Geração de profissionais está assumindo o topo das empresas, mas enfrenta desafios inesperados ao lidar com seus pares no ambiente de trabalho
Por Patrícia Esteves
A Geração Z tem sido o centro de debates sobre mudanças no ambiente corporativo. Acostumados a ouvir que são pouco comprometidos e avessos a modelos tradicionais de trabalho, esses jovens profissionais agora estão em posições de liderança e, surpreendentemente, fazem as mesmas críticas a seus colegas de geração. Uma pesquisa da Resume Genius entrevistou 625 gerentes de contratação nos Estados Unidos e revelou que 45% deles consideram a Geração Z a mais difícil de se trabalhar. Mas o dado que chama a atenção é que essa mesma percepção também é compartilhada pelos gestores da própria Geração Z, conhecida também como “Gen Z” ou “Zoomers”, composta por pessoas nascidas entre 1995 e 2010.
O desafio da convivência entre gerações
O estudo, que inicialmente buscava entender como os gestores avaliam currículos e conduzem entrevistas, revelou tensões entre diferentes faixas etárias. Os Millennials foram apontados como os mais preparados para conquistar boas oportunidades em 2025, recebendo 45% de aprovação dos gerentes. Em contraste, a Geração Z liderou o ranking como a mais difícil de se trabalhar.
A pesquisa também mostrou que os jovens gestores da Geração Z tendem a ser mais reservados em processos seletivos, com 80% admitindo que omitem informações para proteger a empresa ou manter o controle da entrevista. Além disso, 40% confessam que fazem isso com frequência.
O impacto das mudanças culturais
O embate entre gerações no mercado de trabalho não é novidade, mas a Geração Z parece enfrentar desafios específicos. Um caso relatado pela revista Fortune gerou discussão nas redes sociais quando um CEO compartilhou que um jovem funcionário se recusou a executar uma tarefa de 90 minutos por considerar a demanda “trabalho demais”.
Por outro lado, é inegável que essa geração também está transformando as dinâmicas corporativas. Empresas de tecnologia passaram a investir em treinamentos específicos para jovens profissionais, ajudando-os a ganhar confiança em reuniões e desenvolver habilidades de interação interpessoal, que podem ter sido prejudicadas pelo isolamento da pandemia.
Reflexões para a vida profissional
A visão cristã de trabalho incentiva valores como responsabilidade, diligência e respeito mútuo. Conforme Colossenses 3:23 nos lembra: “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens”. O desafio para qualquer geração é equilibrar esses princípios com as novas exigências do mercado.
Diante desse cenário, a questão que fica é pensar como construir um ambiente de trabalho mais colaborativo e produtivo, onde diferentes gerações possam aprender umas com as outras? Talvez a chave esteja em abandonar rótulos e investir em um diálogo construtivo, baseado no respeito e na compreensão.