Mesmo reconhecendo os riscos, muitos evangélicos continuam ativos nas redes sociais e exploram oportunidades para compartilhar sua fé
Por Patrícia Esteves
Estar constantemente conectado é uma realidade. E as mídias sociais são uma presença constante na vida moderna, oferecendo tanto conexões significativas quanto distrações prejudiciais. Para os evangélicos, essa dualidade representa um dilema, pois como permanecer espiritualmente engajados em um ambiente repleto de conteúdos potencialmente nocivos que ficam o tempo todo tentando desviar a atenção?
De acordo com o relatório “Helpful or Harmful? Evangelicals and Social Media” (Útil ou prejudicial? Evangélicos e mídia social), realizado pela Infinity Concepts e pela Grey Matter Research, 54% dos evangélicos acreditam que as mídias sociais são mais prejudiciais do que úteis para sua fé, mas ainda assim as utilizam. As razões para essa percepção variam: 34% apontam a presença constante de conteúdos considerados perigosos e mundanos, enquanto 29% acreditam que as plataformas são prejudiciais para qualquer pessoa, não apenas para cristãos.
Outros destacam preocupações específicas relacionadas à fé, como doutrina falsa, desinformação sobre o cristianismo e assédio aos crentes. Mesmo assim, continuam engajados, equilibrando desafios e benefícios que as redes sociais oferecem.
Por outro lado, 42% dos entrevistados consideram as mídias sociais uma ferramenta útil para a fé cristã. O principal motivo é sua capacidade de facilitar o evangelismo, mencionado por 47% dos entrevistados. Além disso, 18% destacam a facilidade de acesso ao conteúdo cristão e a criação de comunidades de apoio.
“O sal dá sabor e preserva nossa comida e é necessário para a vida; muito pode matar. Os opioides podem aliviar dores intensas, mas são altamente viciantes e destruíram muitas vidas. Até mesmo algo tão básico quanto a água é necessário para toda a vida, mas inundações podem devastar comunidades. Pelas respostas que recebemos neste estudo, as mídias sociais são muito parecidas”, destacaram os pesquisadores.
Essa dualidade se reflete também no uso das redes pelos adolescentes americanos, segundo uma pesquisa do Pew Research Center. O estudo mostra que 90% dos adolescentes usam o YouTube, seguido por TikTok (63%) e Instagram (61%), com muitos relatando estar on-line quase constantemente.
A pesquisa sugere que a orientação espiritual pode ajudar a navegar por esse cenário complexo. “Embora a mídia social apresente desafios, ela também oferece tremendas oportunidades para E-vangélicos brilharem a luz de Cristo em um vasto cenário digital”, afirmaram os pesquisadores da Infinity Concepts e da Grey Matter Research. Isso significa que, com orientação intencional de líderes da igreja e um espírito de discernimento, a mídia social pode se tornar uma ferramenta para espalhar o Evangelho, construir comunidade e encorajar outros crentes.
O uso consciente e fundamentado na fé permite que os cristãos encontrem um equilíbrio entre os riscos e as oportunidades. Com uma abordagem criteriosa, a presença digital pode deixar de ser apenas um desafio para se tornar uma extensão do chamado cristão no mundo contemporâneo. Com informações de The Christian Post