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terça-feira, 23 abril 2024

Sandro Gonzalez: Melhor servir do que ser servido

Foto: Arquivo pessoal

Com uma história empreendedora de sucesso, Sandro Gonzalez segue uma rotina profissional pautada nos princípios bíblicos: “a bênção do Senhor vem sobre o negócio”

Por Priscilla Cerqueira 

Aos 51 anos, com 13 premiações no currículo e um negócio baseado nos princípios cristãos, o pastor e empresário mineiro Sandro Gonzalez é um dos executivos no ranking “Os 25 melhores CEOs do Brasil”, elaborado pela Forbes Brasil, além de ter sido eleito o “comandante” de empresa mais admirado do país pela revista Você S/A.

O notório sucesso, que se reflete na vida pessoal e na rotina profissional, é pautado em valores e princípios bíblicos. “Quando o trabalho está ancorado nos valores cristãos, alinhado com a Palavra de Deus, a bênção do Senhor vem sobre aquele negócio”, aponta.

Casado há 31 anos e pai de cinco filhos, ele apostou na história empreendedora e ousada do seu pai. Hoje, Gonzalez é um dos maiores nomes do país quando o assunto é gestão organizacional. Diretor-presidente da Transpes, acumula resultados, conquistas e prêmios que atestam os bons caminhos da empresa de logística com 51 anos de atuação de mercado, especializada em movimentar cargas com tamanhos, pesos e volumes especiais.

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Tudo isso, garante, tendo Deus no comando do negócio. Confira na entrevista a seguir, um pouco da história e receita de sucesso deste empresário cristão que tem a Bíblia como base e regra de fé e conduta.

 

“Jesus é a grande inspiração de empreendedorismo e de
gestão que podemos ver em toda a humanidade”

 

Jesus foi um dos maiores gerenciadores de pessoas da história. Como ser um líder ao estilo d’Ele?

Sem dúvida Jesus é a grande inspiração de empreendedorismo e de gestão que podemos ver em toda a humanidade. É muito simples a aplicação de ser um líder e um gestor como ele é: aplicar os princípios que Ele nos ensina na palavra d’Ele. Cada ação, problema, oportunidade e em cada milagre que fez, deixa isso muito latente, os princípios que podemos extrair das narrativas bíblicas, da sua conduta e do seu comportamento, que vão muito além dos óbvios de justiça, de verdade, de justiça, de respeito e compaixão. E vai também sobre o empoderamento, que fala também em aceitar riscos, a promoção da nova geração importância da sucessão. Precisamos aprender a ler a Bíblia também como um olhar baseado num modelo de gestão de Jesus.

A gestão de pessoas implica em liderar temperamentos e personalidades que compõe a equipe de trabalho. Saber analisar as relações humanas é importante? Como fazer isso tendo sucesso no empreendimento?

Sandro Gonzalez: Melhor servir do que ser servido
Foto: Arquivo pessoal

As pessoas realmente são diferentes em temperamentos, personalidades e motivações. O grande lance de conseguirmos a cooperação das pessoas é fazer com que a visão e o objetivo a ser alcançado sejam claros.

Jesus também nos mostra isso na sua forma de ser. Os discípulos tinha temperamentos e vidas completamente diferentes, mas todos eles foram unidos no mesmo propósito. Quando colocamos isso para o bem comum as pessoas entendem isso e caminham na direção da construção desse propósito maior, aí sim as diferenças das pessoas embelezam o quadro todo.

Nós precisamos que as pessoas tenham competências, percebam e tenham sentimento e personalidades diferentes, mas que estão unidas num propósito maior.

Como o empreendedor pode alcançar o carinho e o respeito dos funcionários e de que forma isso agrega valor para a empresa?

O respeito, a transparência, a fluidez na comunicação. Esses são os três pilares fundamentais para a relação interpessoal hoje no mundo corporativo. É você conseguir ter uma comunicação franca. Hoje, através da mídia social, desse volume de comunicação, não existe mais o segredo. As pessoas querem saber o que e como você está pensando e constrói suas decisões. Não basta apenas comunicar suas decisões, mas explicar o modelo de construção mental que cada líder desenvolve quando vai decidir algo. Independente do cargo que elas ocupam, nosso lema é: repeito, da portaria a presidência. Ou seja, não podemos tratá-las pelo cargo que ela ocupam ou pelo importância dentro da organização e sim, como indivíduo que ela é.

