Jovens adventistas visitam idosos e diminuem a solidão do isolamento social . Rômulo Luz foi surpreendido por grupo no mesmo dia em que fez um pedido a Deus
Diminuindo a solidão dos idosos! Mais vulneráveis por estarem entre a população de risco para a covid-19, nesse tempo de pandemia, os idosos estão em casa, cumprindo isolamento social. Medida necessária para diminuir os índices de contágio. Muitos estão até deprimidos. Para diminuir a solidão, jovens adventistas estão indo até eles levando uma mensagem de esperança.
Desde o começo da pandemia, Rômulo Alves Luz, 60 anos, está isolado em casa. Ele mora em Barra do Garças, interior do Mato Grosso. No dia em que estava mais reflexivo e triste, foi surpreendido pela visita de um grupo de jovens da Igreja Adventista da cidade. Eles cantaram e oraram pela vida do idoso.
“Algumas horas antes, uma das nossas jovens recebeu uma mensagem de uma amiga falando de um senhor que gostaria de receber visita. Pegamos o contato, ligamos e marcamos para ir”, conta Elias Gonçalves, líder do Ministério Jovem na cidade.
Emoção
Enquanto os jovens cantavam e liam a Bíblia, Rômulo chorava muito. Ele revelou que decidiu jejuar e orar. E pediu a Deus para que alguém da igreja a qual ele e seus filhos já haviam pertencido fosse visitá-lo naquele dia.
“Depois que fomos embora, o pastor João Gusmão continuou conversando com ele, que demonstrou o desejo de ser batizado novamente. Ficamos muito gratos de ver como Deus dirige tudo e nos levou a visitar o Rômulo no sábado”, declara Gonçalves.
Suporte emocional
Além de Rômulo, o grupo visitou outras sete famílias e pretende continuar com a ação. “Nós usamos máscara, não entramos nas casas, fazemos visitas breves e procuramos ficar distantes, principalmente dos idosos”, explica Gonçalves.
De acordo com a psicóloga Emilly Dayane Campos Costa, iniciativas assim podem minimizar os impactos que o isolamento social causa, especialmente em idosos.
“Ainda que o sentimento de solidão seja comum nesta fase da vida, a atual conjuntura social, que impõe medidas de isolamento, intensifica o afastamento da família e dos amigos e limita a realização de atividades rotineiras, contribuindo significativamente para um desequilíbrio emocional”, pontua.
“Ações como a desses jovens podem estimular a produção de pensamentos positivos, atenuar a carência afetiva, aumentar a autoestima e resgatar o senso de valor e pertencimento, tão essenciais para a qualidade de vida e bem estar dos idosos.”
Existem outras formas de oferecer ajuda e suporte emocional para os idosos durante a pandemia. “Palavras de carinho e respeito, conversas de qualidade, atos de serviço, são maneiras de comunicar afeto e cuidado aos idosos, além de fazer com que se sintam compreendidos e valorizados, sem necessariamente ter contato físico. Portanto, não há contraindicação. Use e abuse das ligações, faça as compras, envie uma carta ou escreva até mesmo um bilhetinho, desde que o faça com o merecido cuidado e higienização”, sugere a psicóloga.
“Fique atento: se um idoso relatar dificuldade constante de comer e dormir, dor física e problemas de memória, procure ou recomende a ajuda de um profissional. Lembre-se: ao cuidar do outro estamos cuidando de todos nós”, reforça Emilly.