Já chega a 50 o número de pessoas que morreram em Minas, em decorrência de enchentes. No ES, passou de 10 mil o número de desalojados, Colatina e Linhares continua em alerta para a cheia do rio doce
Apesar da chuva ter dado uma trégua na região sudeste, a população ainda continua em alerta. Em Linhares e Colatina, norte e noroeste do Espírito Santo o rio doce poderá subir e inundar ruas. Já em Minas Gerais, subiu para 50 o número de mortes causados pelas fortes chuvas. Com as enchentes, municípios calculam os prejuízos.
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O número de mortes provocadas pelas chuvas em Minas subiu para 50. boletim divulgado nesta terça (28), 28.043 pessoas estão desalojadas e 4.101 estão desabrigados no estado. Em Governador Valadares (MG), a inundação causada pela elevação do rio doce atingiu cerca de 50 mil pessoas de áreas ribeirinhas.
O nível do Rio Doce atingiu a cota de 682 cm, acima da cota de inundação que é de 450 cm. Segundo boletim divulgado nesta terça (28) o nível do Rio tem a tendência a permanecer estável. Mas muita gente continua ilhada. A população relata que o rio subiu acima do que foi informado.
“Nós subimos os móveis da nossa casa, mas não imaginávamos que o rio ia subir tanto assim. Com a lama da Samarco deu um fundo no rio, que acabou subindo ainda mais. A água está custando a baixar”, relatou Stela do Carmo, que precisou abandonar a casa e esperar a enchente passar.
Stela que é da Igreja Casa de Oração, também relatou à Comunhão que o templo ficou inundado. “Nós subimos os bancos da igreja, o piano, mas não foi o suficiente pela quantidade de água que veio. A metragem informada pela defesa civil foi acima do esperado”, contou.
Espírito Santo
No Espírito Santo já são mais de 10 mil desalojados por conta da enchente que devastou vários municípios. Nove pessoas morreram e seis ficaram feridas. Para esta quarta (29), a previsão é de que as chuvas decorrentes da Zona de Convergência do Atlântico Sul comecem a perder força, mas o tempo deve continuar instável em parte do estado.
Em Colatina, região noroeste do estado, o rio doce chegou a quase 8 metros. Nesta terça baixou. Mas a prefeitura, defessa civil e corpo de bombeiros continuam alertam a população para ficarem em alerta para uma possível inundação. Se vier a chuva o centro da cidade vai inundar.
“A prefeitura está fazendo um trabalho de preventivo para não deixar a população desavisada. Então, todo mundo que mora a ribeirinha do rio está deixando suas casas.
E os comerciantes do centro estão retirando suas mercadores para não terem prejuízos. A cidade está em alerta para uma possível inundação se caso a chuva vier e inundar”, declarou o advogado Fábio Menelli, morador da cidade.
Em Linhares, norte do estado, pelo menos 22 famílias foram retiradas de casas que ficam próximas do rio por causa dos riscos de inundação. Elas estão hospedadas em um ginásio de esportes. Em algumas casas do bairro Olaria já foram registros pontos de alagamentos.
Nesta terça (28), o nível do rio doce chegou a 5,2 mts. A ação é uma medida preventiva já que há riscos de que o nível do rio continue subindo. A Associação Batista Leste (Abaleste), que agrega 25 igrejas de seis cidades da região, está acompanhando a situação com a defesa civil municipal.
Um grupo de voluntários ajudou os afetados das chuvas em Iconha e Castelo. Agora, se preparam para atender Linhares, se houver necessidade. “Estamos preparados para levar qualquer tipo de apoio a população que ficar desabrigada na cidade. Tanto que suspendemos os benefícios para a região sul para aguardarmos se vai precisar em Linhares. Esse é o nosso papel, ajudar um ao outro”, afirmou Francisco, presidente da Associação.
Já em Cachoeiro, uma reunião entre lideranças locais e o governo do estado aconteceu nesta terça (28) para definir ações para reconstrução da cidade. O prefeito, Victor Coelho decretou estado de calamidade pública.
“O decreto de Estado de Calamidade Pública em Cachoeiro foi crucial para a garantia do apoio estadual e federal, tanto pras respostas de curto prazo, quanto para reconstrução da cidade e apoio ao comércio. Todas as providências estão sendo tomadas pra viabilizar recursos para a recuperação do município, e, com trabalho em conjunto, conseguiremos sair desta situação”, disse o prefeito.
Monitoramento
A defesa civil, tanto em Colatina quanto em Linhares segue monitorando as condições do Rio doce e mantem um esquema de plantão de 24 horas para atendimento a ocorrências, envolvendo casos e possíveis alagamentos, deslizamentos de terra e inundações.
*Da Redação, com informações de agências e Prefeituras
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