Pastor alerta para os perigos da ganância e reforça que a confiança em Deus é a verdadeira segurança
Por Patrícia Esteves
A ganância se insinua de maneira sutil, muitas vezes disfarçada de ambição saudável, mas suas consequências podem ser devastadoras. A oportunidade do ganho fácil, a ocasião que se apresenta como imperdível pode rapidamente se transformar em uma armadilha, levando a decisões precipitadas e escolhas que comprometem valores e princípios.
O desejo insaciável de ter mais – mais dinheiro, mais poder, mais reconhecimento – corrói a integridade e afasta a pessoa daquilo que realmente importa. “Quando confiamos em Deus, a quantia não faz diferença. Se precisamos de dez reais e não os temos, parece que necessitamos de um milhão”, diz o pastor Josué Campanhã, fundador da Envisionar.
A ganância não se contenta com pequenas vitórias; ela exige sempre mais, tornando-se um ciclo vicioso que obscurece o discernimento. A justificativa inicial pode parecer razoável – é um “pequeno atalho”, um “contrato vantajoso”, uma “negociação que favorece apenas um lado”. No entanto, quando se ultrapassa a linha da ética, as consequências são inevitáveis.
“Não podemos confiar nos sistemas humanos. Precisamos sempre lembrar que dinheiro é só um papel impresso e que todos os nossos recursos vêm de Deus”, destaca o pastor.
O impacto destrutivo da busca desenfreada por riqueza é o risco de Relacionamentos se desgastarem, a paz interior se desfazer e, muitas vezes, aquilo que foi conquistado com muito empenho se esvair como areia entre os dedos. A recente crise envolvendo a criptomoeda de Milei é um exemplo claro de como o desejo desenfreado por dinheiro pode levar à ruína. Muitas pessoas investiram impulsionadas pelo sonho de um retorno imediato, sem avaliar a solidez do projeto. O resultado foi a frustração e o desespero de verem suas economias desaparecerem em poucas horas.
Ambição versus ganância
A diferença entre ambição e ganância reside na motivação e no impacto que elas têm sobre a vida. A ambição pode ser vista como uma força positiva que impulsiona a buscar o melhor para a vida e para os outros, com equilíbrio e respeito aos princípios. Já a ganância, como alertam as Escrituras e especialistas, é uma busca desenfreada por riqueza e poder, muitas vezes sem limites, que coloca o dinheiro e os bens materiais acima de tudo, até mesmo do bem-estar espiritual.
O pastor Josué Campanhã, em seu artigo “Crise de Ganância, Crise de Fé”, nos alerta que o problema atual não é meramente econômico, mas uma crise de ganância. Ele explica que, mesmo sabendo que os lucros são, muitas vezes, artificiais, muitos não querem perder a oportunidade e continuam a buscar ganhos, alimentando uma voracidade que, no fim, afeta a todos. “A crise de ganância é como uma infecção e a crise econômica é a febre”, pontua o pastor. Em outras palavras, a ganância não é apenas uma questão de dinheiro, mas de um mal-estar profundo na sociedade, uma desconexão da verdadeira fonte de segurança e prosperidade, que é Deus.
A Palavra de Deus adverte sobre os perigos de um coração ganancioso. Em 1 Timóteo 6.10, encontramos: “Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nesta cobiça alguns se desviaram da fé, e a si mesmos se traspassaram com muitas dores.” Este versículo nos lembra que a busca excessiva por riquezas pode afastar o cristão da fé verdadeira, pois ele começa a confiar mais nos bens materiais do que na provisão de Deus.
A confiança em Deus como resposta
A vida pela fé ensina a confiar em Deus para todas as nossas necessidades. Como nos lembra Jesus: “Vejam os passarinhos que voam pelo céu: eles não semeiam, não colhem, nem guardam comida em depósitos. No entanto, o Pai de vocês, que está no céu, dá de comer a eles. Será que vocês não valem muito mais do que os passarinhos?” (Mateus 6.26). Quando colocamos nossa fé em Deus, a ansiedade pela riqueza e os bens materiais diminui, pois sabemos que Ele provê tudo o que precisamos.
Por fim, a reflexão que se impõe é sobre como podemos alinhar nossas ambições e desejos com a vontade de Deus. A ganância nos leva a um caminho de desespero e sofrimento, enquanto a ambição bem dirigida, com a confiança em Deus, nos leva ao propósito de viver uma vida plena e abençoada. Ao focarmos em Deus, Ele transforma nossas necessidades materiais em oportunidades para experimentar Sua fidelidade e provisionamento.
A ganância, portanto, é um convite à idolatria do dinheiro e da autossuficiência, enquanto a verdadeira ambição, guiada pela fé, é um impulso para servir ao Reino de Deus e viver de maneira equilibrada, confiando que o Senhor, em Sua sabedoria, nos dará tudo o que precisamos para viver de forma plena e abundante.
Desvie-se da ganância:
- Evite atalhos fáceis: Desconfie de promessas de lucros rápidos e ganhos fáceis.
- Avalie as consequências: Pense nos riscos e efeitos antes de agir.
- Distinga ambição de ganância: Busque um objetivo saudável, sem prejudicar os outros.
- Mantenha seus valores e princípios: Priorize a ética e os princípios cristãos em todas as suas decisões.
- Confie em Deus para a provisão: Tenha fé em Deus para suprir suas necessidades.
- Evite a idolatria do dinheiro: Trate o dinheiro como ferramenta, não como objetivo final.
- Pratique gratidão: Valorize o que tem e cultive contentamento.
- Lembre-se da transitoriedade dos bens materiais: Reconheça que riquezas são efêmeras.
- Busque equilíbrio entre trabalho e vida espiritual: Alinhe sua vida profissional e fé.
- Repense suas prioridades: Examine suas escolhas financeiras à luz da sua fé.

