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terça-feira, 19 março 2024

A trajetória do inferno ao céu de Guilherme de Pádua

Guilherme de Pádua afirmou ter encontrado em Cristo uma nova vida e motivação. Foto: Reprodução redes sociais

Marcado pelo passado conturbado que viveu, Guilherme de Pádua afirma ter encontrado em Cristo uma nova vida e motivação

Os extremos retratam bem a trajetória de vida do entrevistado desta edição de Comunhão. A simples menção de seu nome desperta os mais variados sentimentos – quase nunca, porém, a indiferença. Marcado pelo passado conturbado que viveu, Guilherme de Pádua afirma ter encontrado em Cristo uma nova vida e motivação.

Longe das câmeras de TV, que em 1992, num curto espaço de tempo, o projetaram nacionalmente como galã na novela de maior audiência do país, ele hoje é obreiro da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte (MG), onde congrega desde 2001.

Seus conhecimentos na área da informática o levaram à Gerência de Tecnologia da igreja. Desenvolvedor web, cursando Ciência da Computação, é ele o responsável pelo portal lagoinha.com, entre outros trabalhos que dão suporte tecnológico às atividades da igreja e à expansão da pregação do Evangelho utilizando multimídia.

A experiência adquirida o credencia a estar em Vitória no próximo dia 04 de julho, a convite da revista Comunhão, para ministrar no seminário “Multimídia – Os Recursos Audiovisuais e a Internet a Serviço da Igreja” promovido pela Next Editorial. Confira, a seguir, a conversa exclusiva que ele teve com a equipe de jornalistas da publicação.

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COMUNHÃO: Em um curto espaço de tempo, você passou de galã a vilão. Quem é Guilherme de Pádua hoje?
Guilherme: “Uma nova criatura em Cristo Jesus”. “Eis que tudo se fez novo”. “As coisas velhas se passaram” – estou citando algumas das palavras da Bíblia que me vêm à mente. Hoje sou uma pessoa comum, que ama poder participar da obra de Deus… Sou alguém que, cada vez mais, vive no “universo” da igreja e que, cada vez menos, convive com os “outros universos”.

Sou grato a Deus por ter podido cumprir minha pena e ter a chance de mostrar que uma vida pode ser mudada e reconstruída. Sou hoje uma pessoa que, com todas as forças, tenta fazer a sua parte. Mais do que isso, sou alguém que ama ver outras pessoas acertarem os passos, corrigirem seus erros (se converterem aos caminhos de Deus)… Como se, cada vez que isso ocorre, estivesse ocorrendo comigo novamente. Minha vida hoje é isso: ajudar outros a reencontrarem o caminho certo: Jesus Cristo e o que ele ensinou. Parece até parágrafo decorado, não é? Mas o fato é que a minha vida hoje se resume totalmente à igreja.

Como, quando e por que se deu a sua conversão? Você pode falar um pouco a respeito de como foi essa experiência?
Minha conversão se deu no cárcere, mas continua ocorrendo, a cada dia, em busca de dar novos passos em direção ao que Jesus ensinou. Na prática, minha conversão se deu através do amor que recebi dos cristãos… “o amor constrange” e ao receber tamanho amor, ao contrário do ódio que recebia da maioria das pessoas, percebi que havia algo diferente, que eu não conhecia, nesse “povo de Deus”.

Acabei sendo contagiado por esse amor e quis ser igual, quis sentir o mesmo amor dentro de mim, quis fazer parte desse povo. No começo, foi porque eu não tinha outra opção, ninguém mais me queria! Mas “a fé vem pelo ouvir e ouvir a Palavra de Deus”. Hoje sou apaixonado por Jesus e por este povo evangélico, que conseguiu ver esperança onde ninguém mais via!

Qual você acredita que seja o propósito de Deus para você, para sua vida?
Não sei, mas, “eis-me aqui, Senhor”! Quando eu me converti, muita gente dizia: “Seu testemunho vai ajudar outros…” e eu cheguei a acreditar nisso. Mas, um dia, percebi algo que, na verdade, me doeu muito: que o mais significativo na minha trajetória cristã era o simples fato de “colocar à prova o coração dos que se dizem cristãos”. Deixe-me explicar: aprendemos que devemos “amar nossos inimigos”, “orar por aqueles que nos perseguem” e “desejar bem a quem nos deseja mal”.

Isto é uma tarefa quase impossível, não é mesmo? Em Mateus, de 5:43 em diante, Jesus ensina que amar quem nos ama qualquer um consegue. Bom, o fato é que eu percebi que quando eu sou mencionado no meio evangélico, ou quando vou a uma igreja dar testemunho, sempre que a notícia “corre” os corações são provados. São testadas as capacidades de cumprir o “estive preso e fostes me ver”, o “amai os vossos inimigos”, o “não julgueis”, o “se vós não perdoardes aos homens as suas faltas Meu Pai não perdoará as vossas” e tantas outras provas pelas quais o verdadeiro cristão passa.

