Segundo as autoridades, a ação é necessária para controlar o crescimento desordenado de templos não regulamentados
Por Patricia Scott
Em Ruanda, o governo fechou 5.600 igrejas nas últimas duas semanas, como parte de uma medida que visa a regulamentação dos locais de culto. A ação tem como alvo principal as pequenas igrejas pentecostais, muitas das quais operavam em locais improvisados, como margens de rios e cavernas.
O Conselho de Governança de Ruanda afirmou que o fechamento dessas igrejas é necessário para controlar o crescimento desordenado de templos não regulamentados. No entanto, críticos alegam que a medida está violando a liberdade religiosa dos cidadãos.
O processo de fechamento começou no dia 29 de julho. As autoridades justificaram a ação alegando que os locais de culto não atendiam às normas estabelecidas pela legislação de 2018. Essa lei exige que os líderes religiosos possuam um diploma de teologia e que as igrejas estejam devidamente registradas, com declarações de fé que detalhem suas doutrinas.
Além disso, as exigências incluem isolamento acústico nas paredes das igrejas, pavimentação das estradas de acesso e áreas ao redor dos templos, e a instalação de para-raios. As denominações também devem utilizar um tipo específico de teto de lona, apesar dos riscos de incêndio associados ao material.
A maioria das igrejas em Ruanda enfrenta dificuldades financeiras para atender a essas exigências. “Descobrimos que todas as igrejas estão enfrentando o mesmo problema, e até mesmo aquelas consideradas luxuosas localmente tiveram que fechar”, comentou um analista local.
Ruanda, um país da África Oriental com 12 milhões de habitantes, tem uma maioria cristã. Segundo o Censo de 2022, cerca de 48% da população é protestante, embora a Igreja Católica Romana seja a maior denominação. Em 2019, Ruanda contava com 15 mil igrejas, das quais 700 estavam legalmente registradas. Com informações Religion News Service