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quinta-feira, 28 março 2024

De Portugal veio a lição…

Há uma tendência, quase que mística, de estabelecer alvos, metas e propósitos a cada virada de ano

Por Dinart Barradas

Dentre todas as ex-colônias, creio que nenhuma outra foi e é tão sujeito à influência portuguesa quanto o Brasil. Digo isto em todas as áreas: Língua, traços étnicos (eu carrego no nome e no sangue minha herança lusitana: Barradas), arquitetura, artes, culinária, religião, educação e, mais recentemente, no esporte. Está na moda contratar técnicos portugueses para o futebol brasileiro. De fato, os resultados fundamentam essa tendência de técnicos lusitanos nessa atividade.

Fiz essa pequena introdução não para falar das personagens portuguesas da história antiga ou recente do Brasil, mas como ensejo para falar de um português que passou por minha vida no início dos anos oitenta. Sorriso bonito, fala elegante, sotaque marcante, sóbrio, vida piedosa, cristão de testemunho marcante. Foi o primeiro português cristão de confissão evangélica que eu conheci. Ele, com o exemplo de sua própria vida, deixou uma lição que ficou gravada no meu coração.

Há uma tendência, quase que mística, de estabelecer alvos, metas e propósitos a cada virada de ano. Nem sempre essas aspirações, muitas delas honrosas e louváveis, quando não necessárias e vitais, são levadas a cabo, carecendo exatamente daquilo que era a palavra monofônica do meu querido irmão Jorge Duarte Campos. Frequentemente o então seminarista Jorge Duarte Campos repetia o seu versículo favorito: Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme, porque ele confia em ti. Isaías 26:3.

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Os anos eram difíceis, economicamente falando, mas ele sempre citava Isaías 26:3. Quando convidado a falar aos seminaristas repetia o mesmo versículo. Quando eu e Norma nos casamos, ele foi enviado como representante do Seminário Congregacional. Conseguem imaginar o que ele me disse ao cumprimentar-me no final da cerimônia?

Esse é um tempo de profunda obsolescência, até mesmo nos relacionamentos. Onde foram parar os bens duráveis? Será que ainda existe aquele tipo de vizinhança de décadas, cujos filhos nasciam e cresciam junto aos dos demais vizinhos? Perto de completar 60 anos já estou fazendo minha lista de amigos longevos. Temo que essa não será uma prática comum nas recentes gerações. Raras serão as Bodas de Prata e Ouro nas décadas por vir, infelizmente.

Seja qual for seu propósito para o futuro, não esqueça que a firmeza dele tem sua raiz em confiar no Senhor, não em si mesmo, não nos mantras dos gurus modernos com apelido anglicista. A perfeita paz, aquela que o semblante do irmão Jorge Campos irradiava, é o que precisamos face aos desafios que se avizinham nos dias adiante de nós. Só o Senhor, somente ele, tem essa paz para nos oferecer. Fique firme e que Ele nos abençoe!

Dinart Barradas é Pastor, Diretor do currículo de Paternidade Bíblica da Universidade da Família. Casado com Norma Barradas há 40 anos. Colabora para a Revista Comunhão desde sua primeira edição.

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