A decisão foi tomada no dia 12 de março, com uma votação no Parlamento que contou com 80 votos favoráveis e apenas quatro contrários
Por Patricia Scott
Após a aprovação de uma emenda constitucional, Papua Nova Guiné passou a ser oficialmente reconhecida como uma nação cristã. A decisão foi tomada no dia 12 de março, com uma votação no Parlamento que contou com 80 votos favoráveis e apenas quatro contrários, conforme informou a Rádio New Zealand.
A emenda inclui uma nova declaração no início da Constituição: “(Nós) reconhecemos e declaramos Deus, o Pai; Jesus Cristo, o Filho; e o Espírito Santo, como nosso Criador e Sustentador de todo o universo, e a fonte de nossos poderes e autoridades, delegados ao povo e a todas as pessoas dentro da jurisdição geográfica de Papua Nova Guiné.”
Antes de ser aprovada, a proposta passou por várias discussões em 2022, conduzidas pela Comissão de Reforma da Lei Constitucional, com a participação de comunidades, igrejas e grupos da sociedade civil de todo o país. A mudança recebeu amplo apoio popular.
Um dos maiores defensores da medida, o primeiro-ministro de Papua Nova Guiné, James Marape, comemorou a aprovação no Parlamento. “Estou feliz. Esta emenda constitucional finalmente reconhece nosso país como uma nação cristã. Ela reflete, de forma significativa, o papel essencial das igrejas cristãs no nosso desenvolvimento como nação.”
Ele também garantiu que a emenda não prejudica os direitos dos cidadãos que seguem outras religiões. A Seção 45 da Constituição, que assegura a liberdade de consciência, pensamento e religião, permanece inalterada.
Marape também ressaltou a contribuição das igrejas para a unidade e o avanço de Papua Nova Guiné ao longo de sua história. “Com toda a diversidade de línguas, culturas e afiliações tribais, ninguém pode negar que as igrejas cristãs foram fundamentais para a união e coesão do nosso país.”
O primeiro-ministro destacou ainda o papel essencial das igrejas em fornecer apoio social em áreas onde a presença do governo é limitada. “As igrejas muitas vezes estão à frente do governo em várias regiões; onde o governo não está, as igrejas estão lá”, disse. Marape lembrou que missionários e igrejas chegaram à região muito antes de 1975, com a primeira missão ocorrendo há mais de 150 anos, e continuam a apoiar o povo até hoje.