A ação e gestão de um negócio firmado na rocha, que é Cristo, está ancorado na espiritualidade do líder? Isso faz toda a diferença nos resultados? Por que?

Não é espiritualizar o mundo corporativo, e sim, a aplicação de princípios, que faz com que as pessoas tem ou deixam de ter sucesso. Não basta a pessoa dizer que é crente em Jesus e tem a sua fé firmada na rocha. Conheço muitos empresários que aplicam os princípios corretos nos seus negócios, são os princípios bíblicos de respeito, de justiça, de transparência, de uma boa comunicação, de verdade e de compaixão. As vezes eles não tem tanta espiritualidade nesse aspecto que nós crentes dizemos, não são pessoas que frequentam a igreja, que professam a fé de uma forma pública, mas tem sucesso nos seus negócios. Ou seja, o sucesso está aconrado na aplicação de princípios e valores bíblicos, independente da fé que a pessoa professa. Uma vez que está alinhado com a Palavra de Deus, a bênção do Senhor vem sobre aquele negócio. Nós precisamos desmistificar um pouco sobre essa questão dentro do mundo corporativo. Aplicarmos de uma forma mais lúcida e objetiva os princípios e valores cristãos. E assim vamos ter mais sucesso no mundo corporativo

Partindo da premissa de que o líder deve primeiro servir, quais as atitudes que ele deve ter perante seus liderados, sob os princípios bíblicos?

Sandro Gonzalez: Melhor servir do que ser servido
Foto: Arquivo pessoal

O líder deve principalmente servir. Isso é um princípio bíblico claro. É fundamental entender as pessoas, que as decisões precisam ser construídas e não ditatoriais e arbitrárias.

O clima organizacional é uma ferramenta importantíssima para o sucesso do negócio. É entender que as pessoas precisam estar na mesma visão, no mesmo propósito. Entender que as pessoas felizes rendem mais que as infelizes.

Ou seja, é você promover a oportunidade das pessoas se realizarem através do trabalho. A nova geração trabalha mais com o propósito do que por dinheiro. As vezes até ganham um bom salário, mas não tem uma visão de futuro dentro da organização. E isso acaba travando a atividade profissional da vida dela, perde o censo de potencialização da sua profissão. Isso nós trabalhamos muito dentro da nossa empresa, ou seja, um clima organizacional satisfatório dentro da empresa.

O empreendedorismo vem crescendo no Brasil, mas muitos ainda não descobriram que podem investir nesse caminho. Para o cristão, como despertar essa iniciativa de forma que venha contribuir com o Reino?

O empreendedorismo não é um crescimento apenas no Brasil, é um movimento global, decorrente da robotização, automatização, globalização e desse modelo pós moderno de geração de riquezas. Cada vez mais a riqueza sendo transferida para ideias, iniciativas criativas e soluções para nossa sociedade, que está cada vez mais complexas. Acredito que o empreendedorismo tem que ser altamente difundido no meio cristão, principalmente para nossos jovens e aqueles que querem entrar no mercado de trabalho. Todo mundo tem um talento, um dom, um segredo de família e uma habildade. O empreenderorismo está muito ligado aos dons, talentos, e história da família de cada indivídio. Através dele é exatamente a formação e geração de riqueza de uma nação. Eu acredito muito nessa proposta. Sempre dou palestras para jovens fazendo com que eles se entusiasmem para serem empreendedor, tenham sua própria geração de riquezas e sejam protagonistas da sua história profissional e não ao contrário.

Em 2017 você foi eleito um dos 25 melhores CEOs do Brasil pela Forbes. A que se deve esse resultado? Foi um impulso para melhorar seu negócio ainda mais?

É um resultado de todas as nossas políticas estratégicas do nosso RH e os programas que desenvolvemos. Nós já tínhamos sido eleitos melhor empresa do Brasil para se trabahar entre mais de 1500 empresas. Isso traz uma notoriedade muito grande. Esses prêmios são uma tradução de todas as nossas políticas fundamentalmente baseada na nossa cultura. Os programas devem traduzir o DNA e a cultura da empresa pois se não será uma ferramenta sem uso, ou algo que não terá utilidade e nem maturação. Cada negócio tem o seu DNA. A principal preocupação da direção é estabelecer os valores, a culturam o propósito da organização. Aí em cima disso, se pode construir programas que sejam virtuosos e vitoriosos, que vão contaminar positivamente toda a equipe da empresa, que vai levar o nível do clima organizacional lá pra cima. Existem vários programas em nossa empresa que foram premiados. Mas a ênfase e a beleza são o aculturamente que o nosso RH faz com todos os nossos 1.500 funcionários. É o programa do menor aprendiz, de desenvolvimento individual, trainer, o de acolhimento, refugiados, egressos e etc. São programas de gestão que traduzem a nossa cultura e os nossos valores.

