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sexta-feira, 19 abril 2024

Evangelização nas olimpíadas

Igrejas e instituições prepararam várias atividades para transmitir a Palavra de Deus durante o evento, que ocorre no Rio de Janeiro no mês de agosto

Pela primeira vez em terras sul-americanas, os Jogos Olímpicos 2016 irão acontecer no Rio de Janeiro, de 5 a 21 de agosto. Nesse período, mais de 12 mil atletas de todo o mundo disputarão 306 medalhas, em 28 modalidades diferentes. Enquanto os esportistas se dedicam à maior competição do planeta, outros se organizam para difundir a Palavra nos 17 dias do evento, assim como está nas Escrituras Sagradas: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura” (Marcos 16:15).

As propostas de evangelização serão muito bem-vindas, já que acontecerão num momento global conturbado. Em meio a diversos atentados movidos por intolerância religiosa e de gênero, por exemplo, é fundamental esse tipo de trabalho, especialmente por alcançar milhares de pessoas ao mesmo tempo.

Evangelização nas olimpíadas

Vários projetos já estão em andamento e terão seu ponto alto na ocasião. É o caso da Igreja Adventista do Sétimo Dia, que fará ações nas imediações onde acontecerão os Jogos. O Circuito de Campeões, liderado pelo diretor do Ministério Jovem da IASD na América do Sul, Pr. Carlos Campitelli, consiste em levar a mocidade às ruas para interagir com a comunidade carioca e os turistas em atividades pró-cidadania. “A intenção é, além de aflorar o espírito olímpico, mostrar a importância dos cuidados com a saúde e apresentar o cristianismo a quem não o conhece. Com a doação de sangue, por exemplo, que acontecerá, é possível demonstrar amor ao próximo”, disse, lembrando que mais de 800 participantes de sete países sul-americanos (Brasil, Argentina, Paraguai, Chile, Peru, Bolívia e Equador) vão se dividir em grupos de 40 a 50 voluntários.

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Segundo Campitelli, o que se espera da mobilização é o desenvolvimento entre os jovens adventistas da apreciação pelo serviço em favor do próximo, a disponibilidade de ajudar, que é algo muito importante na formação do caráter cristão. “Além disso, vamos ajudar a sociedade com ações simples, mas que mostram que, mesmo com um evento desse tamanho, nós estamos pensando na comunidade, nas pessoas que vivem ali fora da época das Olimpíadas.”

A Aliança Pró-Evangelização das Crianças (Apec) também está entre as instituições envolvidas. Com tema “Paixão pelas Crianças”, sua empreitada foi criada para alcançar o maior número possível de crianças para Jesus. De acordo com a gerente comercial da entidade, Queila Rangel, o desafio lançará mão de atividades específicas. “Para atingir nosso objetivo, que é conduzir os pequenos à experiência de receber Cristo como seu Senhor e Salvador, 123 voluntários de diversos países foram divididos em 30 equipes. As modalidades a serem utilizadas são evangelismo pessoal, de casa em casa, ao ar livre, nas escolas, por meio dos Clubes/Classes de 5 Dias, de campanhas, de encontros, da distribuição de literatura e de DVDs do filme ‘Jesus’, e de palestras para pais, professores, líderes e pastores e simpósios. Serão doados kits de literatura para as igrejas que participarem da ação e que continuarão ensinando as crianças alcançadas”, detalhou Raquel. E completa: “Ninguém volta o mesmo depois de um momento como este, não só pela visão missionária ampliada, como também pelas experiências com o Senhor nas mais diversas circunstâncias e que se tornarão inesquecíveis”.

A Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) prestará apoio a outras organizações em iniciativas que já estão sendo executadas. Entre os títulos que a instituição indica na dinâmica estão o “Evangelho de João”, disponível em várias línguas, e as publicações com distribuição gratuita que tratam do tema esportivo. São elas: “Rio” (conta a história dos Jogos, recordes, curiosidades, além testemunhos de atletas cristãos de diferentes países) e “Rio Fun” (voltado para crianças, com desenhos para colorir). Além disso, a entidade está caminhando com dois movimentos.

Evangelização nas olimpíadas

O primeiro deles é o “Bola na Rede”, que promoverá no período uma série de intervenções entre turistas contra a exploração sexual de menores. Para isso, dezenas de voluntários de igrejas e organizações treinados sobre os conceitos de proteção infantil irão atuar. O objetivo da campanha da Rede Evangélica Nacional de Ação Social (Renas) é abordar 10 mil pessoas. A coordenadora do grupo executivo da campanha, Débora Fahur, lembra que Jesus abençoou e protegeu os pequenos. “Como discípulos dEle, precisamos fazer o mesmo, sendo agentes de proteção das crianças por onde passarmos.” Já o Braços Abertos, o segundo projeto, foi criado com a finalidade de conectar e coordenar o envolvimento de igrejas e organizações evangélicas na proclamação da Palavra antes e durante os grandes eventos esportivos que acontecerão no Rio.

