A carta teria sido escrito por um dos acusados do crime, que diz que outro filho afetivo de Flordelis teria sido o mentor intelectual do crime
O Ministério Público do Rio de Janeiro aponta que a deputada federal Flordelis é suspeita de fraudar uma carta em que o seu filho Lucas dos Santos, confessa ter matado o pai, Anderson do Carmo.
O rapaz está preso. No documento, ele confessa participação no assassinato do pastor Anderson do Carmo, marido da parlamentar. Ele também acusa Wagner Andrade Pimenta, o Misael, pelo crime.
Nesta quinta-feira (31), foram ouvidas, 22 testemunhas de acusação no processo em que dois filhos da deputada Flordelis, Lucas dos Santos e Flávio dos Santos, são réus. A audiência foi a primeira do caso, quatro meses e meio após o crime.
Detalhes da fraude
De acordo com o promotor Sérgio Luís Lopes Pereira, dados extraídos do celular de Flordelis e duas de suas netas apontam um “esquema de fraude de provas”. Informações obtidas no aparelho mostram que a deputada mantinha contato com Andreia Santos Maia, mulher do preso Marcos Siqueira Costa, que está no mesmo presídio que Lucas.
Um dos arquivos obtidos demostram que Flordelis enviou o comprovante de uma transferência no valor de R$ 2 mil para Andreia, feita no dia 22 de setembro. O beneficiário é Jailton Reis Dantas, que consta como visitante de Marcos na prisão. Em uma parte da conversa, Andreia diz a Flordelis que “pagaram o Lucas”.
Em documento enviado à 3ª Vara Criminal de Niterói, o promotor observa que o esquema fraudulento de provas “passou pela inusitada colocação dos réus Flávio e Lucas na mesma cela em um presídio destinado a milicianos e policiais, o que nenhum dos dois é”.
Eplicação de Flordeis
Em entrevista, Flordelis já havia explicado que recebeu a carta das mãos da mulher de um preso. Na correspondência, ainda de acordo com o advogado, Lucas revela que Mizael teria oferecido a ele um emprego e um carro em troca de um “susto” na vítima, o pastor Anderson do Carmo.
“A partir da divulgação dessa carta, que supostamente atribui a participação dele como mentor intelectual desse crime, achamos por bem acompanhá-lo para que se faça valer a justiça. E, principalmente, para que as provas que efetivamente constam do inquérito sejam validadas, até porque a autoridade policial já tem um entendimento relacionado à veracidade dessa carta supostamente escrita pelo réu Lucas. É basicamente não deixar que ele sofra alguma sanção ou corra o risco de ser indiciado”, disse Reinaldo dos Santos.
O pastor Anderson do Carmo foi assassinado na madrugada do dia 16 de junho, na garagem de casa, em Pendotiba, Niterói (RJ). O laudo mostrou 30 perfurações pelo corpo, a maior parte nas costas, peito e região da virilha.
Anderson era casado há 25 anos com Flordelis, pastora e deputada federal pelo Rio de Janeiro. Sempre ao lado da esposa, ele atuava como secretário-geral do PSD no Estado.
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