Algumas Igrejas Evangélicas de São Paulo disponibilizaram seus templos para realização de cultos
Após ser atingida pelos escombros do prédio de 24 andares que desabou em São Paulo, a igreja Luterana deverá se reunir do lado de fora. Com a destruição, apenas a torre e o altar restaram da igreja. Agora, a intenção é que os cultos sejam realizados do lado de fora.
Duas igrejas evangélicas da capital paulista ofereceram seus templos para que os luteranos realizem seus cultos. São a Arquidiocese e a Primeira Igreja Presbiteriana Independente. Mas segundo o pastor, a intenção é reunir na rua.
“Nos próximos domingos, nós vamos nos reunir na Igreja Luterana da Paz, em Santo Amaro (bairro da Zona Sul de São Paulo), e na nossa comunidade em Vila Ema. Vai levar entre 10 e 15 dias para remover os escombros, segundo os bombeiros. Depois, vamos entrar num processo de limpeza. E aí vamos passar a nos reunir a céu aberto”, declarou o pastor Frederico Carlos Ludwig, que lidera a congregação.
História
A igreja foi inaugurada em dezembro de 1908. A Martin Luther é uma das igrejas evangélicas mais antigas da capital paulista. E foi o primeiro templo neogótico a ser erguido em São Paulo. Foi antes mesmo da Catedral da Sé e da Catedral Evangélica (Presbiteriana).
A igreja ainda tinha um órgão de tubos vitrais alemão e centenário. Ele foi confeccionado por Conrado Sorgenicht, que também é autor das peças que decoram o Theatro Municipal de São Paulo e o Mercado Municipal. Em 1992, a igreja foi tombada como Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo. Entre 2012 e 2013, o templo passou por reformas. Cerca de 80% da igreja foi destruída pelos escombros.
Assistência aos desabrigados
A igreja mantém um trabalho de assistência aos moradores de rua pelo menos uma vez por semana. Mais de 500 famílias são atendidas pela instituição. Além de apoio espiritual, é oferecido alimentação e espaços para higiene pessoal. Muitos dos que viviam no prédio que desabou frequentavam a igreja. Segundo o pastor, a intenção é retomar com as ações do projeto em um prazo de três semanas. .
“São Paulo é uma metrópole que não tem banheiros para os moradores de rua. Aqui, eles podiam usar o banheiro. Às sextas-feiras, havia um momento de oração na Igreja e um lanche para eles”, contou o pastor. “Eles faziam artesanato, que depois era vendido e o dinheiro repartido entre eles. Eles deixavam os documentos deles com a gente e pegavam quando precisavam. Nós cuidávamos de documentos de mais de 200 moradores de rua”.
Com informações de O Globo
Leia mais
Campanha para ajudar desabrigados em SP
Incêndio em SP – “Tudo destruído”, diz pastor