A pesquisa do ICC revela que a corrupção nas instituições governamentais resulta em discriminação e violência
Por Patricia Scott
A perseguição a cristãos é mais intensa em países com governos corruptos. É o que revela o estudo “Corrupção e Perseguição Cristã”, realizado pela organização International Christian Concern (ICC), que monitora a perseguição religiosa global.
De acordo com a pesquisa, a corrupção nas instituições governamentais resulta em políticas discriminatórias contra os seguidores de Cristo. Países como Afeganistão, Nigéria, Azerbaijão, Paquistão, Índia, Mianmar, Eritreia e China foram citados como exemplos onde a corrupção colabora diretamente para a marginalização de cristãos.
No Afeganistão, a corrupção generalizada permitiu que interpretações extremistas da lei islâmica se espalhassem, colocando em risco a vida de ex-muçulmanos que se convertem ao cristianismo. Muitos desses novos cristãos enfrentam ameaças de morte e exclusão social. No entanto, as autoridades não apenas ignoram esses crimes, mas também falham em proteger os direitos das minorias religiosas em um país predominantemente islâmico.
Na Nigéria, a corrupção entre os governantes compromete diretamente a segurança da comunidade cristã, que há anos é alvo de violência extremista. O estudo revela que essa corrupção contribui para a impunidade em relação aos crimes violentos contra cristãos, que correspondem a quase 70% dos assassinatos religiosos no país. A negligência na proteção dos cristãos nigerianos está atrelada a vínculos corruptos entre autoridades locais e grupos extremistas.


Situação similar é observada no Azerbaijão, onde os militares tomaram o controle de Nagorno-Karabakh, região com 120 mil cristãos armênios, em 2023. O relatório do ICC destaca que a economia do país, especialmente sua indústria de petróleo e gás, é vulnerável à corrupção, com relatos de clientelismo entre funcionários públicos e elites empresariais.
Na Índia, a combinação do nacionalismo hindu e da corrupção governamental resulta na opressão de minorias religiosas, incluindo os cristãos, que enfrentam discriminação na aplicação da lei e uma polícia que se mostra indiferente à proteção de seus direitos.
Em Eritreia, a corrupção entre servidores públicos facilita a repressão severa ao cristianismo, levando a graves violações dos direitos humanos, como detenções em condições desumanas e sem julgamento. Na China, a corrupção permite que cristãos sejam alvo de vigilância, detenções arbitrárias e punições severas, com o governo comunista intensificando a repressão ao cristianismo.
O estudo também destaca o impacto das narrativas controladas pelo Estado e das ações corruptas da mídia na intolerância e discriminação contra cristãos em países do Oriente Médio.
Para o ICC, é essencial uma resposta internacional coordenada para enfrentar a corrupção e a perseguição religiosa. A organização solicita que grupos de defesa dos direitos religiosos e organismos internacionais imponham sanções mais rigorosas contra autoridades corruptas e governos que perseguem cristãos. Além disso, pede um fortalecimento de parcerias internacionais para oferecer asilo e apoio a cristãos perseguidos. Com informações The Christian Post