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quinta-feira, 18 abril 2024

Dá pra ser feliz

Dá pra ser feliz

Os pesquisadores da ciência da felicidade sabem que é possível ser o que quisermos ser, caso tomemos uma decisão

Por Magno Paganelli

Há alguns dias, fazendo o trabalho de edição de uma palestra para compor o capítulo de um livro [1] eu fiquei sabendo que existe uma ciência da felicidade. Isso mesmo, uma ciência que estuda, pesquisa, procura compreender e estabelece postulados sobre a felicidade. E, como ciência deve ter uma metodologia própria, a ciência da felicidade tem a sua metodologia e vem sendo pesquisada em grandes universidades no mundo.

Sandra Teschner, uma especialista no assunto, afirma que não é uma pseudociência. É Ciência e ponto, pois há a psicologia positiva, a neurociência e a ciência do bem-estar, que é a ciência da felicidade. Para Sandra, felicidade é algo que nasce dentro da gente, mas só existe em coletividade. Isso é bom, uma vez que a própria ciência de modo geral traz embutida a ideia de promover a melhoria de vida das pessoas.

A vida pode, e de fato coloca, colocar limitadores às nossas ações e desenvolvimento, fronteiras disso e daquilo, mas os pesquisadores da ciência da felicidade sabem que é possível ser o que quisermos ser, caso tomemos uma decisão, uma vez que a escolha de ser feliz é intrínseca e ela e se torna um estilo de vida.

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Importante saber que a felicidade pode ser diferencial competitivo na disputa por uma carreira: as pessoas mais felizes são 37% mais produtivas, segundo dados o Instituto Gallup. Em sua palestra, Sandra mostrou o anúncio de contratação de funcionários para uma rede de supermercados do Paraná, que veiculou em toda a sua rede de lojas o seguinte cartaz, dizendo: “Oferta, estamos contratando pessoas felizes”. Sim, requisito necessário para a vaga: ser uma pessoa feliz! Sabem o que significa contratar pessoas felizes? Para quem pensava que a felicidade era somente bem-estar, isso parece estar ficando bom!

E eu reuni alguns dados confiáveis para você “que quer ser feliz” e acha que as coisas não andam muito bem. Vamos lá. Considerando a composição da felicidade em um montante de 100%, a divisão entre os fatores determinantes ou orientadores da felicidade ficou assim. 50% da felicidade é genética. Mas, e quem acha que não nasceu com predisposição para a felicidade, os negativistas, os pessimistas e tantos outros?

Não se preocupe, não tem problema: é possível treinar, assim como a pessoa com tendência à obesidade pode fazer dieta, pode exercitar-se e manter o peso. Não reclame. Em vez disso, discipline-se.

10% da nossa felicidade é circunstancial, apoia-se em desejos de consumo, quando pensamos que seremos ou ficaremos felizes se comprarmos tal coisa. Desista da “terapia do shopping”. Vai ficar infeliz por diminuir a conta bancária sem resolver o problema da felicidade, porque aquisições, o chamado “fator etônico”, que mede os níveis de prazer rápido, representam apenas um décimo da composição de toda a sua felicidade.

40% da felicidade pode ser aprendida. Já pensou em aprender a ser feliz? Se é assim, então comece já a rejeitar notícias e pensamentos negativos (a Bíblia já ensina isso há uns 3 mil anos; leia Josué 1.7-9), e assimile o que é positivo (a Bíblia também ensina isso há uns 2 mil anos; leia Filipenses 4.8-9).

Não se preocupe nem perca uma noite de sono com as coisas difíceis de amanhã. O cérebro pode ser orientado para aprender a desligar das coisas que inibem a felicidade. Então, a dica é dizer para ele que não valerá a pena preocupar-se tanto assim; melhor é ele deixar você descansar e dormir bem e amanhã terá maior clareza nas ideias para encontrar a solução para o seu problema. Sabemos que 85% das nossas preocupações não se realizam. Vai perder tempo pensando no que pode não acontecer?

A ciência da felicidade diz ainda que é melhor dar do que receber. Pesquisa com ressonância magnética demonstra reações saudáveis em certas áreas do cérebro de quem faz doações voluntariamente, e um pouco menos (mas não menos importante) nas pessoas que recebem algum tipo de generosidade ou doação. Do mesmo modo, são positivas as ações em prol da solidariedade, cidadania, promoção da paz e da coletividade. Jesus (a Bíblia de novo, Atos 20.5) disse que “melhor coisa é dar do que receber”.

Entendeu? De tudo isso que vimos, deve estar claro que dá para ser feliz de um monte de jeito. Só não dá para ficar reclamando da sorte. Então, vai ser feliz, vai!

[1] De autoria de Ricardo Bellino, “Acelerador de Pessoas”, ed. Citadel.

Magno Paganelli é Doutor em História Social (USP) e Mestre em Ciências da Religião (Mackenzie)

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