Estudo “O relatório “Vida após o Estado Islâmico – Novos desafios ao cristianismo no Iraque” alerta que o cristianismo no país poderá estar perto da erradicação daqui a quatro anos
O cristianismo está em perigo de extinção no Iraque. É o que aponta o relatório “Vida após o Estado Islâmico – Novos desafios ao cristianismo no Iraque”. O documento mostrou que, atualmente, restam pouco mais de 100 mil cristãos nas áreas dominadas pelo EI nas planícies de Nínive. Se nada for feito, este número pode cair para 23 mil em até 4 anos.
“Isso moveria a comunidade cristã da categoria de vulnerável para a categoria crítica de ameaçada de extinção”, informa o relatório. O documento produzido por instituições que trabalham e apoiam cristãos no país.
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Segundo o relatório, 36% dos cristãos nas planícies de Nínive disseram que estavam pensando em emigrar nos próximos cinco anos. Razões políticas e de segurança foram os principais fatores.
Estudo
Uma grande maioria disse que se sentia insegura ou absolutamente insegura (87%) e 67% acreditavam que era provável ou muito provável que o Estado Islâmico ou um grupo semelhante retornasse nos próximos cinco anos.
“Acho que a extinção de cristãos no Iraque é um perigo real que precisamos levar a sério. No entanto, existem muitas razões para os números cada vez menores. A ausência de segurança como resultado de ataques turcos; mas também pressões e ameaças de milícias e células do Estado Islâmico apoiadas pelo Irã; falta de um sistema jurídico que funcione bem; a situação econômica; discriminação e exclusão. São fatores que levam as pessoas a pensar em emigração”, disse Henriette Kats, analista de perseguição da Portas Abertas.
A família e os amigos que moram no exterior também podem formar um fator de atração; que pode diminuir a barreira da emigração. Por último, mas não menos importante, muitos cristãos iraquianos perderam a esperança de que a situação melhorasse”, afirmou.
Berço do cristianismo
O Iraque foi apresentado ao cristianismo já nos primeiros anos desta era. Segundo a tradição, o evangelho foi levado ao país pelo apóstolo Tomé, no caminho para Índia. No início do século 20, os cristãos constituíam cerca de 30% da população.
Pouco depois dos britânicos garantirem ao Iraque sua independência, em 1932, a população cristã caiu para menos de 8%. O número de cristãos no Iraque diminuiu como resultado de uma violência sectária após a Guerra do Golfo e a invasão norte-americana nos anos 1990 e início do século 21.
Na época da destituição de Saddam Hussein, em 2003, ainda havia mais de um milhão de cristãos no Iraque. Devido à guerra civil e o domínio brutal do Estado Islâmico no Norte, esses números diminuíram.
*Com informações de Portas Abertas