No país, a perseguição persiste há décadas impulsionada é alimentada por fatores como a opressão islâmica e a paranoia ditatorial
Por Patricia Scott
Na Turquia, os crimes de ódio contra cristãos mais que dobraram entre 2021 e 2023. Dados da Freedom of Belief Initiative (FOBI), um grupo que monitora a liberdade religiosa, indicam que os incidentes de ódio contra cristãos passaram de 10 em 2021 para 22 em 2023. Desde 2020, os cristãos têm sido as principais vítimas de crimes de ódio religiosos no país, com 52 casos registrados, envolvendo danos à propriedade, assédio e violência.
O FOBI alertou que o número real de ocorrências pode ser ainda maior, já que muitas vítimas preferem não denunciar por medo de represálias e ostracismo. A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) também registrou diversos incidentes contra cristãos. A crescente perseguição aos cristãos no país é alimentada por fatores como a opressão islâmica e a paranoia ditatorial.
Em outubro de 2023, um homem invadiu uma igreja, recitou uma oração islâmica e agrediu o pastor durante o culto. Em maio de 2022, dois idosos foram hospitalizados após serem agredidos com paus e pedras devido à sua fé. A OSCE também relatou outros casos de violência e intimidação contra cristãos, além de assédio a missionários estrangeiros.
Em 2023, a Alliance Defending Freedom (ADF) informou que as autoridades turcas estão cada vez mais direcionando ações contra pastores cristãos, missionários e seus familiares, com o objetivo de deportá-los e impor proibições permanentes de reentrada. Atualmente, a Turquia ocupa a 50ª posição na Lista de Observação Mundial da Portas Abertas.
Os cristãos na Turquia enfrentam perseguições há décadas, com um agravamento nos últimos tempos. Entre 1915 e 1916, ocorreu o genocídio armênio, quando cerca de 1 milhão de cristãos foram mortos por massacres, fome e assassinatos individuais, ordenados pelas autoridades otomanas.
De acordo com a organização World Without Genocide, os “perpetradores buscavam purgar o Império Otomano de todas as minorias cristãs”. Antes de 1914, os cristãos representavam 25% da população na região, mas hoje são menos de 0,5%. Com informações International Christian Concern (ICC)