Conhecido por se dedicar ao movimento de plantação de igrejas pelo mundo, o evangelista americano Francis Chan, terá que deixar o país após abrir três igrejas
Por Priscilla Cerqueira
Mais de um ano após se mudar para Hong Kong, Francis Chan e sua família tiveram seus vistos rejeitados e por isso, foram forçados a deixar o país e seu ministério de igreja doméstica incipiente para trás. O território tem sofrido forte pressão do regime comunista chinês, inclusive com perseguição de cristãos.
“Na semana passada, depois que as autoridades de Hong Kong rejeitaram nossos vistos, nós tivemos que deixar o país. Agora estamos de volta aos EUA e apelando da decisão. Queremos estar em Hong Kong e, com sorte, poderemos voltar para lá”, disse Chan.
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Segundo o Christianity Today, antes de deixar Hong Kong o pastor havia plantado três igrejas domésticas com aproximadamente 20 pessoas em cada uma delas.
“Antes de sairmos de Hong Kong, Justin, Peter e eu vimos o Senhor plantar três igrejas domésticas com aproximadamente 15-20 pessoas em cada uma. Cada um de nós liderava uma igreja em cada uma de nossas casas, mas então, de repente, soubemos que tínhamos que deixar o país”, afirmou.
Perseguição
Chan compartilhou também sua preocupação sobre a perseguição crescente na região que é reivindicada pelo Partido Comunista da China (PCCh). Antes de deixar o local, o pastor questionou aos cristãos se eles estavam prontos para continuar sem eles, que responderam negativamente.
O pastor afirmou ter feito algumas perguntas aos membros das igrejas: “Vocês realmente não estão bem preparados o suficiente? Alguns de vocês são cristãos há anos, foram discipulados e têm sua Bíblia, mas não sentem que estão prontos? É verdade que você não tem informações suficientes ou não tem fé suficiente? Eu acredito em vocês”, enfatizou ele.
“Tenho paz no coração, porque sei que o Espírito Santo estará trabalhando. Embora eu acredite que Deus está me pedindo para voltar para os EUA, acho que esta é uma ótima temporada para vocês serem pressionados. E então, eu irei com o poder do Espírito. Nós temos isso. Eu tenho mais fontes para equipar do que a igreja primitiva tinha. Tenho tantos recursos online, tanto conhecimento disponível. Tenho as Escrituras diante de mim, uma grande vantagem”, disse.
O pastor americano admitiu que não tem certeza se o governo de Hong Kong permitirá que eles retornem para a região, já que o Partido Comunista da China tem imposto forte controle contra os cidadãos locais.
Chan e sua família estão em Hong Kong desde fevereiro de 2020, onde enfrentam vários desafios, inclusive cultural. Ele disse que existe uma distância social e que o conceito de “amar uns aos outros” é estranho para os cristãos do território autônomo.
Missionário na Ásia
Chan anunciou os planos de sua família de se mudar para a Ásia em 2019. Na época ele descreveu um sentimento de chamado para uma região onde havia experimentado os dons do Espírito e, eventualmente, para um bairro onde sua falecida mãe havia ministrado antes de se mudar. E descreveu a necessidade de pregar no lugar.
Ele descreveu o desejo de deixar o aglomerado ministério nos Estados Unidos por um lago onde “os peixes estão mordendo” e “ninguém está pescando nele”.
Enquanto alguns cristãos celebravam sua disposição de seguir o chamado de Deus, outros missionários desafiaram sua abordagem como pastor celebridade, vindo como um estranho na região.
“Na verdade, existem milhões de cristãos apaixonados na Ásia, e muitos deles são ativos e bem equipados para compartilhar o evangelho contextualmente em suas próprias comunidades locais. Eles são, de longe, as pessoas mais eficazes para alcançar seus vizinhos, porque compartilham uma visão de mundo, cultura e idioma comuns”, escreveu Craig Greenfield, um missionário canadense que mora no Camboja.
*Com informações de Christianity Today