Grupo cristão alerta que a mídia social pode ser ‘mortal’ depois que duas meninas morreram no “desafio do apagão”
Por Victor Rodrigues
Nos Estados Unidos, o TikTok está sendo processado por homicídio culposo após duas meninas morrerem em decorrência de um desafio viral visto na plataforma.
Os participantes do desafio compartilham vídeos de sufocamento até perderem a consciência.
O escritório de advocacia por trás dos processos, Social Media Victims Law Center, entrou com uma ação civil contra a empresa de aplicativo em um tribunal de Los Angeles, EUA, em nome das famílias das duas meninas.
Segundo a defesa, o aplicativo expôs Lalani Erika Walton , de 8 anos, e Arriani Jaileen Arroyo, de 9 anos, a vídeos associados a uma tendência conhecida como Blackout Challenge (Desafio do Apagão, em tradução literal), que estimula o participante a perder a consciência.
Uma organização cristã comentou sobre os danos potenciais de crianças pequenas usando as mídias sociais sem supervisão adequada dos pais.
Alerta aos pais
Paul Asay, editor associado sênior da organização cristã Focus on the Family’s, que ajuda os pais a navegar no entretenimento popular, avaliou que a mídia social vem com uma “ironia”.
Asay disse que esses aplicativos se destinam a fortalecer amizades, mas também são um “negócio”. Ele disse que o objetivo do negócio é “manter seus usuários envolvidos e engajados o máximo possível”.
Por não ter a capacidade de tomar “decisões sábias e saudáveis por si mesmas” ele afirmou que isso pode ser um problema para crianças e adolescentes que usam aplicativo de mídia social. “E, como essa história trágica ilustra, o conteúdo encontrado nesses sites pode ser prejudicial, perigoso e mortal – especialmente para crianças.”, completou.
Asay também observou que embora o TikTok seja projetado para crianças de 13 anos ou mais, como visto no caso das duas meninas, crianças muito menores também usam a plataforma. Ele argumentou que os pais devem monitorar suas atividades online.
“E quando seus filhos começarem a se envolver com as mídias sociais, certifique-se de se envolver com eles: defina parâmetros sensatos sobre quanto tempo eles passam nas mídias sociais e com quem eles passam”, orientou ele.
“Fale com eles sobre seus perigos. E acima de tudo, mantenha as linhas de comunicação abertas. A mídia social é de fato um grande e poderoso influenciador, mas mães e pais são ainda mais influentes”, completou.
Processo
O processo contra o TikTok ressalta que o aplicativo oferece “um sistema de recomendação que fornece conteúdo para cada usuário em particular” e “o feed de cada pessoa é único e adaptado a esse indivíduo específico”.
Segundo a denúncia, o Tik Tok direcionou os vídeos que mostravam o “desafio do apagão”, e que eram apropriados para usuários mais jovens, assim, persuadindo as meninas a participar do desafio.
Os pais também alegaram que a empresa não fornece avisos adequados para orientar os usuários mais jovens, e os pais sobre os perigos viciantes do aplicativo, ou a presença de desafios perigosos.