A inciativa global conta com mais de 100 recomendações que agências governamentais e empresas do setor privado podem adotar
Por Patricia Scott [God TV]
Para combater o aumento alarmante do antissemitismo nos EUA, o presidente Joe Biden anunciou, no último dia 18 de maio, a primeira estratégia abrangente. São mais de 100 medidas descritas no plano que agências governamentais e empresas do setor privado podem adotar para combater o preconceito contra os judeus.
“Na América, o mal não vencerá, o ódio não prevalecerá. Silêncio é cumplicidade. O veneno e a violência do antissemitismo não serão a história de nosso tempo. Um ataque a qualquer um dos nossos grupos, é um ataque a todos nós”, comentou Biden.
Organizações judaicas
Muitas organizações judaicas importantes elogiaram o plano, incluindo a Conferência de Presidentes das Principais Organizações Judaicas Americanas. “Todo compromisso é concreto e o governo está se responsabilizando pelos prazos, tudo dentro de um ano”, ressaltou Jonathan Greenblatt, executivo-chefe da Liga Anti-Difamação (ADL).
Jonathan elogiou a iniciativa de Biden de ter convocado organizações e agências não federais a agirem. “Ele não apenas diz o que o governo fará, mas também pede ao Congresso que assuma compromissos, que as empresas se levantem, que a sociedade civil tome medidas”, frisou e acrescentou: “É disso o que precisamos. Não há bala de prata que pare o antissemitismo. Isso vai exigir que todos os elementos da sociedade trabalhem juntos”.
Aumento no número de casos
Segundo o diretor do FBI, Christopher Wray, em 2022, o antissemitismo foi responsável por 63% de todos os crimes de ódio com motivação religiosa nos EUA. No entanto, a comunidade judaica representa apenas 2% da população dos EUA.
De acordo com a Liga Anti-Difamação, no ano passado, foram 3.697 incidentes antissemitas. O número representa um aumento de 36% em relação aos 2.717 incidentes registrados em 2021, Vale salientar que o índice é o maior registrado desde que a ADL começou a rastrear incidentes antissemitas em 1979.
Para elaborar a nova estratégia para combater os crimes contra judeus uma consulta com cerca de mil autoridades federais e locais foi desenvolvida. Participaram também líderes religiosos e grupos da sociedade civil. Ela contém mais de 100 recomendações.
Segurança judaica
A estratégia multifacetada tem quatro objetivos principais: aumentar a conscientização e compreensão do antissemitismo, incluindo sua ameaça à América; construir solidariedade “entre comunidades” para combater o ódio; melhorar a segurança e a proteção das comunidades judaicas; reverter a “normalização” do antissemitismo.
“A segurança judaica está intrinsecamente ligada à segurança de outras comunidades e à saúde e vitalidade de nossa democracia multirracial. À medida que vemos o antissemitismo e o extremismo cada vez mais normalizados em nossa política e sociedade, a urgência deste plano se torna ainda mais clara”, salientou Amy Spitalnick, CEO do Conselho Judaico para Assuntos Públicos.
O marido da vice-presidente Kamala Harris, Doug Emhoff, é o primeiro cônjuge judeu de um presidente ou vice-presidente dos EUA. Ele se comprometeu a combater o antissemitismo.
“Conheço a raiva que os judeus estão enfrentando por causa dessa epidemia de ódio. Estamos comprometidos em garantir que todos possam viver aberta, orgulhosamente e em segurança em suas próprias comunidades. É responsabilidade de todos nós colocar um fim a esse ódio visceral que estamos vendo em todo o nosso país. Não podemos normalizar isso”, enfatizou Emhoff.