Segundo o Censo Escolar de 2017, a defasagem ocorre entre idade e série. Nas escolas públicas são mais frequentes.
A distorção entre a idade e a série escolar é quatro vezes maior nos colégios públicos do que nos privados. Os dados são do Censo Escolar de 2017, realizado pelo Inep, Instituto Nacional de Estudos e pesquisas Educacionais Anisio Teixeira.
De acordo com os dados, as turmas das escolas públicas têm um maior número de alunos. E passam menos tempo na escola em relação aos alunos da rede privada.
O Censo apontou que 18% dos alunos brasileiros do ensino fundamental estão dois ou mais anos de idade acima do recomendado para a série. Na rede pública, a porcentagem é de 20%, já nas escolas privadas, essa distorção é de 5% do total de alunos.
Apesar de ainda apresentar disparidade em relação à taxa da rede privada, os índices do ensino público apresentaram queda nos últimos 10 anos. Em 2007, a taxa de distorção idade/série era de 30,1% no ensino fundamental. E 46,5% no ensino médio da rede pública.
Ensino Médio
Os dados de 2017 variam pouco em relação ao ano anterior. Mas apontam que no Ensino médio os números são ainda piores. 28% dos estudantes estão dois ou mais anos acima da idade recomendada para a série. Sendo 31% na rede pública e 7% na privada. Essa realidade está presente em uma escola pública na região central de Brasília, que recebe muitos alunos de áreas mais periféricas da capital.
“É um retrato muito importante. Se você pensar que a cada quatro alunos da educação básica no Brasil um aluno está mais de dois anos defasado é um sintoma claro da crise de aprendizagem que o país vive”, explicou o gerente de políticas educacionais da organização não governamental Todos Pela Educação, Gabriel Corrêa à Agência Brasil.
Os dados da distorção entre a idade e série escolar são ainda piores no meio rural. 27% dos alunos do ensino fundamental que estudam em zonas ruais estão dois ou mais anos acima da série recomendada e 39% no caso do ensino médio.
*Com informações da Agência Brasil
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