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sexta-feira, 29 março 2024

“Deus existe, o que diferencia é a forma de encará-lo”

Declaração é do jornalista Luiz Pimentel, ao escrever um livro que traz uma completa investigação sobre a vida de Jesus.

Recentemente, o jornalista Luiz Pimentel lançou o livro “Jesus uma reportagem”. A obra é fruto de uma pesquisa inédita, que apresenta cerca de 252 informações sobre Jesus.

Em entrevista à Comunhão, o escritor contou como foi elaborado esse trabalho de pesquisa. E deu detalhes sobre o que descobriu do mais importante personagem da história Bíblica e da fé cristã. Confira.

Você realizou uma pesquisa minuciosa em busca de dados “inéditos” sobre a vida de Jesus. Como foi esse trabalho?

Inéditos é maneira de dizer. São informações que estão disponíveis mas não evidenciadas por interesses diversos. Ou seja, ao recontar a trajetória de Jesus excluí quaisquer interesse que pudesse existir na narrativa e fixei na história mais perto da pura que encontrei, ao eliminar todos esses adendos e desvios. Então são muitas informações realmente novas, que percebo que as pessoas nunca tiveram acesso pelo interesse do grupo religioso, cultural ou conveniência de quem quer que as tenha contado. Não explicitar que a data de 25 de dezembro para o nascimento de Jesus só foi definida quatro séculos depois é falta com a verdade junto ao público e que não diminui em absolutamente nada a importância de Jesus. Há um caminho para se contar a verdade sem obrigatoriamente esbarrar em negação ou heresia, conforme o fiz na grande reportagem (daí o nome do livro).

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O que te motivou em realizar uma pesquisa detalhada sobre a vida de Jesus? Foi um experiência desafiadora?

Foi a experiência mais desafiadora e mágica da minha vida. Tanto que levou alguns anos até que estivesse convicto de que tinha alcançado o objetivo. E mais ainda: foi tão desafiadora que quando terminei de escrever e fui reler o livro, simplesmente não conseguia me identificar com a pessoa que o tinha escrito. Foi louco assim. Parecia que estava lendo e sabendo pela primeira vez da história.

Algo te surpreendeu durante o estudo e conclusão da pesquisa? O que?

O que mais me surpreendeu foi a proximidade com Jesus e com Cristo que a pesquisa trouxe. No começo eu lia e lia e lia e buscava textos e análises e informações até que chegou um momento em que comecei a enxergar a história com o coração, de tanta proximidade que alcancei a Jesus e ao Cristo. Ao mesmo tempo tive que tomar cuidado para isso não influenciar na hora de escrever. Parecia, inclusive, existir uma voz que me recomendava isso, que era para contar a verdade que descobrisse e nada além disso.

Você baseou suas pesquisas nas vertentes teológica e metafísica.
Qual a diferença entre elas? E o que descobriu?

Na verdade baseei nas vertentes teológica (que inclui a metafísica) e a história, e as duas são diametralmente opostas. A teologia é pelo sobrenaturalismo. A histórica é pelo anti-sobrenaturalismo (ou simplesmente é pelo naturalismo). A teológica é metafísica. A histórica é científica, só o que é físico é aceito. Mas existem lacunas enormes nas duas, e um caminho entre elas que tentei preencher.

Há relatos históricos sobre Jesus para além dos religiosos?

Sim, há alguns. Mas posteriores à sua morte (e ressurreição). A verdade é que Jesus enquanto vivo não teve importância reconhecida para entrar nos poucos registros históricos da época. Mas o crescimento do cristianismo após sua morte o incluiu em relatos já pouco após sua passagem terrena.

Durante o livro você aborda sobre a existência de peças que não se encaixam, quais seriam eles? Por que?

Um colega fez uma contagem de peças que descobriu com o livro e chegou a 252. Vão desde a inclusão dos reis magos no nascimento de Jesus séculos depois à vida Dele até as motivações para as escolhas dos quatro evangelhos (sendo que diversos evangelhos ficaram de fora, os quais estudei também e contei o que narravam).

O que seria os “evangelhos proibidos” que você cita no livro? Qual a base para a sua afirmação? Poderia explicar melhor?

Evangelhos proibidos é o apelido para os evangelhos apócrifos, aqueles que não entraram no c6anone bíblico, no Novo Testamento. Aconteceram quatro concílios, reuniões de bispos e do clero, para definir os rumos do Cristianismo no século quatro, quando ele deixou de ser proibido até alçar o posto da religião oficial do Império Romando. Nesses concílios foram definidos os livros que entrariam na Bíblia, no Novo Testamento. Entre eles, os quatro evangelhos que entrariam. Mas na escolha dos quatro deixaram outros de fora, que foram encontrados principalmente no ano de 1945 – imaginava-se que tivessem sido destruídos.

No seu livro você apresenta elementos de um “Jesus apócrifo”, sombrio e vingativo, que desconhecemos. Como chegou a essa conclusão? Poderia explicar melhor?

Esse Jesus sombrio e vingativo está relatado em um dos evangelhos apócrifos. Mas não de maneira que exclui sua mensagem fundamental, de paz e amor no período mais hostil da humanidade. Em nenhum dos evangelhos “proibidos” Jesus é um ser humano menos especial do que os evangelhos canônicos nos ensinam.

Existe uma corrente grande no mundo que nega a existência de Jesus, enquanto Teólogos falam da sua existência e como uma questão de fé. Ao percorrer os caminhos de Jesus em Israel, no qual a construção de seu livro, o que você percebeu?

É uma besteira sem tamanho negar a existência de Jesus. O que alguns podem questionar é se acreditam em Jesus como o Cristo, o Messias, o Filho de Deus, o Enviado. Este é o único ponto que uma pessoa pode questionar. E isso é definido pela crença na ressurreição de Jesus. Cheguei ao final do trabalho convicto de que Jesus é o Cristo. Mas só comento isso no capítulo pessoal que fiz como adendo ao livro. Falar que Jesus não existiu como ser humano não tem fundamento nenhum. Tanto que a maior quantidade de registros históricos da época é justamente do cristianismo em grego antigo, mais de cinco mil. Ou seja, que ele existiu, existiu. Se ele é O Cristo, aí é a questão de fé.

Qual o seu objetivo ao construir esse livro reportagem? O que você espera das pessoas?

Espero passar para as pessoas tudo o que descobri ao investigar profundamente a vida do ser humano mais célebre e importante da história da humanidade, e que façam essa viagem comigo. Espero ter feito justiça ao protagonista e ter contado a história à altura Dele.

“Jesus uma reportagem” é o seu sétimo livro, no que ele se diferencia dos demais que já publicou?

Ele se assemelha pelo fato de que nenhum é ficção. Ele se diferencia por ser talvez o mais ousado, já que propus com o livro trazer luz ao ser humano mais iluminado da história. Só achei que a luz existente até hoje estava muito enviesada.

Qual a maior lição que você tira ao desenvolver o estudo e escrever um livro sobre o filho de Deus?

Que Deus existe. E que o que diferencia é a forma de encará-Lo.


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