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quinta-feira, 18 abril 2024

Guerra na Síria: 10 anos de um conflito que ninguém esperava

Síria-destruição
Foto: Portas Abertas

Guerra na Síria: conflito é considerado a maior crise humanitária do século 21

Mais de meio milhão de pessoas mortas, mais de seis milhões de refugiados sírios espalhados pelo mundo e mais de seis milhões de deslocados no país. Esse é o preço dos 10 anos de guerra na Síria. Essa guerra que realmente ninguém esperava resultou em uma enorme perda humana, além de destruição e o colapso da economia síria. A guerra completa uma década hoje, dia 15 de março de 2021.

O conflito começou com a chamada Primavera Árabe, no final de 2010 e início de 2011, ganhou nas manchetes de todo o mundo. Ele consistiu em ondas de protestos que começaram na Tunísia e logo se espalharam por outros países no Norte da África. No Egito, Líbia e Iêmen, as pessoas foram para as ruas exigindo uma mudança política.

Como resultado, diversos governos caíram. Presidentes no poder há muito tempo, como Zine El Abidine Ben Ali, na Tunísia, Hosni Mubarak, no Egito, e Ali Abdullah Saleh, no Iêmen, tiveram que deixar seus cargos. Muammar Gaddafi, governante da Líbia, foi morto após meses de conflito no país. Já no Bahrein, Marrocos, Iraque, Argélia, Líbano, Jordânia, Kuwait, Omã e Sudão, as pessoas também foram às ruas, mas isso não resultou em grandes mudanças no estágio inicial.

Em janeiro de 2011, a Síria ainda era um país pacífico. O presidente Bashar al Assad deu uma entrevista para o Wallstreet Journal em que disse: “Para fazer uma comparação entre o que acontece no Egito e na Síria. O Egito é apoiado financeiramente pelos EUA, enquanto nós estamos sob embargo da maioria dos países do mundo. Nós crescemos embora não tenhamos muito do básico necessário para o povo. Apesar de tudo, as pessoas não começaram uma revolta”.

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Como o presidente, quase ninguém esperava que a Primavera Árabe também abalaria o poder do governo Assad na Síria.

O motivo da guerra na Síria

No dia 6 de março de 2011, um grupo, principalmente de adolescentes sírios picharam paredes na cidade de Daraa. Uma das frases dizia: “O povo quer derrubar o regime”, slogan da Primavera Árabe. Mais de uma dúzia de adolescentes foram presos e, de acordo com as pessoas, eles foram torturados.

Essa foi a faísca que levou aos protestos nas ruas da cidade. Em 18 de março, três manifestantes foram alvejados durante protestos. Cinco dias depois, o exército sírio atacou a cidade, matando dúzias de pessoas. Esse foi o início do que levaria à guerra síria. Dessa forma, protestos e violência se espalharam pelo país.

A situação atual da guerra

Dez anos depois, a guerra ainda não acabou. A área ao redor de Idlib ainda é controlada por forças opositoras e o governo os chama de terroristas. Frequentemente células do Estado Islâmico e de outros grupos extremistas aumentam o número de mortos.

Na guerra, ao menos meio milhão de pessoas foram mortas, entre soldados, rebeldes e civis. Os primeiros anos da guerra transformaram os subúrbios de Damasco, Homs e Alepo em campos de batalha. Isso levou a um massivo desabrigamento, destruição de vilas e cidades.

Consequências da guerra

Mesmo com a ação militar sendo limitada a certas áreas, a guerra levou a uma crise econômica. Mais de 85% dos sírios agora vivem na pobreza. Depois de todos esses anos de guerra, a falta de empregos e as sanções internacionais levaram o país a uma profunda depressão econômica. Recentemente, o país experimentou ainda um aumento nos preços de todos os produtos de consumo necessários, incluindo alimentos básicos, detergentes, roupas e combustível para manter as pessoas aquecidas no inverno.

Apesar do amor pelo país, essa crise resultou em um êxodo dos cristãos sírios. Em todo o país, a igreja se viu no meio da guerra ao longo dos anos. Principalmente nas áreas onde extremistas ganham controle, por não estarem seguros, a maioria dos cristãos fugiu do país.

Por causa disso, o número de cristãos caiu dramaticamente de 2 milhões, em 2010, para menos de 700 mil agora. A geração mais jovem também tem deixado o país, com números mais altos entre os homens. Muitos deles estavam envolvidos ativamente nos ministérios das igrejas.

Independente das dificuldades enfrentadas nos últimos dez anos, a igreja na Síria está viva. Nela é possível ver cristãos de contexto muçulmano, yezidi ou druso. Elas continuam firmes em suas cidades e vilas, servindo como centros de esperança para muitos.

Um tempo difícil para cristãos sírios

*Com informações de Portas Abertas

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