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sábado, 20 abril 2024

Quando a medicina não explica… ou não explicava

Um número crescente de pesquisas tem comprovado a importância da fé no processo da cura

Por Syria Luppi

A interferência da fé no processo de cura é uma realidade experimentada por muitas pessoas. Embora a questão seja tratada com cautela por parte da ciência, não é raro encontrarmos médicos que testemunharam casos que o conhecimento humano não é capaz de explicar. Sim, milagres existem!

Pessoas como o fotógrafo Félix Falcão comprovam a eficiência da fé. Em um domingo de 2001, ele caiu do terceiro andar de um imóvel, quando ajudava na instalação de uma antena parabólica.

Ao acordar no hospital, com múltiplas fraturas, foi surpreendido com a notícia de que estava havia nove dias em coma.

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O médico José Alcindo então explicou sobre a lesão muito séria na oitava vértebra torácica, que se esfacelou, e deu a sentença de que Falcão não poderia mais andar. “Naquele momento eu não soube o que pensar, não processava a informação direito, mas ainda tinha que passar por mais uma cirurgia e nessa hora senti que poderia voltar a andar”, lembra.

Quando a medicina não explica... ou não explicava
“Tinha a certeza de que era algo grave, mas fiquei quieta em oração e percebi a ação imediata de Deus, que já começou a ministrar paz e uma sensação de segurança incrível ao meu coração” – Ana Paula Leal Ribeiro Soares, empresária, que enfrentou a batalha contra o câncer de mama

Na época, ele tinha filhos pequenos e servia a Deus na igreja com sua família. “Comecei a falar com o Senhor, pois, se eu estava ali, é porque tinha um propósito. O médico insistia que a cirurgia não era para eu voltar a andar, mas apenas para firmar minha coluna. E me disse que de mil pessoas, uma anda após uma lesão dessa.”

Na hora Félix falou: “Opa! Essa vaga é minha, doutor! Tenho certeza de que não vou ficar nesta situação. Vou voltar a andar”.

Após a cirurgia, quando o fotógrafo começou a sentir dor no pé, todos perceberam que a sensibilidade dos membros inferiores estava voltando. “O médico disse: ‘Eu sempre acreditei em milagre, mas mesmo se não acreditasse, hoje estou comprovando um’.”

Quando a medicina não explica... ou não explicava

Os meses de tratamento se seguiram. “Foram muitas sessões de fisioterapia, mas a cada passo uma vitória era conquistada. Sentia Deus agindo e eu progredindo cada vez mais”. Hoje, pastor na Assembleia de Deus Madureira em Alvorada, Vila Velha (ES), e com poucas sequelas físicas, Félix testemunha seu milagre. “Sempre preguei a cura a partir das experiências bíblicas e dos outros. Mas hoje falo o que passei.

Uma experiência sobrenatural que nunca poderei esquecer e que uso para fortalecer a fé de outras pessoas. O Deus que me estendeu a mão pode estendê-la para qualquer pessoa que clamar por Ele.”

Fé reduz risco de morte

Por mais que a fé possa ser desprezada no meio acadêmico ou médico, pesquisas científicas têm confirmado sua importância no processo da cura.

“Quando se tem fé, há esperança no tratamento, na cirurgia e em tudo que envolve o restabelecimento da saúde. Mas, acima de tudo, há confiança no poder de Deus em dar a cura quando tudo parece sem saída”, destaca o pastor Lúcio Casasanta de Souza Pereira, capelão no Hospital Jayme dos Santos Neves,no município da Serra, Grande Vitória (ES).

Uma das pesquisas que relacionam a fé e a cura é a do médico Randolph Byrd, renomado cardiologista dos Estados Unidos que avaliou 400 pacientes submetidos (à época) a uma cirurgia cardíaca de ponte de safena. Ele os dividiu em dois grupos: um que receberia oração durante a recuperação e outro não, sem que nenhum soubesse haver ou não alguém fazendo preces por eles.

O Dr. Byrd entregou a um grupo de cristãos os nomes dos pacientes que deveriam receber orações, e foram justamente estes os que se restabeleceram mais rapidamente, precisaram de menos medicamentos e tiveram menos complicações no processo de cura. Já o outro grupo, que não teve intercessão espiritual sistemática, necessitou de mais retornos aos médicos, apresentou mais infecções e, consequentemente, precisou de mais remédios.

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Após 17 anos do acidente, Félix Falcão festejou mais uma vez a vida no casamento do filho Hérick com a noiva, Bárbara, em 2018, ao lado do caçula, Félix Abner, e da esposa, Cleani

Para os cristãos, não é difícil entender que orar e ter fé faz parte do processo de cura de pessoas enfermas, uma atitude que pode partir tanto do próprio paciente quanto de uma outra pessoa que intercede aos céus pelo restabelecimento alheio.

