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sexta-feira, 19 abril 2024

Família é fundamental para intermediar a criança com o mundo digital

(Foto: Reprodução)

Para a pesquisadora Maria Isabel, os pais e responsáveis precisam rever os hábitos digitais das crianças e adolescentes 

Por Victor Rodrigues

Os dispositivos eletrônicos com acesso à internet se tornaram um elemento fundamental na vida de muitas crianças brasileiras. Os Tablets, celulares, smart TVs (televisor com acesso à internet) e os vídeogames se tornaram o único passatempo de muitas crianças e adolescentes.
Família é fundamental para intermediar a criança com o mundo digital

Para construir uma relação saudável das crianças com o mundo digital, as famílias têm papel fundamental, diz a pesquisadora Maria Isabel Mando de Barros do programa Criança e Natureza, do Instituto Alana. Segundo ela, os pais e responsáveis precisam rever os hábitos digitais.

“Somos um espelho para as crianças. É muito bom compartilhar os vários desafios que estão postos para nós: sentimos que a internet “rouba” tempo de outras atividades como sono, alimentação, atividade física e lazer. Muitas vezes não temos clareza sobre os pensamentos, sentimentos ou impulsos que nos levam a pegar o celular e temos muito a aprender para, de fato, usar a tecnologia a nosso favor”, explica a especialista.

Para Christiane de Carvalho Pereira, consultora imobiliária, orientar os filhos  Caio, de 10 anos, e a filha Clara, de 8 é uma tarefa importante. “Oriento eles a pesquisar o significado das coisas, manuais, configuração da televisão, do celular, dos eletrodomésticos. Acho importante, já que eles têm essa facilidade com a tecnologia”.

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Carla diz que direciona os conteúdos a serem vistos sempre com muito diálogo. Para jogos e navegação eles só podem ficar até as 21 horas. “Não tenho muito regra de quantidade de horas, mas não pode usar nenhum tipo de tecnologia durante as refeições, durante as lições, não podem levar para o banheiro. São pequenas restrições, para educação mesmo. O restante do dia é liberado”, explica a mãe.

“O Youtube deles é monitorado, sei o que consomem. O Caio vê muito tutorial de vídeogame, já a Clara vê músicas e desafios. Acho que a vigilância existe, mas é adaptável. Então, eu trabalho a questão do discernimento ao receber esses conteúdos, sempre com muito diálogo”, completa. 

Segurança e diálogo 

Segundo a pesquisadora Maria Isabel o diálogo é o melhor caminho. “As pesquisas mostram que a principal estratégia para ajudar as crianças a terem bons hábitos é mediar sua relação com o mundo digital de forma construtiva, mostrando os desafios e analisando como suas ferramentas podem nos ajudar a ter experiências online onde prevaleçam as conexões significativas, os aprendizados com sentido e a diversão saudável”.

Ela também explica que essa mediação ativa é diferente para cada faixa etária e deve ser adequada a cada criança, de acordo com sua individualidade, interesses e diálogo. “Há que se avaliar qual caminho faz mais sentido em cada fase da infância: dosar o tempo, considerar a qualidade do conteúdo, combinar onde e como os dispositivos podem ser acessados e fazer do mundo digital uma experiência compartilhada entre crianças e adultos, pais, mães e filhos, educadores e estudantes”, diz a pesquisadora.

“Há outro aspecto importante: a construção de um sólido repertório de interesses, habilidades e rotinas offline, que certamente irão ajudar a criança a desenvolver a autorregulação em relação ao uso do ambiente digital”, exemplifica.

Dessa forma, a consultora financeira Luciana Flávia Bonsembiante busca conduzir o filho Enzo, de 6 anos, no mundo digital. “Digo para ele ver conteúdos educativos, como os aplicativos de leitura, jogos voltados para a idade dele, incentivo também para a criatividade, ele adora gravar vídeo e tem um canal no Youtube, então eu procuro incentivar essa parte também”.

Ela também conta que às vezes o filho quer ficar mais um pouco com o celular, mas aí ela o chama para outras atividades. “Gosto muito de brincar com ele de quebra-cabeça, lego, ele adora montar e desmontar coisas e assim vai. É muito disciplinado e é bem obediente”.

Tempo limite? 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda evitar exposição às telas. Para crianças de 2 a 5 anos, a recomendação é de até uma hora por dia, sempre com supervisão. Esse tempo pode ser estendido até duas horas por dia para crianças de 6 a 10 anos. Já crianças e adolescentes entre 11 e 18 anos devem limitar seu tempo online a duas ou três horas por dia.

“Entretanto, as pesquisas também mostram que o tempo de tela não é a medida mais relevante ou a única variável a ser considerada quando pensamos em cuidar da relação que as crianças estabelecem com o mundo digital”, pondera Maria Isabel que descreve algumas perguntas aos pais, para reflexão.  

“Por que a criança vai ter essa experiência, o que ela vai aprender ou vivenciar com ela, a qualidade do conteúdo acessado e ainda se esse tempo de tela está impedindo que a criança realize atividades importantes como dormir, se alimentar, brincar ao ar livre e interagir com outras crianças e adultos”, finaliza. 

Ela orienta que bons conteúdos são aqueles em que há respeito à privacidade e à identidade online. “São aqueles vinculados aos produtos e plataformas que respeitam nossa capacidade de desconectar e nos ajudam a encontrar espaço e oportunidades para brincar, criar, ler, desenhar, jogar, entre inúmeras possibilidades de encontros significativos conosco e com o outro. Em suma, bons conteúdos digitais são aqueles que trazem mais autoria – em oposição àqueles de uso mais passivo – acessados com intenção”, conta. 

*Da Redação, com informações da Agência Brasil

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