Esse fenômeno é conhecido como “múltiplos pertencimentos religiosos”, o que significa que muitos não se convertem ao Evangelho
Por Patricia Scott
No Brasil, o número de católicos que frequentam igrejas evangélicas tem aumentado, conforme apontam pesquisadores da área de religião. Os motivos são variados: alguns foram convidados por amigos, outros moram perto das igrejas, têm afinidade com a liturgia e o pastor, ou simplesmente a presença das igrejas evangélicas se tornou mais comum no país.
Segundo Rodrigo Toniol, professor de antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), embora o número de católicos nas igrejas evangélicas tenha crescido, muitos não se convertem de fato. Esse fenômeno é conhecido como “múltiplos pertencimentos religiosos”, o que significa que a pessoa pode se envolver em várias crenças, simultaneamente.
“É comum encontrar pessoas que se consideram católicas, mas que, eventualmente, frequentam centros espíritas ou participam de festas em terreiros de umbanda”, comentou Rodrigo, acrescentando: “No entanto, antigamente havia uma separação mais rígida entre católicos e evangélicos, o que impedia a troca de frequências nos cultos. Isso é o que está mudando”.
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De acordo com o Censo de 2010, 64,6% da população brasileira era católica, enquanto 22,2% se declarava evangélica. Rodrigo observou que, apesar desses números, as práticas religiosas dos brasileiros hoje são mais fluidas, permitindo que as pessoas se envolvam com diversas crenças ao mesmo tempo.
Em relação aos evangélicos, um levantamento baseado no Censo de 2010 do IBGE revelou um crescimento expressivo, com um aumento de 61,5% nos últimos dez anos, o que representou a adição de 16 milhões de novos fiéis. Ao mesmo tempo, a pesquisa também destacou a continuidade da queda no número de católicos no Brasil.
“Observamos um declínio acentuado na população católica, uma tendência que se repete desde os Censos de 1991, 2000 e 2010”, afirmou Cláudio Dutra, pesquisador do IBGE. Ele ainda ressaltou: “Dentro do crescimento da população evangélica, são os pentecostais que lideram esse aumento”. Com informações Folha de São Paulo