de Uma Fera em Busca de Sentido e Aconselhando Cristãos em Luta com a Homossexualidade e está na produção de seu terceiro livro

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