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“Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.” (Pv. 22.6)

Diversas passagens bíblicas mostram o tratamento de carinho, dedicação e amor dispensado por Jesus às crianças. “Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas” (Mt. 19.24). Nesse versículo está contida toda a confiança que Cristo deposita nos pequeninos.

Com isso, o Mestre também deixou uma lição: que a inocência e pureza de coração típicas das crianças, que não guardam mágoas nem tristezas, perdoam com facilidade e são verdadeiras em seus relacionamentos com o próximo, precisam ser copiadas pelos adultos que desejam alcançar a eternidade.

Segundo o pastor líder do ministério “Oficina da Família” na Missão Evangélica Praia da Costa, José Henrique Mendonça, as crianças servem de espelho e o caráter delas pode ser copiado por aqueles que desejam agradar a Deus. “À medida que crescemos e somos contaminados pelo pecado, perdemos essa característica, sendo, então, necessário reaprender a ser como crianças”.

Resgatar a pureza e os valores da infância é importante até mesmo para propiciar uma boa criação aos filhos. Aprender a ser como uma criança pode ser a solução para problemas e situações que parecem insolúveis.

Vigilância na educação das crianças

Por imposição do mundo contemporâneo, os pais têm dedicado mais tempo às atividades profissionais do que ao lar e à família, afastando-se, muitas vezes sem perceberem, de seus filhos, que acabam sendo ‘educados’ pela TV, pelos games, pelos colegas, pelas babás, pela escola e, frequentemente, pelos avós.

Essa transferência de responsabilidades colabora para a quebra do mandamento de Jesus: “Ensinai ao menino o caminho em que deve andar”, originando uma educação deturpada que pode gerar problemas no futuro. Por isso, diz o pastor José Henrique, os pais precisam ser vigilantes na educação.

“Há uma falsa impressão de que, como pais, apenas mostrar o caminho às crianças é suficiente quando, na verdade, também é necessário acompanhá-las, pois os filhos se espelham nas atitudes dos pais”, completa.

Como manual de vida, a Bíblia conduz a uma reflexão que garante um bom relacionamento entre eles. Ler e entender a Palavra para transmitir os ensinamentos contidos nela é a melhor maneira de conduzir uma criança nos caminhos de Deus, conscientizando-a da real importância de seguir os mandamentos do Senhor para colher bons frutos no decorrer da vida. Afinal, Deus prometeu que seus filhos seriam postos como cabeça e não como cauda, mesmo em um mundo cheio de contradições.

Crianças precisam de limites

Aprender no Senhor como dar limites aos pequenos é ter a certeza de não errar na correção. Somente com respeito se alcança a confiança e dela se origina o amor que, por sua vez, leva à obediência.

Com isso, entende-se que a base do bom relacionamento entre pais e filhos é firmada no diálogo, na atenção e no carinho. Ao plantar a semente da sabedoria e do amor, os pais passarão a ser honrados por seus filhos.

Essa atitude também os fará entender que liberar o filho do “não” para justificar uma ausência causada pela falta de tempo pode conduzi-los a um caminho de lamentações. As crianças precisam de limites e os pais que não os estabelecem, não impõem regras e correções, vão de encontro aos aconselhamentos da Palavra de Deus.

No livro a “Arte de Educar”, os autores Kendra Smiley e John Smiley esclarecem que a correção é um fundamento bíblico importante, que não deve ser dispensado. A Palavra diz: “O que retém a vara odeia a seu filho, mas o que o ama ao seu tempo o disciplina” (Pv. 13.24).

O livro destaca que não existe nenhum modelo padrão para os pais disciplinarem seus filhos, mas que é preciso agir com amor. Além disso, relata que no momento da correção é necessário expulsar a ira.

O pastor da Igreja Batista da Restauração Luivan Scheidegger diz que os pais devem impor limites aos seus filhos, os quais serão úteis para toda a vida. “Disciplinar é fazer enxergar o melhor caminho e é parte do processo pedagógico. Porém, é preciso ser equilibrado e buscar não amedrontar as crianças. Dessa forma, elas entenderão o propósito do ato e não perderão o respeito por aquele que aplicou a correção”, afirma.

De pequenos a adultos bem sucedidos

Quando um menino diz: “Quando crescer, quero ser igual ao meu pai”, está demonstrando a importância de se dar bons exemplos às crianças, para que elas tenham um bom modelo de desenvolvimento em todos os campos de sua vida: espiritual, psicológico e social.

De acordo com o pastor Luivan, os pais precisam participar do cotidiano de seus filhos. “Ofertar às crianças um tempo de qualidade para o lazer, fazer diariamente a leitura bíblica com elas e apresentar uma boa conduta são atitudes que podem ajudá-las a se manterem na presença do Senhor e serem bem sucedidas em suas vidas”, disse.

A igreja também é bastante importante nesse contexto. Incentivar os pequenos a participar da escola dominical e levá-los aos cultos durante a semana é dever do pai cristão. Contudo, é preciso dar exemplo.

Se o pai pede para o filho ir à igreja, mas deixa de ir ao culto para ver o jogo de futebol na TV ou assistir novela, certamente não conseguirá a obediência dos mais novos. “A coerência dos pais entre o falar e o agir é o que fará a diferença na criação dos seus filhos. É preciso conscientizar a criança da importância de servir a Deus, para que ela sinta a necessidade, desde cedo, de se manter no caminho. E os pais precisam dar sólidos exemplos”, conclui Luivan.

Em oração, Ana fez um voto a Deus, pedindo um filho: “Senhor dos Exércitos, se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e à tua serva deres um filho homem, ao Senhor o darei todos os dias da sua vida …” (I Sm. 1.11).

O interessante da história é Deus atender ao pedido e Ana, sabiamente, “devolver” o filho ao Senhor, querendo garantir estar dando o melhor a ele. Samuel ainda menino ministrava perante Deus e, quando adulto, tornou-se um profeta, deixando uma grande marca no Evangelho.

Apesar dos inúmeros empecilhos e dificuldades criadas pelo mundo moderno, muitos pais têm seguido o exemplo de Ana, dando aos seus filhos a oportunidade de conhecer o único caminho, a verdade e a vida. Com isso, crianças têm servido, até mesmo, de instrumento nas mãos de Deus para a restauração de seus lares.