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quinta-feira, 28 março 2024

Família blindada, aprenda a proteger a sua

Relacionamento com Deus, triagem de conteúdos e diálogo! Famílias contam experiências que deram certo, e especialistas indicam o que fazer para fortalecer o lar

Família! Uma palavra carregada de significados que atravessou gerações, desde a criação do mundo, e se transformou em um dos maiores tesouros que o ser humano pode agregar. Afinal, é raro encontrar alguém que não queira um espaço para fortalecer os laços interpessoais, buscar apoio emocional e compartilhar sentimentos. Formada seja por pais e filhos, seja por mães ou pais solteiros, seja até por tios e avós com seus filhos de criação, essa instituição ainda é considerada um refúgio na sociedade moderna.

Romerito Oliveira
“Há uma crescente escalada de afronta moral e aos bons costumes que norteiam a família brasileira, e nesse cenário está ancorada a instrumentalização da mídia e de instituições públicas e privadas como arma de guerra utilizada para derrocada da família tradicional” Romerito Oliveira da Encarnação, pastor da Igreja Assembleia de Deus

Apesar da base sólida que os vínculos familiares oferecem, os lares têm sido bombardeados com conteúdos agressivos, que vêm derrubando muitas dessas unidades. Os valores invertidos estão na moda e destruindo muitos casamentos; a tecnologia desenfreada exterminou o tempo de qualidade; o entretenimento agressivo explícito é marcante nas programações de TV; as “brincadeiras” na escola se tornaram cada vez mais assustadoras e têm deixado marcas profundas em muitas crianças; e o discurso de ideologia de gênero vem colocando em xeque a formação das famílias.

A lista é extensa e aponta para uma realidade: este é um dos tempos de maior ataque à célula familiar. De acordo com o pastor da Igreja Assembleia de Deus Ministério Atos, de Vitória (ES), Romerito Oliveira da Encarnação, há uma crescente escalada de afronta moral e aos bons costumes que norteiam a família, e nesse cenário está ancorada a instrumentalização da mídia e de instituições públicas e privadas como arma de guerra utilizada para derrocada do lar tradicional. “Precisamos urgentemente redobrar nossos critérios de escolha e aceitação, sermos seletivos com programas de TV, internet e outros entretenimentos, acompanhar de perto as atividades escolares dos nossos filhos, pois, somente assim, como atalaias de guarda da nossa família, poderemos salvar nossos filhos e a instituição familiar da destruição engendrada pela violenta guerra cultural dos nossos dias”, explicou.Box-Família-Blindada

Relacionamento com Deus

Em um cenário de guerra, prudente é a família que “veste” a armadura e se blinda diante dos perigos. Uma das “armas” para proteger o lar é o relacionamento com Deus. Desde a Bíblia, passando pelo culto familiar até a oração. É o que acontece na casa da pedagoga Sueila Goese, que frequenta a Igreja Adventista do Sétimo Dia de Vitória. Ela é mãe de Isabeli e Grazieli, de 11 e 6 anos, respectivamente. Com o esposo, Robson Bohry Barbosa, adotou uma medida que tem dado certo. “Fazemos o culto em família todos os dias, com o estudo da Bíblia e da lição da igreja. Juntos, participamos de momentos de oração nos quais pedimos a proteção a Deus para nossa casa”, contou Sueila.

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A pedagoga conta que a prática tem dado certo, unindo a família e afastando conteúdos indevidos. Ela ainda observa que a presença da avó das meninas em casa ajuda muito na experiência de vida e no fortalecimento dos valores familiares. “Nossa prioridade é o tempo para Deus, para o lazer em família e para os bons exemplos. No momento em que nossas filhas entendem que viver no círculo familiar é prazeroso, elas não querem sair e, futuramente, vão querer formar famílias iguais à nossa”, comentou.

Pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Jardim da Infância, Célio Barcellos ressalta que a vida se tornou um verdadeiro octógono, onde o vale-tudo é aplaudido e qualquer intervenção contrária é totalmente vaiada. “Em meio a uma guerra totalmente voraz e sem limites de classificação etária, mais do que nunca, a Bíblia Sagrada é a blindagem indispensável para a família. Ela contém princípios normativos, que confrontam os comportamentos hedonistas, libertinos e tantos outros destinados a destruir valores familiares e espirituais.”

