Deputados rejeitaram a lei para descriminalizar o aborto no Equador. “Eles queriam legalizar um crime contra inocentes, mas a vontade do povo foi respeitada no final”, disse Amparo Medina, da organização pró-vida Pro Vida
Deputados equatorianos rejeitaram na última terça (17) uma lei para descriminalizar o aborto em casos de estupro, incesto ou malformações do feto. Decisão provocou confronto de militantes que aguardavam o fim da votação na Assembleia Nacional do país.
No total, 65 deputados votaram a favor da reforma desta lei do código penal, 59 se opuseram e 6 se abstiveram. Defensores do direito ao aborto e pessoas contrárias à interrupção da gravidez aguardavam o resultado da votação.
Polêmica
A questão do aborto é bem polêmica no Equador, país de forte tradição católica. As equatorianas são autorizadas a interromper a gestação somente quando a vida da mãe está em risco. Ou quando a gravidez é fruto de um estupro de uma mulher com deficiência mental.
Em qualquer outro caso, a prática do aborto é passível de uma pena de seis meses a dois anos de prisão. Segundo organizações feministas do país, a cada ano, cerca de 2.500 adolescentes engravidam e se tornam mães em decorrência de estupro no Equador.
Mobilização cristã
Para que a lei não fosse aprovada, pastores evangélicos do país se uniram em oração e protestos. Em Guayaquil, eles colocaram caixões brancos com cruzes negras nas ruas para condenar a morte de “vidas formadas desde a concepção”. Muitos protestaram fora do parlamento durante a sessão. E comemoraram o resultado de joelhos, orando e cantando louvores.
“Eles queriam legalizar um crime contra inocentes, mas a vontade do povo foi respeitada no final. É uma vitória das crianças que ainda não nasceram”, disse Amparo Medina, da organização pró-vida Pro Vida.
*Da Redação, com informações da Agência EFE
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