O divórcio nunca foi propósito de Deus. Mas quando ele acontece, os pais precisam estar atentos a como lidar com os filhos, principalmente, em relação à igreja.
Por Cristiano Stefenoni
O divórcio nunca foi propósito de Deus. Mas quando ele acontece, os pais precisam estar atentos a como lidar com os filhos, principalmente, em relação à igreja. Há situações em que o pai morará em uma cidade diferente da mãe ou cada um deles pode vir a seguir uma religião diferente, por exemplo. Nesses casos, em qual igreja a criança deve ir?
De acordo com o advogado e pastor Raphael Abdalla, da Primeira Igreja Batista em Guarapari e presidente da Convenção Batista do Estado do Espírito Santo, a primeira coisa a se fazer é o casal ter um diálogo maduro sobre a situação, sempre visando o bem-estar dos filhos.
“É sensato que os pais estabeleçam um diálogo saudável visando a espiritualidade dos filhos. A igreja é fundamental para um crescimento equilibrado. Todos os esforços devem ser voltados para o melhor aos filhos”, orienta.
Para o pastor, mais importante do que em qual igreja ir é que os filhos continuem seguindo os passos de Jesus, afinal, quando chegar a hora e eles forem maduros, decidirão por si mesmos qual caminho trilharão.
“A espiritualidade é individual. A fé é individual. É evidente que temos a plena convicção de que o Evangelho de nosso Senhor Jesus é a resposta correta ao espírito humano. Por isso, encorajo aos filhos à fé cristã”, justifica o pastor Raphael.
Mas a situação dos pais divorciados não pode fazer com que os filhos tomem raiva da igreja? Segundo o pastor, o problema não está no divórcio em si, mas no comportamento dos pais dentro de casa. É o exemplo deles que determinará o sentimento dos filhos.
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“O ambiente familiar reflete em todo comportamento humano. Sentimentos, como raiva, são assimilados inicialmente no primeiro ambiente de contato. O equilíbrio dos pais garantirá a saúde emocional dos filhos”, ressalta.
Porém, o pastor Raphael Abdalla enfatiza que a melhor solução deve ser lutar pelo matrimônio e que sempre há esperança para a reconciliação.
“Acredite na família, não existem casos irrecuperáveis. Caminhar mais uma milha é sempre a melhor opção. Não é o sentimento que sustenta um relacionamento, mas a forma como nos relacionamentos que o sustenta. O amor, mais que sentir, é decidir. E a família é um presente de Deus”, finaliza.
O que diz a Bíblia sobre o assunto:
- É dever dos pais ensinar e orientar os filhos a amarem a Deus e a seguirem os caminhos de Jesus. “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Provérbios 22:6);
- Os filhos devem ser prioridade na hora da tomada de decisões, sejam elas quais forem. “Cuidado para não desprezarem um só destes pequeninos! Pois eu digo que os anjos deles nos céus estão sempre vendo a face de meu Pai Celeste” (Mateus 18:10);
- O casal deve fazer todo o possível para permanecer no propósito de Deus que é a família. “‘Eu odeio o divórcio’, diz o Senhor, o Deus de Israel” (Malaquias 2:16). “O casamento deve ser honrado por todos; o leito conjugal, conservado puro; pois Deus julgará os imorais e os adúlteros” (Hebreus 13:4).
O que diz a Lei sobre o assunto:
- A liberdade religiosa é um direito fundamental previsto no artigo 5º da Constituição Federal;
- Já o Art. 16, inciso III diz que a criança e o adolescente têm direito à liberdade de crença e culto religioso;
- Contudo, no Art. 229 da Constituição Federal diz que aos pais compete a educação dos filhos.