Outra pesquisa, esta do Instituto Dante Pazzanese, de São Paulo, com quase 250 artigos de todo o mundo, concluiu que a prática regular de atividades religiosas pode reduzir o risco de morte em 30%. Além disso, a fé faz bem para a imunidade, melhora a resposta a processos de quimioterapia ou radioterapia e ainda ajuda a combater depressão, ansiedade e problemas de sono.

Isso porque ter uma religião promove bem-estar psicológico, combate pensamentos e comportamentos suicidas, diminui o consumo de álcool e drogas e proporciona um maior incentivo a hábitos saudáveis. O estudo mostrou ainda que a religião contribui para reduzir a carga viral em pacientes com HIV, além de reduzir mortes por acidente vascular cerebral (AVC) e problemas cardíacos.

Médica especialista em medicina intensiva, Eliana Caser acredita na pesquisa. “Em mais de 30 anos de profissão, presenciei muitas situações em que a fé do paciente dá a ele uma força interior muito grande para enfrentar a doença. Há pacientes que se recuperam e nos surpreendem com a melhora da imunidade e do estado psicológico, que se reflete na melhoria das reações fisiológicas.”

Nos anos 1990, Eliana chegou a implementar um projeto dentro de uma UTI em que os familiares de pacientes podiam fazer orações na unidade. “Era nítida a melhora de alguns quadros. A ciência ainda não comprova a resposta cerebral ao estímulo da fé, mas a esperança passa a orbitar naquele paciente.”

A médica faz um alerta quanto ao equilíbrio no exercício da fé no enfrentamento de doenças: “Não se recomenda abandonar, em hipótese alguma, o tratamento ou descumprir as recomendações médicas. Mesmo que a pessoa creia fortemente em um milagre”.

Marcio Laurindo da Silva, cirurgião no Hospital Geral de Guarulhos, em São Paulo,
se depara com muitos casos “além dos limites da medicina”. “Situações em que não tenho mais um tratamento específico para oferecer a cura, porém ofereço conforto. Balizo-me nas técnicas reconhecidas cientificamente, mas estimulo que os pacientes mantenham esperança e fé para contribuir em sua cura.”

O médico garante vivenciar recuperações mais rápidas e até curas inexplicáveis. “Pacientes religiosos praticantes apresentam melhor saúde mental e física, lidam melhor com o estresse, apresentam bem-estar, pois têm mais esperança, menos depressão, menos ansiedade. Os casos de suicídio são menores também.”

Segundo o doutor Laurindo, membro da Igreja Batista, tudo o que sentimos ou pensamos acaba se manifestando fisicamente. “Por isso é importante o exercício da fé. Temos um Deus que ouve nossas orações, está na Palavra: ‘E tudo o que vocês pedirem em meu nome eu farei’ (Jo 14:13-14)”.

Exemplos de fé e cura

Ana Paula Leal Ribeiro Soares, durante a gravidez, à espera da chegada da filha, Rute, sentiu um caroço na mama de uma hora para outra. “Eu tinha certeza de que era algo grave, mas fiquei quieta em oração e percebi a ação imediata de Deus, que já começou
a ministrar paz e uma sensação de segurança incrível ao meu coração”, relatou.

Rute nasceu e passou a ser amamentada, mas a mama de Ana começou a passar por um processo de retração, e a mãe não pôde mais adiar a ida ao médico. “Fiz os procedimentos necessários para secar o leite e em fevereiro de 2015 foi constatado o tumor. Um câncer de mama avançado.

Eu sabia. Todos se apavoraram, mas eu fiquei em paz o tempo todo. Deus havia me dito o que era, mas me disse também que estaria comigo e que minha vida estava no Seu controle.”

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Victor Rodrigues, aos 19 anos, sofreu um acidente gravíssimo que vitimou dois parentes na região de João Monlevade, em Minas Gerais. Hoje, 12 anos depois, vive sem sequelas nos EUA com a esposa e os três filhos. Foto: Natalia Santos

O tratamento começou, e a rotina de quimioterapia e quedas de cabelo se seguia. “Não deixei nenhum dia de levar meus filhos à escola, de ajudar meu esposo. Fazia de tudo para manter uma vida normal, inclusive estando na igreja. Mesmo usando máscara, mas ali, aos pés do Senhor, agradecendo por estar viva, por estar me tratando e crendo fortemente na cura.”

Seis meses depois do início do tratamento, já não havia nenhum vestígio do tumor.
“O médico ficou admirado com a resposta nesse processo. Mas eu sei em quem eu creio. Sei que Ele levou na cruz todas as nossas enfermidades. Sei que todas as coisas cooperam para o bem, que é Deus que define o curso das coisas, que a fé foi a aliada do meu tratamento.”

Ana seguiu com o tratamento, obedecendo a todas as recomendações médicas.
Em dezembro do mesmo ano, chegou a passar por uma mastectomia radical e bilateral com esvaziamento axilar; em 2016, foi a histerectomia.

“Passei por lutas, mas Deus sempre está à frente da minha vida. O caminho é apenas uma entrega de forma radical do nosso problema. Sei que essa enfermidade teve um propósito, que é levar a Palavra dEle, testemunhar o Deus que nos supre diante de qualquer dificuldade.”

