De acordo com o Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) de 2009 a 2018 o conflito no país matou 6.500 crianças e feriu 15 mil
Cerca de nove crianças morreram ou foram mutiladas por dia no Afeganistão nos nove primeiros meses de 2019. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (17), e apontam para um aumento de 11% do número de vítimas em relação a 2018.
Entre janeiro e fim de setembro morreram 631 menores no Afeganistão e ficaram feridos outros 1.830. Assim os dados chamam atenção para “a tragédia” de um país envolvido em conflitos há mais de quatro décadas.
De acordo com as informações do relatório especial dedicado ao tema, o número de vítimas cresceu 11% face ao mesmo período do ano passado. O documento foi publicado em Cabul 12 anos depois do primeiro.
“O ano 2018 foi declarado como o pior para as crianças no Afeganistão, mas o número de crianças mortas e feridas entre junho e setembro deste ano já representa 94% do total de 2018. É inaceitável”, denunciou o representante do Unicef no Afeganistão, Aboubacar Kampo.
O aumento de vítimas deve-se, por um lado, a um pico dos ataques suicidas. Por outro lado, os confrontos frequentes entre militares pró-governamentais e os talibãs e outros grupos insurgentes que operam naquele país asiático.
Conflitos matam 6.500 crianças
Entre 2009 e 2018, o conflito armado no Afeganistão causou a morte de 6.500 crianças e deixou 15 mil feridos.
“Milhares (de crianças) perderam os seus direitos básicos a ter um lar, uma família, educação de qualidade, cuidados médicos, segurança e proteção, e milhares pagaram o preço mais alto, as suas vidas”, afirmou o porta-voz do Unicef em Cabul, Alison Parker.
“É uma tragédia, mas podemos acabar com ela se trabalharmos juntos para isso.Queremos fazer soar o alarme, pedir às partes em conflito que cumpram as suas obrigações relativamente à lei internacional dos direitos humanos, e deixem de atacar escolas e centros de saúde”, acrescentou o porta-voz.
Em 2018 as Nações Unidas registraram 162 ataques contra escolas, hospitais e seus trabalhadores. Além disso, contabilizou 44 incidentes nos quais a guerra impediu que ajuda humanitária fosse entregue às comunidades necessitadas.
A violência afeta diretamente os afegãos mais jovens. Entretanto o país tem outros problemas: pobreza, pessoas deslocadas internamente e uma falta geral de serviços públicos.
Para a porta-voz do Unicef, “altos níveis de pobreza tornam as crianças mais vulneráveis à violência, a abusos, a negligência, ao recrutamento por grupos armados e a várias formas de exploração, desde o casamento infantil ao trabalho forçado”, conclui.
*Da redação, com informações de Agência Brasil
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