Desde os tempos mais remotos, uma das maiores virtudes praticadas pelo ser humano, e que o distingue do todos os outros animais, é sua capacidade de ser solidário
Por Pr. Joe Conti
É verdade que desde que nascemos temos uma tendencia a ser egoístas e individualistas. Aprendemos desde cedo a ter que sobreviver e isso muitas vezes nos transforma em seres exclusivistas e enxergamos no outro um concorrente, um adversário a ser superado. Por isso, praticar a solidariedade ou a caridade é o ápice de qualquer cidadão em qualquer cultura. Temos que vencer uma série de obstáculos, sejam culturais, sociais, sociológicos e até religiosos, para conseguir enxergar no outro, alguém que podemos oferecer algo que permita crescer ou se desenvolver.
Nesse ponto, o aspecto religioso torna-se imprescindível para que a caridade deixe de ser algo meramente simbólico, para tornar-se algo prático e real. Entretanto, nem todas as religiões possuem essa característica, pois boa parte delas (as religiões) sempre possuem um lado humano, logo egoísta em sua raiz. Apenas o cristianismo, por ser uma religião cuja base foi exatamente a salvação daqueles que não merecem ser salvos, logo alvos de uma caridade realizada pelo próprio Deus, que de alguma forma nos “obriga” a usar a caridade como propósito maior a ser alcançado em nossas vidas.
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Para usar a caridade, é necessário estar consciente de quem somos e como fomos alcançados pela graça de Deus. Experimentar a graça de Deus, nos permite lutar contra nossa natureza egoísta e exclusivista, e sentir prazer em doar, dar, ajudar, mesmo sabendo que aqueles que serão alvos da nossa caridade não são merecedores. Em outras palavras, não fazemos caridade como recompensa, mas por convicção. Não ajudamos porque alguém precisa, mas para que possamos nos sentir úteis no meio em que vivemos.
Não é a toa que tanto Cristo, por suas atitudes, quanto Paulo colocam a caridade como alvo supremo do ser humano. Paulo chega a afirmar que se não tivermos caridade (amor), seremos como sinos sem som, ou um tambor desafinado. Poderia até dar o meu corpo para ser queimado, mas sem a caridade, isso seria em vão. É por isso que ele nos garante que a caridade (amor) é o maior de todos os dons nos dados por Deus.
Repito, a caridade é o ápice que um ser humano pode chegar no seu relacionamento com outras pessoas, que as vezes até nem acreditamos haver pessoas que agem dessa forma. Mas elas existem!
José Ernesto Conti é Pastor da Igreja Presbiteriana Água Viva no bairro Estrelinha.