Em tempos de crise, ficamos mais abertos a Deus?
A professora Jeanet Sinding Bentzen, da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, analisou estatísticas do Google sobre o aumento das buscas pela palavra “oração”. Segundo a docente, em 75 países observou-se uma relação entre esse crescimento e a expansão dos contágios do novo coronavírus nessas últimas semanas.
Ela já vinha estudando o impacto dos desastres naturais na religiosidade das pessoas. “A procura por religião tem aumentado dramaticamente desde o começo da pandemia, com líderes políticos e grupos auto-organizados motivando os cidadãos a rezarem. As buscas no Google sobre oração dispararam em março de 2020, quando a covid-19 se tornou global”, disse a professora.
“É altamente provável que o aumento na intensidade da oração vá continuar”, complementa.
Risco de morte
O motivo poderia estar ligado a vínculos afetivos fortes ameaçados pelo risco de morte. Essa perspectiva costuma despertar o anseio pela existência de uma continuidade espiritual da vida após o término da vida biológica.
Por outro lado, não se verificou o mesmo grau de interesse religioso durante a crise econômica global de 2007-2008. Na época a ameaça mais direta não era à vida das pessoas amadas, mas sim às condições financeiras.
Os dados proporcionados pelas buscas no Google não são suficientes para traçar perspectivas completas. Bem como fundamentadas cientificamente sobre o impacto da crise atual na religiosidade das pessoas.
Entretanto, é válido interpretá-los como um indício de que, em momentos de real risco de vida para pessoas queridas, nota-se uma tendência maior a buscar conforto espiritual.
Algumas perguntas interessantes a se fazer: em tempos de crise, ficamos mais abertos a Deus? Se sim, isto tende a ser fogo de palha ou pode mesmo nos levar a uma verdadeira transformação de vida?
*Da Redação, com informações de Aleteia.