Barcellos e sua família moram no interior do Espírito Santo. Com uma filha de 6 anos e um filho adolescente, também trava uma batalha com conteúdos que a sociedade oferece. “Se a comunidade cristã anseia continuar a promover os valores do céu, é indispensável que cada família coloque na mente dos filhos os princípios normativos da Palavra. Deve assumir a educação desde a mais tenra idade, não permitindo que o Estado ou qualquer movimento tente desconstruir os ensinamentos, pois as informações e comportamentos deste século tendem a minar os valores espirituais e familiares.”

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Vamos conversar?

O bom relacionamento entre os integrantes da família também é primordial para manter os perigos de fora bem longe. Para isso, é preciso diálogo e compreensão. Por muito tempo, a psicóloga Márcia Demuner criou sozinha a filha, Milena Santa Vidal, hoje com 19 anos, e lembra como a conversa sempre ajudou. Juntas, enfrentaram as fases complicadas e as mudanças culturais da sociedade. “É importante que os pais entrem no mundo do adolescente e tornem-se amigos dele, valorizando o diálogo, que é indispensável para uma boa relação”, indica.

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Márcia destaca que é preciso paciência e jogo de cintura, além da busca pelo equilíbrio entre autoridade e amizade. “A relação entre pais e filhos deve se basear no afeto, favorecendo o elogio e evitando críticas constantes. Essa é uma poderosa arma para a manutenção de um bom relacionamento no lar.”

Assim como na relação entre pais e filhos, o diálogo é um fator essencial para o matrimônio, que influencia diretamente a harmonia familiar. No relacionamento do cineasta Vinicius Santos Amorim, casado há pouco mais de um ano, é comum um bate-papo sincero. A prática vem desde a época de namoro. “A honestidade e a sinceridade ao nos conhecermos, ao mostrarmos um ao outro quem realmente somos, foram muito importantes para fortalecer o namoro na época. Hoje, casados, não é diferente”, disse Amorim, que frequenta a Igreja Batista da Fé de Belo Horizonte (MG).

Ele também lembra outro ponto importante, mencionado em Efésios 4:26, que diz: “Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira”. “Procuramos nunca dormir chateados ou magoados um com o outro. Sempre conversamos sobre o assunto e oramos juntos. Isso tem nos ajudado a enfrentar os desafios do dia a dia”, revelou.

Tempo de qualidade

Se a família se relaciona com Deus e entre si, é sinal que o tempo está sendo aproveitado de forma ideal. Essa é uma das armas mais importantes para a blindagem de um lar. Hoje, com a tecnologia e as agendas cheias de compromissos, ter tempo é cada vez mais raro, o que vem abrindo caminhos para os ataques.

Kersky
“Eu e meu esposo combinamos os dias de folga no trabalho para ter mais tempo juntos para nós e com a nossa filha. Isso nos une ainda mais e nos sentimos mais protegidos em relação ao que mundo oferece de ruim” Kersy Kretle de Oliveira, corretora imobiliária e cristã

A corretora imobiliária Kersy Kretle de Oliveira, que participa de reuniões cristãs na Serra (ES), é casada há três anos e tem uma filha. Ela faz questão de tirar um tempo para o esposo, em busca de blindar sua relação conjugal, assim como programar atividades com a filha sem o celular ou a TV como protagonistas. “Eu e meu esposo combinamos os dias de folga no trabalho para termos mais tempo juntos para nós e com ela. Isso nos une ainda mais e nos sentimos mais protegidos em relação ao que mundo oferece de ruim.”

A psicanalista Adelina Diniz explica que exemplos como o da família de Kersy devem ser seguidos. Ela destaca que, hoje, as pessoas estão fortalecendo o convívio com o amigo virtual e deixando a vivência doméstica se perder. “Vemos exemplos de mães que utilizam o telefone e o tablet como ‘babás’. Além de causar afastamento, a prática expõe a criança a informações subliminares que os desenhos trazem”, alertou.

Adelina enfatiza que o papel de educar é da família e não da escola, do governo e até mesmo da igreja, como pensam alguns pais. “Precisamos voltar a ter tempo um para o outro, sentar à mesa para as refeições e preservar momentos de comunhão. Isso é positivo para o relacionamento e a estrutura familiar”, defendeu.


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