O Deus da esperança se manifestou na vida do filho do pastor Abílio Rodrigues.
Em 2007, Victor Rodrigues, então com 19 anos, sofreu um acidente gravíssimo que vitimou dois parentes na região de João Monlevade, em Minas Gerais. O jovem foi retirado do carro com múltiplas fraturas, teve três paradas cardíacas e lesão no crânio.

O médico disse para a família não ter esperanças. “Victor estava sendo mantido vivo por meio das máquinas, mas falei com o médico: ‘Meu filho não vai morrer, porque Deus não cumpriu as promessas que nos deu a respeito dele. Ele só vai morrer depois de cumprir as promessas’. O médico nos chamou de doidos”, lembra o pastor Abílio.

 

“No trabalho de capelania, de leito em leito, presenciamos todos os dias milagres do Senhor. Temos experiências não apenas de cura, mas também de conversão, reconciliação com Deus, liberação de perdão” – Pr. Lúcio Casasanta de Souza Pereira, capelão no Hospital Jayme dos Santos Neves, Serra, há 6 anos

 

Victor havia sofrido uma séria lesão no lobo frontal do cérebro, área da cognição, e os médicos eram claros sobre as possibilidades de o jovem não mais falar nem andar ou raciocinar. “Orávamos todos os dias na porta da UTI. Um grande mover de oração se formou pela vida dele, unindo igrejas de várias denominações do Brasil e até do exterior.”

Em poucos dias, Victor acordou do coma, foi liberado para o quarto e ficou mais
15 dias no hospital. “Deus fez o milagre e o curou completamente. Hoje ele é pai de três filhos, exerce o ministério e cumpre os propósitos que Deus estabeleceu para ele
nos Estados Unidos.”

Fé de leito em leito

A capelania realizada em hospitais prova todos os dias o quanto é importante aliar a fé ao processo de recuperação da saúde. “O Senhor o livrará e o conservará em vida; será abençoado na terra, e tu não o entregarás à vontade de seus inimigos.

O Senhor o sustentará no leito da enfermidade; tu o restaurarás da sua cama de doença” (Sl 41: 2-3). Versículos como esse embasam as palavras de esperança que o pastor Lúcio Casasanta de Souza Pereira apresenta aos pacientes há seis anos.

“Todos os dias presenciamos milagres do Senhor. A capelania é um trabalho fantástico que alcança não apenas o paciente, mas também seus familiares e acompanhantes e o corpo médico. Temos experiências de cura, conversão, reconciliação com Deus, liberação de perdão. No hospital Jayme, são 700 voluntários que se revezam em uma assistência leito a leito apresentando o Deus que restaura o corpo e a alma”, falou o pastor.

Casasanta lembra um caso emblemático de Ezequias, rei de Judá. Ele adoeceu, e foi-lhe dito através do profeta Isaías que morreria em consequência da sua doença. Ao receber a mensagem divina, o monarca chorou, orou e clamou a Deus por sua cura.

O mesmo profeta que lhe havia levado a sentença de morte voltou e transmitiu resposta do Senhor Deus para o rei: “Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; acrescentarei, pois, aos teus dias 15 anos” (Is 38:5).

Quando a medicina não explica... ou não explicava

Trabalhando com capelania no Hospital Geral de Linhares, o pastor Vilson Machado diz perceber, diariamente, os benefícios da fé no processo de cura. Entre muitos casos nos quais essa convicção e a oração fizeram a diferença no restabelecimento de um paciente, ele cita o testemunho de um homem que passou por uma amputação.

“O sorriso dele era contagiante. Com a Palavra de Deus na mão, ele louvava e agradecia ao Senhor pela vida. Foram poucos dias de internação, inesquecíveis para todos nós no hospital. Certamente a fé que aquele homem teve em Deus, o otimismo diante da dificuldade que mudaria seu estilo de vida, ajudou muito em sua recuperação.”

Esperança em Jesus

Desde os primórdios, o ser humano sempre conviveu com os mais diversos tipos de doenças. Por onde passou, Jesus era abordado por pessoas desesperadas pela cura.
Em cada milagre, mostrou para o mundo que Ele era realmente o Filho de Deus, revelando a misericórdia do Senhor e o Seu plano para a humanidade (At 10:38).

O pastor Marcus Nolasco de Abreu, da Igreja Presbiteriana de Itapuã, Vila Velha (ES), destaca que a fé é suprarracional. “Ela está para além da razão humana. A fé nos leva ao milagre. Milagre é fruto da ação poderosa de um Deus que nos ama, que se revela em Jesus Cristo. Hoje presenciamos pessoas propagando a fé do otimismo, mas temos que propagar a fé em Jesus.”

Por meio dos feitos poderosos de Jesus, Deus produziu fé em nossos corações. À mulher que tocou a borda de Suas vestes, Ele disse: “A tua fé te salvou. Vai em paz e fica livre do teu mal” (Mc 5:34).

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