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sexta-feira, 19 abril 2024

Crianças de religiões diferentes dão suas impressões sobre Deus

A forma como as crianças encaram Deus é bastante diferente. Essa é a conclusão que se pode tirar do depoimento de nove crianças sobre o Criador. A jornalista Anna Virginia Balloussier, da Folha de S. Paulo, colheu as impressões de nove crianças de diferentes credos sobre Deus.

Beatriz Dias Samuel, 08 anos, católica; Pietra Hanna Castanho, 10 anos, evangélica; Clara Veiga Carvalho, 10 anos, espírita; Luke Saul Jospa, 09, judaísmo; Mohamed Hussein Abid Ali, 08 anos, muçulmano; Manuella Araújo da Costa, 10 anos, candomblé; Ariom Scheffer, 11 anos, budista; Núbia Selassie Cestari Granello, 06 anos, rastafári; e Darah Cally Patrício, 08 anos, União do Vegetal (grupo dissidente da religião Santo Daime), deixaram suas impressões sobre a figura divina.

Para a evangélica Pietra, Deus é um companheiro fiel: “Deus nos ama e nos ilumina. Ele me ajuda quando alguém briga comigo. Teve uma confusão na escola, e a professora disse que eu participei, mas só estava lá comendo meu lanche”, disse a menina, expressando sua percepção a respeito do Pai.

Já a católica Beatriz usa a representação visual (comum no meio católico devido ao uso de imagens de santos) para ilustrar sua impressão do Deus onipresente: “No antigo tempo, não cortavam cabelo, então Deus tem o cabelo longo. Hoje Ele está no meio do coração de todo mundo. Eu rezo para Ele deixar a gente ficar com o recreio um pouquinho maior”, contou.

O seguidor do judaísmo Luke, curiosamente, expressa sua impressão de Deus com uma ilustração superdimensionada da graça: “Para nós não tem inferno, só céu. Assim: vamos fingir que você está no teatro. Se foi uma muito boa pessoa, ficaria na frente, mais perto de Deus. Se foi uma ruim pessoa, ficaria lá atrás”, disse o menino, que desenhou o palco, sua representação de Deus no teatro ilustrativo, como um enorme sol.

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Segundo o budista Ariom, Deus não pode ser medido: “Não tem um Deus físico. Deus é tudo e tudo é Deus. Ele é feito de luz. O arco-íris, no budismo, representa uma pessoa com coração iluminado”.

A praticante do candomblé Manuella lembrou da discriminação religiosa ao falar de Deus: “Oxum é a santa que me protege. Ela está no mato, para curtir a vida. Uma professora uma vez contou que um lobo ia na porta da criança que não é batizada [como cristã]. Fiquei com medo, chorando”, lamentou.

“Sonhei que Jah estava no deserto e fazia todas as pessoas ficarem felizes. Ele é o meu coração e fica batendo em todos os momentos. Peço a Jah que o mundo fique bem limpinho”, disse a rastafári Núbia.

Santo Daime é uma religião que baseia as experiências sobrenaturais a partir da ingestão de um chá alucinógeno. Essa crença sofreu uma divisão, a União do Vegetal, que é seguida por Darah. E as características do culto praticado dentro dessa religião foram expostas na impressão da menina sobre Deus: “Desenhei o mestre Gabriel, o nosso guia. É muito legal beber [ayahuasca]. Tem gente que vomita, mas eu não sinto medo, sinto amor. E vontade de rir muito! Já vi árvores falando comigo”, contou.

O muçulmano Mohamed expressou sua maneira de enxergar Deus como uma criança e as preocupações normais da idade: Deus é tudo para mim. Peço para Ele deixar chover, mas algumas vezes não penso na água. Penso em jogar Nintendo DS”.

Ao final, a espírita Clara associou Deus à natureza e à doutrina da reencarnação: “Deus criou a borboleta. Ela é bonita e feliz. Começa como se fosse um bicho horroroso, gosmento, e vira uma borboleta linda. É como o espírito que reencarna: você vai crescendo e evoluindo”.

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