Você dirige uma empresa que foi eleita a melhor do setor de logística e transporte no Brasil, segundo o Guia “Você SA”. Como construiu seu negócio no mercado nacional até se tornar um sucesso? Qual sua maior base?

Temos uma empresa de 54 anos de fundação e com muita clareza quais são os nossos valores e princípios. Entendemos que quanto mais próximo estivermos desses princípios maior será a nossa possibilidade de sucesso junto ao nosso grupo de colaboradores, funcionários, diretoria e gestores, em todas as mais de 20 filiais que temos no Brasil. O nosso sucesso não é um modelo de negócios, mas é vinculado aos nossos valores e princípios. E todos eles estratificados da Bíblia, de uma forma bem objetiva e clara, e com uma linguagem corporativa. Não é trazer a igreja para dentro do negócio. Muitos negócios tem caído nessa vala comum e aí faz dele uma igreja. Deus nos deu criatividade suficiente em cada negócio e atividade para criar formas com com esse negócio, estratificado da Bíblia, ter os valores aplicados em sua gestão.

Há cerca 4 anos o Brasil tem passado por uma crise em sua economia, desestabilizando as empresas, na qual desencadeou um desemprego desenfreado. É possível crescer em meio a crise?

O Brasil passa por um momento muito delicado na economia. Esse ano mesmo o nosso PIB está praticamente zero nos dois primeiros semestres e os dados indicam que a gente continua em recessão. Mas eu acredito que o mais importante do que crescer é a sustentabilidade do negócio. Ou seja, através de uma comunicação lúcida, clara e transparente, mostramos como que aquele negócio se sustenta. Em 2016 mandaos mais de 600 pessoas embora. Fechamos várias filiais e escritórios, decorrente da crise. Com muita dignidade, honra e olho no olho, mostramos para as pesoas que aquele momento precisava acontecer para que a empresa continuasse, sem esconder nada de ninguém. Até a notícia ruim pode se transformar em algo positivo se ela é dada da forma correta e com a lucidez do momento. E foi isso que nós fizemos.

Como o cristão pode contribuir nesse processo?

Sandro Gonzalez: Melhor servir do que ser servido
Foto: Arquivo pessoal

O momento de crise é o DNA do cristianismo. A história da igreja é ligada a desafios, oposiçãom morte, martírio.

Se soubéssemos elvar isso para o mundo corporativo nos tornaremos muito mais resiliente, criativo e novas oportundiades do mercado e principalmnente planejando esperança.

A Bíblia diz que Deus é um Deus de toda esperança. Então, isso é acreditar no Brasil, se reinventar, desenhar de nvoo o seu negócio, novos produtos, se atualizar.

A conexão com empreendedores cristãos, conhecer iniciativas que já deram e estão dando certo no Brasil ajuda a criar uma perspectiva diferente e ousada no sentido de crescimento do Reino? Como?

A conexão é fundamental e primordial para os negócios. Jesus nos mostra isso na Bíblia, a conexão entre sociedade, pessoas diferentes e divergentes. Quero parabenizar esse evento da Valorem que se propõe justamente isso. É a troca de idéias, sonhos e experiências de um e de outro que pode nos mostrar caminhos e opções melhores para que juntos a gente construa uma nação melhor. Então esse network e troca de experiências é fundamental para o amadurecimento e o êxito de uma nação e de do mundo corporativo.

Como empresário, líder, pai e pastor, que conselho daria para quem está iniciando um negócio?

Ame a Deus profundamente e deixa que esse amor se materialize através das pessoas que estão a sua volta, com valores e princípios que sejam os mais nobres e divinos possíveis. Cuide de sua família porque no fim do dia é pra casa que você vai voltar, é com ela que vai estar. E que não haja nenhum comprometimento que te afaste da sua família, pois ela acaba sendo a base de tudo. E por alto que você possa alcançar, sempre se coloque numa posição de servo. Sirva a sua igreja, sua família, a sua sociedade e ao mercado de trabalho na qual você está inserido. Essa é uma posição que traz um signficado maravilhoso na vida quando entendemos que melhor é servir do que ser servido.


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