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quinta-feira, 28 março 2024

Sem discipulado a igreja não sobreviveria no Norte da África

Discipulado
(Foto: Reprodução / fstop123)

O discipulado no Norte da África é oferecido desde 2011 e quase metade das igrejas locais o utilizam. Pastor Kabil coordena um projeto que treina instrutores para cursos de discipulado e conta com cerca de 350 pessoas

Você já imaginou como a igreja cresce? Um dos elementos principais é o discipulado: ensinar a novos cristãos o que significa ser um seguidor de Jesus, não apenas em palavras, mas também pelo exemplo. Isso também é realidade em países no Norte da África. A como a Líbia, que está no Top 10 da Lista Mundial de Perseguição 2020.

“Você deve fazer uma escolha: nós ou Jesus. Você quer sua família ou sua nova fé?” Kabil não precisou pensar muito quando foi confrontado com essa escolha há 10 anos. Ele obedeceu a uma missão dada por Deus: treinar instrutores que discipulam pessoas no Norte da África.

Kabil é um norte-africano que dedica a vida para treinar pessoas. Ele criou uma rede de instrutores que atualmente tem cerca de 350 pessoas. Pouco depois da conversão, Kabil recebeu a função de professor de estudo bíblico na igreja. “Minha vida é totalmente dedicada ao Senhor, especialmente ao treinamento de discipulado”, declara o cristão.

Cristão ex-muçulmano, se converteu em 2004, e sabe da importância de um bom treinamento de discipulado. “Em 2008 e 2009, grandes problemas começaram e eu tive que escolher entre minha família e Jesus. Aquela foi realmente uma decisão difícil. Eu decidi seguir ao Senhor e abrir mão da minha família. Eu ainda não tenho contato com minha mãe e tenho pouco contato com meus irmãos e irmãs”, revela Kabil.

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Sobrevivência da Igreja 

Há alguns anos, pessoas que se converteram repentinamente pararam de ir à igreja. A liderança local discutiu a questão e entendeu que faltava treinamento de discipulado. “Percebemos que, depois que a pessoa era batizada, não voltava para a igreja. Com o tempo, alguns cristãos também não estavam estáveis na fé. Queríamos oferecer um serviço de qualidade, por isso precisamos organizar treinamento para fazer com que a igreja sobrevivesse com o tempo”, explicou.

“Após começar a oferecer o curso, percebemos mudanças entre os irmãos. Vimos que permaneciam na igreja e que estavam progredindo bastante em termos de relacionamento uns com os outros. Testemunhamos muitas mudanças positivas no nível espiritual e na prática também”, completou.

“Eu acho que se o discipulado não existisse, a igreja não sobreviveria com o tempo”, conclui o pastor. “Não queremos repetir o mesmo erro da antiga igreja primitiva no Norte da África. Durante os séculos 1 e 2, fomos a fortaleza do evangelho, mas a noção de ensinar a fé e treinar discípulos foi negligenciada. Essa é a missão da igreja, construir pessoas ao invés de prédios”, explica.

Kabil está muito animado com o curso. “Descobri muitas coisas e minha vida mudou. Antes disso, houve momentos em que quis deixar a Cristo por ver problemas na liderança e nas pessoas em geral. Desde que começamos o programa, pessoas mudaram. Deus as transformou e agora elas também são responsáveis. Estou motivado porque vejo o agir de Deus por meio delas”, compartilha.

O Poder do Discipulado 

Pessoas que fizeram o curso, agora são pastores. Pessoas isoladas, tímidas, que eram rejeitadas, agora floresceram. Kabil não apenas ensina, mas também encoraja os cristãos a prosseguir.

O curso de discipulado é oferecido na região desde 2011 e quase metade de todas as igrejas usam o programa. Todas têm seus próprios instrutores, que, atualmente, chegam a 350 na região. O conteúdo do curso é dividido em três partes. O primeiro ensina os princípios básicos de ser discípulo. O segundo é sobre ser discípulo na igreja e o terceiro sobre servir na igreja e sociedade.

Os líderes da igreja local estão no comando das aulas. “Ensinar, comunicar e ver pessoas crescendo na fé é o que me motiva. Estou aqui hoje porque amo fazer isso, amo ajudar pessoas e vê-las florescer”, conta.

No início, Kabil treinava os membros da igreja, depois, passou a focar no treinamento de instrutores. “Eu ia a diversas igrejas e casas e toda vez tinha muitos grupos. Eu não podia suprir todas as necessidades. Deus me mostrou que eu deveria treinar instrutores para cada grupo. Ele me mostrou a quem poderia confiar a missão. Essas pessoas ensinam atualmente e desenvolvem o programa em suas próprias igrejas”, explica.

Kabil espera mudanças que sejam positivas para a igreja. “Eu diria que a sociedade pode mudar a opinião sobre a igreja e que isso depende de nós. Depende de nosso comportamento, habilidade de mudar e qualidade de vida. Isso é capaz de influenciar a sociedade”, afirma.

O Norte da África está mudando desde que a Primavera Árabe se tornou manchete, em 2010. A onda de manifestações e protestos ocorreram no Oriente Médio e Norte da África para comunicar a comunidade internacional sobre as tentativas de repressão e censura na Internet por partes dos Estados.

*Com informações de Portas Abertas 

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