Os maronitas vivem no norte do país e não se afirmam como ‘árabes’, mas sim como ‘arameus’
Pequenas comunidades ao redor do Oriente Médio ainda falam o aramaico, a mesma língua que Jesus falava. Além de alguns povoados na Síria e no Líbano, há em Israel os maronitas, um ramo do cristianismo que tem deixado o idioma vivo.
Nas escolas da vila de Gush Halav o idioma faz parte do currículo escolar, uma iniciativa promovida por líderes comunitários com apoio do governo israelense.
Os padres que atuam na região Norte de Israel também ensinam a língua aos seus seguidores e afirmam que 10% dos 1.600 maronitas da vila já entendem esse idioma coloquialmente.
De acordo com o jornal Folha de São Paulo, a questão do ensino do aramaico não é apenas linguística, mas também cultural. Com o ensino da língua os manoristas tentam reafirmar sua identidade, mas os líderes palestinos contestam.
Os maronistas eram considerados como “árabes”, mas o ancião da vila, Labib, 79 anos, se recorda de que os moradores de Gush Halav se identificam como “arameus”, mas com a falta dessa opção na lista de registro, eles foram marcados como árabes.
A vila faz divisa com o Líbano e intensifica os conflitos entre palestinos e judeus. Os árabes consideram os manoristas como “traidores”, pois ao definir sua identidade, eles se colocam contra a cultura árabe. Por conta desse impasse a vila prefere se aliar às autoridades israelenses.