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sábado, 15 DE novembro DE 2025

Existe alguma profissão que o crente deve evitar?

Fé e princípios bíblicos ajudam a guiar escolhas profissionais do cristão - Foto: Freepik

Quando o trabalho deixa de glorificar a Deus é um sinal de que a pessoa deva repensar suas escolhas de profissão e redirecionar sua carreira para os propósitos do Senhor

Por Patrícia Esteves

O trabalho é uma das expressões mais antigas da humanidade e também uma das mais afetadas pela queda. Criado por Deus como bênção, tornou-se, depois do pecado, um campo de luta moral e espiritual. Essa é a base da reflexão feita pelo reverendo Augustus Nicodemus que no programa Augustus Responde, usou o assunto para tratar de uma dúvida recorrente entre os cristãos: existe algum tipo de profissão que o crente não deve exercer?

“O trabalho foi uma instituição divina”, recorda o reverendo. “Depois de Deus haver criado o homem, Ele colocou uma enxada na mão dele e mandou que cuidasse do jardim, cultivasse a terra e se alimentasse a partir dela”, disse.

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Nicodemus lembra que o trabalho, em sua origem, foi dado por Deus não apenas como meio de sustento, mas como forma de glorificar o Criador e servir à humanidade. Contudo, o pecado distorceu essa vocação. “A partir da queda, o trabalho do homem se tornou penoso, árduo. Aquilo que foi criado como algo bom acabou sendo utilizado de maneiras erradas”, afirma.

Critérios para discernir

Segundo ele, a Bíblia estabelece princípios sobre o que torna um trabalho agradável a Deus. “Quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus”, cita o texto de 1 Coríntios 10:31. A partir disso, Nicodemus propõe um critério. “Qualquer atividade na qual você se envolva e que viole esses princípios é uma profissão que você não deveria exercer”, destaca.

Não se trata, portanto, de elaborar uma lista de ocupações permitidas ou proibidas, mas de avaliar se a função exige mentira, engano, exploração ou imoralidade. “Se você está num trabalho que envolve enganar pessoas, ganhar dinheiro às custas do que é do próximo de maneira ilícita, você está violando o mandamento ‘não furtarás’. Se o trabalho obriga você a mentir ou a praticar imoralidade, é evidente que você não devia se envolver nesse tipo de atividade”, explica.

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Ele cita o exemplo da prostituição, que já chegou a ser proposta como profissão legalizada no Brasil, para ilustrar o contraste entre legalidade social e moralidade bíblica. “É claro que um homem ou uma mulher não vai se envolver nisso, porque viola claramente o mandamento a respeito da pureza de vida”, ensina o reverendo.

Servindo a Deus em ambientes difíceis

Mesmo reconhecendo que há contextos profissionais corrompidos, Nicodemus destaca que o cristão pode permanecer íntegro e fiel, testemunhando o Evangelho de dentro do sistema.

“Pense em Daniel. Ele serviu durante 60 anos na corte da Babilônia e não se corrompeu. E em José, que foi servo de Potifar e fugiu da imoralidade, porque é melhor perder uma boa capa do que perder a boa consciência”, reflete.

Esses exemplos bíblicos mostram que não é o ambiente em si que define o pecado, mas a postura do crente dentro dele, segundo Nicodemus. Em muitos casos, o local de trabalho pode se tornar um campo missionário, onde valores do Reino de Deus se manifestam em atitudes éticas, compaixão e honestidade.

Quando é hora de sair

Mas o reverendo também faz um alerta: há situações em que permanecer é impossível sem comprometer a fé. “Se o ambiente em que você está, o tipo de trabalho que você tem, lhe obriga a ir contra a Palavra de Deus, é melhor pedir demissão e procurar outra maneira de sustentar sua família”, aconselha.

Ele reconhece que essa decisão exige fé, especialmente quando há dependência financeira. Ainda assim, incentiva a confiança na provisão divina. “Confie em Deus. Ele haverá de fazer com que as portas se abram para que você ganhe o seu pão com tranquilidade”, afirma.

A reflexão de Augustus Nicodemus propõe um retorno ao propósito original do trabalho de servir, edificar e glorificar. Cada profissão deve ser um campo onde o cristão demonstra que o Reino de Deus é real nas rotinas diárias.

Entre planilhas, plantões, vendas e decisões corporativas, a pergunta a se fazer, de acordo com o reverendo é: o que eu faço glorifica a Deus ou apenas me sustenta? “Se o seu trabalho fere os princípios da Palavra, não é um bom emprego. Mas se ele reflete a bondade, a justiça e a verdade de Deus, então é ali mesmo que você deve servir”, conclui.

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