De acordo com a Portas Abertas, a comunidade cristã nicaraguense tem se oposto ao regime de Ortega, com líderes religiosos denunciando abusos dos direitos humanos
Por Patricia Scott
Na Nicarágua, o governo dissolveu 15 ONG’s cristãs como parte de uma repressão contra grupos religiosos e iniciativas humanitárias. Recorrente nesse tipo de medida, o regime do presidente Daniel Ortega mais uma vez gera tensão com a Igreja, evidenciando a crescente falta de liberdade religiosa no país.
De acordo com a Portas Abertas, a comunidade cristã nicaraguense tem se oposto ao governo de Ortega por anos, com líderes religiosos denunciando abusos dos direitos humanos, como a repressão violenta de manifestantes e a limitação da liberdade de expressão. A organização destacou que, em janeiro de 2024, vários líderes cristãos, incluindo o bispo Rolando Álvarez, foram deportados à força.
Os esforços do governo para fechar organizações religiosas geraram fortes críticas internacionais, conforme apontado pela Portas Abertas. Em 2024, o regime dissolveu cerca de 1.700 ONGs, sendo 678 delas de orientação cristã. Desde 2018, mais de 5.400 ONGs foram forçadas a encerrar suas atividades.


Atualmente, a Nicarágua ocupa o 30º lugar na Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2025, elaborada pela Portas Abertas, que classifica os 50 países onde é mais difícil viver para os cristãos.
O ataque às ONGs e organizações religiosas faz parte de uma campanha sistemática para reprimir a dissidência no país. Meios de comunicação independentes também têm sido perseguidos, com muitos jornalistas sendo forçados a deixar a Nicarágua ou sendo detidos.
A mais recente ação do governo segue uma repressão crescente contra as organizações religiosas. Segundo autoridades, várias fundações religiosas foram alvos por “não cumprirem suas obrigações”, refletindo o esforço do regime de Ortega para controlar e reduzir a influência das organizações religiosas que criticam suas políticas autoritárias. A organização Save the Children, que atuava no país desde 1986, reportou impactos significativos em suas operações após ser fechada pelo regime, sendo uma das organizações afetadas pela medida.