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quinta-feira, 25 abril 2024

Crimeia: cristãos são multados por evangelizar

Foto: Portas Abertas

Há 23 processos administrativos sob as leis de Yarovaya, conhecidas como “leis antimissionárias”, impostas pela Rússia, que ocupa a região

Por Patricia Scott

Na Crimeia, pelo menos 10 cristãos protestantes foram multados por professarem a fé em Jesus. A região que fica localizada no sudeste da Ucrânia está sob controle da Rússia. Segundo o Forum18, há 23 processos administrativos sob as leis de Yarovaya, também conhecidas como “leis antimissionárias”, impostas pela Rússia após ocupar a Crimeia, em 2014.

Há casos que envolvem membros da igreja protestante House of the Potter em Sebastopol, cidade na costa do Mar Negro. O pastor, Evgenii Kornev, e um membro da igreja foram multados por liderar os cultos. Já outro congregado recebeu multa duas vezes por participar ativamente dos cultos. A base das acusações foi parcialmente evidenciada a partir dos canais de mídia social da igreja.

Em fevereiro, o serviço de segurança da Rússia, de acordo com Portas Abertas, invadiu uma pequena igreja protestante em Kerch, cidade no Leste da Crimeia. A intenção, para a instituição, era supostamente garantir que a comunidade estivesse seguindo a Lei de Religião da Rússia. Um membro da igreja foi acusado e multado por entregar panfletos a duas mulheres que não congregavam na igreja.

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A situação na Crimeia é diferente do que está acontecendo na região Leste de Donbass e no resto da Ucrânia, segundo um analista da Portas Abertas. As igrejas protestantes em Donbass estão sob crescente pressão desde 2014, depois que os rebeldes, apoiados pela Rússia, autoproclamaram repúblicas independentes as províncias de Donetsk e Luhansk.

“Embora a Rússia tenha afirmado a independência das Repúblicas Populares de Luhansk e Donetsk, ainda não as anexou e, portanto, a Lei Religiosa da Rússia, incluindo as leis antimissionárias, não se aplicam aqui. Assim, as autoridades dessas repúblicas podem fazer suas próprias leis religiosas. Relatórios do ano passado mostram que às vezes vão mais longe em suas ações contra certas denominações do que a própria Rússia”, ressaltou o analista.

Para muitos especialistas, a Rússia deseja restaurar o antigo império, perdido quando a União Soviética se separou em 1991. “A Ucrânia e outras 14 ex-repúblicas soviéticas conquistaram a independência, mas ao longo dos anos a Rússia começou lentamente a diminuir isso, por exemplo na Geórgia e na Bielorrússia, e obviamente está disposta a ir à guerra para restaurar seu poder”, afirmou o analista da Portas Abertas.

As violações dos direitos humanos e da liberdade religiosa continuam sendo motivo de muita apreensão. O analista de Portas Abertas diz que a “URSS era um estado totalitário e a Rússia tem se movido cada vez mais nessa direção nos últimos anos. Nenhum pensador independente é permitido e, como na antiga URSS, os níveis de vigilância e monitoramento são altos”.

A visão, no entanto, não é recriar o que era a antiga União Soviética. Isto porque há uma diferença entre a URSS e a nova realidade russa. “Não veremos um renascimento completo da URSS, incluindo sua ideologia ateísta que causou severa perseguição às igrejas, incluindo a Igreja Ortodoxa Russa. O regime atual é nacionalista e quer que a Rússia retorne como potência mundial e restaure o orgulho nacional que foi quebrado em 1991″, conclui o analista de Portas Abertas.

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