Tendo o futebol como foco, a Junta de Missões Nacionais fará a mobilização Jesus Transforma, ou Trans, como é mais conhecida. É uma proposta missionária que envolve centenas de voluntários na divulgação do Evangelho em cidades e bairros não alcançados. Nesse momento dos Jogos, acontecerá no entorno do Engenhão, na primeira quinzena, e no Maracanã, na segunda metade de agosto. Participarão aproximadamente 130 voluntários, que terão ainda o apoio de igrejas cariocas. A União Batista Latino-Americana (Ubla) convidou a Convenção Batista Brasileira (CBB) para aderir. A Jovens com uma Missão (Jocum) começou a colocar em prática o Jesus4All Movement (Movimento Jesus Para Todos), que terá seu grande momento exatamente nas Olimpíadas. Com foco também missionário, o projeto está mobilizando igrejas e voluntários do Brasil e de outros países. Uma das estratégias prévias foi se fazer presente nas cidades por onde a tocha olímpica passou. Também haverá um relógio de oração, que funcionará durante 100 dias, ininterruptamente.

Capelania esportiva
Receber o maior evento esportivo requer uma série de providências, que vão desde construções dos centros de competição, logística, mobilidade e segurança, até cuidados nos detalhes, como a capacitação de voluntários por setor e personalização de uniformes e ambientes. Com tantas preocupações, o Comitê Olímpico Internacional (COI) entende que o atendimento espiritual de atletas não pode ficar de fora desse pacote e disponibiliza a cada edição um centro inter-religioso onde os cinco maiores credos mundiais são representados.

Na Rio 2016, esse espaço dentro da Vila Olímpica, na Barra da Tijuca, abraçará judeus, muçulmanos, hindus, budistas e cristãos, sendo o último grupo subdividido entre católicos e protestantes. Cada segmento terá quatro capelães para atender às necessidades espirituais dos cerca de 30 mil moradores da vila, entre atletas olímpicos e paralímpicos, além das comissões técnicas.

Capelão protestante convidado pela Rio 2016, o brasileiro Marcus Baridó, professor de Coaching Esportivo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro da equipe The Road to Rio de Athletes in Action, um ministério da Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo (CRU) no Brasil, avalia que o maior desafio é atender uma verdadeira cidade com apenas uma única igreja, de poucos líderes e limitada às suas paredes, porque a atuação se restringe à capela cristã, mas, sem dúvida, é a maior oportunidade de apresentar o Reino de Deus a diversas nações simultaneamente.

Evangelização nas olimpíadas“Anunciaremos o Rei da paz, que excede todo entendimento. Que garante vida plena e satisfação verdadeira para nossas almas e nos torna mais que vencedores. Como diz o texto bíblico em I Coríntios 9:25, todos os que competem nos Jogos se submetem a um treinamento rigoroso, para obter uma coroa que logo perece, mas nós o fazemos para ganhar uma coroa que dura para sempre”, afirmou. “As peculiaridades do serviço com atletas são da própria natureza da vida esportiva. O atleta é alguém que vive para vencer. Paulo fala sobre isso. Ele diz que o atleta em tudo se domina para alcançar uma coroa corruptível. Isso quer dizer que ele abre mão de tudo: vida social, prazeres alimentares, abre mão da ausência de dor física, ele é alguém que se acostuma a sentir dor. Todo esse cenário acaba criando uma demanda psicológica e espiritual grande, porque o atleta esta sempre no limite.

O capelão tem que ser alguém disponível para ajudar nessas demandas. A maioria dos atletas não tem condições de frequentar cultos semanais por conta de viagens e competições. Ele também é alguém que não pode comer em cantina na igreja, por exemplo, ou quando o grupo de jovens sai para comer em algum lugar, porque ele tem rotina diferente de alimentação e sono. Isso gera uma ausência de grupos cristãos e sociais em que vive. Em geral, a equipe técnica acaba se tornando sua família e amigos, porque são com quem se relaciona o tempo todo e muitas vezes não tem companheiros cristãos. Nesse momento, a presença do capelão se faz essencial.

É alguém para partilhar vida e valores cristãos, principalmente de que a verdadeira vitória está em viver Cristo.” De acordo com Marcus, no caso de atleta olímpico, o macrociclo de treinamento dura quatro anos, portanto, são 1.460 dias permeados de expectativa e euforia, porque para se classificar para uma Olimpíada ele precisou viver ciclos vitoriosos. “Isso culmina na Olimpíada e gera muito mais decepção que euforia, pois apenas um vai ser o medalhista de ouro. “E mesmo o campeão vive um momento de euforia breve, porque ele já emenda num outro ciclo olímpico da expectativa de se manter campeão, e assim, manter patrocinadores, apoiadores, equipe, etc.”, explicou.

O Pr. Carlos Campitelli lembra que este será um momento único e especial para jovens e adultos compartilharem a Palavra do Pai de forma eficiente. “Além da quantidade de pessoas reunidas num espaço, elas estarão dividindo o espírito olímpico, algo que aproxima os indivíduos. Assim, as iniciativas alcançam suas metas.”

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