Foi muito duro, a princípio, ver que meu testemunho não era nada perto dessas outras questões, pois fiquei me sentindo meio inútil, como se fosse “uma coisa pra testar o coração dos cristãos”. Mas como estou com Jesus e “não abro”… “Eis-me aqui, Senhor”. Não sou mais eu quem vive, mas Cristo vive em mim, então que Ele resolva o que deve fazer comigo… e amém …e graças a Deus …e aleluia!

Como é a sua prática cristã cotidiana? Com que freqüência você lê e medita na Palavra? Com que freqüência ora?
Oro o tempo todo! Mas, para mim, isso é fácil, pois as pessoas sempre se lembram de orar quando passam por dificuldades… E eu estou sempre enfrentando dificuldades, então estou sempre orando, falando com o Senhor quando ando pela rua, dirijo, trabalho etc. Por outro lado, preciso ler mais a Bíblia, nunca é demais se alimentar da Palavra de Deus. Meu sonho é um dia me tornar pastor, mas ainda não tenho tido tempo de me dedicar, pois “espero o tempo de Deus”. Para realizar este sonho, terei que ler muito mais a Palavra do que tenho lido hoje em dia.

E aos cultos, você vai regularmente?
Eu moro na igreja (brincadeira)… mas minha esposa até sugeriu trazermos um colchonete para cá. Viu como conjuguei o verbo? “Trazermos”? Isto significa que não vou à igreja, estou na igreja! Atualmente, freqüento muitos cultos. Se “a fé vem pelo ouvir e ouvir a Palavra de Deus”, estou com muita fé, porque tenho “ouvido muito da Palavra.

Como você alcançou o ministério multimídia da Lagoinha? Como se preparou para exercê-lo?
Sou programador web, trabalho com computadores há muito tempo, tive contato com várias tecnologias e uma coisa puxa a outra. Hoje ajudo a cuidar desse universo de tecnologia na igreja. Mas foi bem aos poucos. E, é claro, sou apenas um em meio a uma equipe dedicada e competente. Tem muita gente fera em muita coisa na nossa igreja, graças a Deus!

O que pensa desse trabalho, que importância atribui a ele?
Sem querer ser muito espiritual, vejo mesmo como a Bíblia diz: cada parte do corpo tem uma função, não sendo uma maior do que a outra, não podendo uma viver sem a outra. Vejo tudo o que fazemos como parte do todo e é bom não estar só, fazer parte do “projeto de Deus”. Mais especificamente, nosso trabalho com tecnologia busca facilitar a adoração ao Senhor.

Por exemplo, quando alguém vai a uma igreja e todos cantam uma música que ele ou ela não conhece. Esta pessoa fica meio sem graça e isso acaba atrapalhando que ela faça o que foi fazer: conversar com Deus. Nosso trabalho é tentar deixar as pessoas mais à vontade, entende? Então, colocamos a letra da música na frente dela! Claro que a tecnologia trabalha com outros universos além da celebração, mas, em geral, sempre estamos ajudando alguém a fazer algo. Melhorando uma reunião, uma comunicação à distância etc.

Você está prestes a vir a Vitória para ministrar um seminário sobre esse tema – a tecnologia a serviço do Evangelho. Por que aceitou o convite da revista Comunhão para participar? Qual sua expectativa com relação ao evento?
Temos um lema em nossa igreja, que vem muito da postura do pastor Márcio: “não podemos perder a oportunidade de abençoar, ajudar a obra de Deus, onde quer que ela esteja”. Sinto-me muito honrado, mesmo, em poder contribuir um pouquinho com outros que fazem a obra de Deus, pois foi ela que me resgatou das trevas!

Mas, quanto ao evento, pretendo ajudar outras igrejas a não darem tantas “cabeçadas” quantas tivemos que dar. Passar o “pulo do gato” daquilo que pudermos… e vamos juntos saquear o inferno!!! Ah! Esqueci de dizer: estou indo mesmo é para aprender com os “feras” que vão ministrar lá, mas não conte isso a ninguém…

Você tem buscado ter uma vida bastante reservada. Você se considera preparado para lidar novamente com o público? Como fará para que sua mensagem se sobreponha à sua fama?
Eu não compreendo mais esse negócio de “fama”. Vivo em um meio onde sou tão comum! Uma pessoa comum no meio de uma multidão que busca a Deus, sabe? No nosso meio, famoso é Jesus Cristo, aleluia! Enfim, esta “coisa” de fama não faz parte da minha vida. Costumo dizer que conheci a fama e o inverso da fama.

Hoje, minha cabeça não está ligada a essas coisas. Quanto a lidar com o público, não pretendo e nem posso fazer isso no universo do entretenimento. Isto, definitivamente, acabou para mim. Mas em eventos evangélicos, é comum pessoas darem testemunhos do que Deus fez em suas vidas – e Deus tem feito muito na minha! – ou transmitirem conhecimentos específicos, como é o caso neste congresso.

Gostaria de deixar um recado aos leitores?
Deus tem feito muitos milagres em minha vida. Se tem feito maravilhas na minha história, que é tão complicada, o que não fará na sua? A palavra impossível não existe no dicionário de Deus! “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele comigo”, disse Jesus. “Aquele que abrir…”. Existe uma condição que, se atendida, abre uma porta nos céus e Deus derramará bênçãos sem medida em sua vida!

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